A diretoria da AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa) divulgou nota nesta sexta-feira (17) rebatendo questionamentos do presidente Jair Bolsonaro acerca da decisão de autorizar a vacinação em crianças com o imunizante da Pfizer-BioNTech.
Em live em redes sociais ontem, Jair Bolsonaro disse que pediu extraoficialmente o "nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos". "Queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento de quem foram essas pessoas e forme seu juĂzo."
Em nota, a diretoria da Anvisa afirmou que seu ambiente de trabalho é "isento de pressões internas e avesso a pressões externas". A anĂĄlise de vacinas, segue o texto, é baseado na ciĂȘncia e oferece ao Ministério da SaĂșde opções "seguras, eficazes e de qualidade".
O comunicado lembra que os diretores do órgão jĂĄ foram objeto de ameaças por conta da anĂĄlise sobre a possibilidade de vacinação do pĂșblico infantil.
"A Anvisa estĂĄ sempre pronta a atender demandas por informações, mas repudia e repele com veemĂȘncia qualquer ameaça, explicita ou velada que venha constranger, intimidar ou comprometer o livre exercĂcio das atividades regulatórias e o sustento de nossas vidas e famĂlias: o nosso trabalho, que é proteger a saĂșde do cidadão", conclui a nota.
A Associação dos Servidores da Anvisa (Univisa) também publicou nota reconhecendo o trabalho dos técnicos do órgão e lembrou que a avaliação teve a participação de especialistas da Associação Brasileira de SaĂșde Coletiva (Abrasco), Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
"A intenção de se divulgar a identidade dos envolvidos na anĂĄlise técnica não traz consigo qualquer interesse republicano. Antes, mostra-se como ameaça de retaliação que, não encontrando meios institucionais para fazĂȘ-lo, vale-se da incitação ao cidadão, método abertamente fascista e cujos resultados podem ser trĂĄgicos e violentos, colocando em risco a vida e a integridade fĂsica de servidores da AgĂȘncia", classifica a entidade.
Fonte: AgĂȘncia Brasil