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Projeto de estudantes busca meios de conter elevação do nĂ­vel do mar

O projeto Ă© baseado em modelagem elaborada pelo Climate Central, organização sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos, e prevĂȘ um cenĂĄrio crĂ­tico de mudanças climĂĄticas, com aumento de 3 metros do nĂ­vel do mar

Por Redação em 12/12/2021 às 20:43:47

Alunos da Universidade Veiga de Almeida (UVA) e da Universidade de CiĂȘncias Aplicadas de Roterdã, na Holanda, uniram-se para pensar soluções para proteger o Rio de Janeiro da elevação do nĂ­vel do mar provocada pelas mudanças climĂĄticas. Os estudantes projetaram uma barragem de 9,5 quilômetros de extensão por 11 metros de altura, a ser implantada na Ponte Rio-Niterói, que ajudaria a evitar a inundação de parte dos municĂ­pios do Rio de Janeiro, incluindo o Aeroporto Internacional Tom Jobim-Riogaleão, Duque de Caxias, Magé, Guapimirim, ItaboraĂ­ e São Gonçalo.

O projeto é baseado em modelagem elaborada pelo Climate Central, organização sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos, e prevĂȘ um cenĂĄrio crĂ­tico de mudanças climĂĄticas, com aumento de 3 metros do nĂ­vel do mar.

A UVA foi a Ășnica universidade brasileira a participar do desafio Protecting Delta Cities: International Student Challenge, promovido pela universidade holandesa. A iniciativa teve por objetivo estimular jovens pesquisadores de nove paĂ­ses a pensar em alternativas para proteger cidades localizadas em deltas e regiões litorâneas de um aumento de 3 metros do nĂ­vel do mar. A lista das cidades potencialmente atingidas incluĂ­a o Rio de Janeiro; Nova Iorque, nos Estados Unidos; Durban, na África do Sul; e Taipei, na ilha de Taiwan.

Segundo Viviane JapiassĂș, professora dos cursos de graduação em Engenharia Ambiental e Mestrado Profissional em CiĂȘncias do Meio Ambiente da Universidade Veiga de Almeida e coordenadora do projeto Que Chuva É Essa?, na Holanda, a Universidade de Roterdã selecionou grupos de alunos para trabalhar sobre cada cidade. Estes uniram-se aos alunos da UVA em reuniões semanais, durante um mĂȘs, para elaborar uma proposta para a BaĂ­a de Guanabara.

As soluções formuladas pelos grupos foram apresentadas em um seminĂĄrio realizado em novembro deste ano.

Viabilização

"A ideia é dar continuidade à colaboração, para ver como viabilizar a proposta e adequar algumas limitações que possam aparecer", disse Viviane à AgĂȘncia Brasil. Na semana que vem, o grupo da UVA terĂĄ uma reunião com representantes da prefeitura do Rio para falar sobre a proposta e os caminhos para viabilizar ou readequar o projeto.

De acordo com a professora, as cidades que estão na ĂĄrea costeira brasileira vão sofrer muito com o aumento do nĂ­vel do mar.

Os alunos da Veiga de Almeida focaram o projeto na BaĂ­a de Guanabara, levando em conta a grande expertise da Holanda na construção de barragens marĂ­timas. Todos os estudantes holandeses que participaram do desafio cursam engenharia civil, enquanto a maioria dos alunos da UVA estudam engenharia ambiental e apenas um, engenharia elétrica. O grupo teve ainda participação de estudante do mestrado profissional em ciĂȘncias do meio ambiente, que integra o projeto de pesquisa e extensão Que Chuva É Essa?, que desenvolve estudos e ações voltados para a redução de riscos de desastres associados a chuvas extremas no Rio.

"O tempo todo a gente focou na importância socioambiental da BaĂ­a de Guanabara", disse Viviane. A professora explicou que a solução não poderia se restringir a fechar a BaĂ­a de Guanabara. A opção pela implantação de uma barragem na ponte, e não na entrada da baĂ­a, objetivou permitir a circulação de navios no Porto do Rio, facilitando o trĂĄfego marĂ­timo de grandes embarcações, além de preservar o ecossistema local, que tem importância socioeconômica para comunidades do entorno, como a de pescadores artesanais.

"Uma vez que a gente consiga reter a elevação nesse ponto, protegerĂĄ também os municĂ­pios e o Aeroporto do Galeão, que seria inundado com esses 3 metros de elevação do mar", explicou a professora.

Energia

O projeto dos estudantes prevĂȘ ainda a instalação de painéis solares na barragem capazes de gerar mais de 80 megawatts/hora de energia por dia, o suficiente para abastecer mais de 14 mil residĂȘncias da região ou para bombear mais de 2 mil litros de ĂĄgua da baĂ­a de volta para o mar. Outro potencial de geração de energia descrito no projeto viria do aproveitamento da vibração gerada pelos veĂ­culos ao passarem na Ponte Rio-Niterói.

Dois rapazes e cinco mulheres formavam o grupo da Universidade Veiga de Almeida, e a turma olandesa tinha somente rapazes. No total, a equipe contou com dez participantes.

Uma das estudantes cariocas que integram o grupo é Larissa Stankevicius, que cursa o 8Âș perĂ­odo de engenharia ambiental. Após o choque cultural inicial, o grupo passou a se encontrar toda semana, para desenvolver a solução, contou Larissa. Ela disse à AgĂȘncia Brasil que é preciso dar continuidade ao projeto, para que este venha a ajudar de alguma maneira, se for possĂ­vel.

O projeto de barragem criado por alunos da UVA e da Holanda pode ser visto no YouTube.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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