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Tratamento de incontinĂȘncia urinĂĄria cai 60% em 2020

NĂșmeros divulgados pelo MinistĂ©rio da SaĂșde indicam que os tratamentos cirĂșrgicos para a incontinĂȘncia urinĂĄria caĂ­ram 60% em 2020

Por Redação em 12/03/2021 às 08:49:47

NĂșmeros divulgados pelo Ministério da SaĂșde indicam que os tratamentos cirĂșrgicos para a incontinĂȘncia urinĂĄria caĂ­ram 60% em 2020, em relação ao ano anterior. A constatação é de que a pandemia de covid-19 agravou o tratamento de vĂĄrias doenças, entre elas a incontinĂȘncia urinĂĄria, que costuma afetar 45% das mulheres e 15% dos homens acima de 40 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). O Dia Mundial de Conscientização sobre a IncontinĂȘncia UrinĂĄria é comemorado no dia 14 de março, o próximo domingo.

O secretĂĄrio-geral da SBU, Alfredo Canalini, explicou que a incontinĂȘncia urinĂĄria, ou perda involuntĂĄria de urina, é um sintoma que tem impacto negativo enorme na qualidade de vida. Considerando que as cirurgias de incontinĂȘncia urinĂĄria caĂ­ram 60% no ano passado, percebe-se que "mesmo com toda essa deterioração que provoca, os pacientes ficaram com medo de procurar tratamento e internação, em função da pandemia. Isso foi, realmente, um impacto muito negativo no tratamento dessa doença", disse Canalini.

O urologista afirmou que a qualidade de vida desses pacientes piorou ainda mais, devido à covid-19, com algumas sequelas, principalmente para as mulheres, que usam absorventes especiais e ficam com a pele macerada em função do contato com a urina, especialmente as mais idosas.

Segundo o secretĂĄrio-geral da SBU, a incontinĂȘncia urinĂĄria pode ser provocada por doenças diferentes. Por isso recomendou a necessidade de se procurar saber o que estĂĄ acontecendo para a pessoa perder urina e o que tem de ser feito para resolver o problema. Lembrou que além da cirurgia, existe tratamento medicamentoso que o médico pode lançar mão em algumas situações para melhorar o quadro. "Mas nem isso houve em 2020. Houve uma imobilização das pessoas por causa do medo de se contaminarem pelo novo coronavĂ­rus".

Campanha

Visando a alertar a população sobre o diagnóstico e a importância do tratamento da incontinĂȘncia urinĂĄria, a SBU realiza este ano uma campanha virtual de conscientização, que integra a campanha internacional sobre o mesmo tema. Durante o mĂȘs de março, a SBU vai esclarecer a população sobre a incontinĂȘncia urinĂĄria, por meio das redes sociais da entidade (@portaldaurologia), e na RĂĄdio SBU, podcasts disponĂ­vel nos principais canais de ĂĄudio: Spotify, Deezer, Pocket Cast, Apple Podcasts e Google Podcasts. Todas as segundas-feiras, às 19h, médicos filiados à entidade vão tirar dĂșvidas da população sobre o tema em transmissões online ao vivo no Instagram, além de indicar ações preventivas e como buscar ajuda para amenizar ou solucionar o problema.

Alfredo Canalini assegurou que com as proteções necessĂĄrias, que envolvem uso de mĂĄscara facial, uso de ĂĄlcool em gel após tocar em superfĂ­cies que são compartilhadas, como telas de computadores e terminais eletrônicos, distanciamento social, evitar aglomerações, lavar as mãos com frequĂȘncia, os atendimentos podem ser realizados. "É lógico que é preciso ter cautela. Mas, respeitando as recomendações sanitĂĄrias, vocĂȘ pode atender com segurança os pacientes". Canalini admitiu o temor de que o agravamento da pandemia na atualidade possa repercutir de modo negativo sobre os pacientes. "As pessoas estão com medo de sair às ruas".

Reconheceu que "o medo é bom, por um lado, porque ajuda vocĂȘ a se proteger", mas advertiu que as pessoas não podem nem devem entrar em paranóia. "As pessoas tĂȘm que ter consciĂȘncia de que existe o risco, mas pode ser diminuĂ­do muito. É só seguir as orientações bĂĄsicas das autoridades sanitĂĄrias. Isso protege. Isso pode salvar vidas e evitar que as pessoas possam se infectar. Diminui muito a questão". Ele lamentou que haja pessoas que parecem estar vivendo em outra realidade, especialmente os jovens, que parecem não pensar na morte e, com isso, se arriscam e acabam ajudando na disseminação do vĂ­rus, mesmo que não apresentem sintomas.

Ansiedade

O diretor do Departamento de Disfunções Miccionais da SBU, Cristiano Gomes, observou que alguns estudos demonstram que pessoas com incontinĂȘncia costumam ter, além de pior qualidade de vida, maiores nĂ­veis de ansiedade e depressão, redução na produtividade no trabalho e podem se afastar do convĂ­vio social e da intimidade com o parceiro ou parceira por causa das perdas de urina. "A incontinĂȘncia também pode aumentar o risco de quedas entre os idosos. Finalmente, mas não menos importante, em alguns casos a incontinĂȘncia pode ser causada por um problema de saĂșde mais grave, como infecções, pedra na bexiga, doenças neurológicas e até tumores da bexiga ou próstata".

De acordo com a SBU, o tipo mais frequente é a incontinĂȘncia urinĂĄria por esforço, isto é, quando o paciente perde urina ao tossir, carregar peso, espirrar ou até mesmo sentar-se e levantar-se. Isso acontece sobretudo em mulheres que tiveram muitos filhos ou é decorrente de cirurgia de próstata. A incontinĂȘncia urinĂĄria de urgĂȘncia ou bexiga hiperativa é quando existe uma vontade repentina e incontrolĂĄvel de urinar durante o dia e no perĂ­odo da noite, podendo comprometer o sono. Embora muitos considerem a perda involuntĂĄria de urina como "algo natural" da idade, essa condição pode ser tratada, para não trazer impactos profundos na vida do paciente.

Em fevereiro deste ano, a SBU fez um levantamento online sobre a incontinĂȘncia urinĂĄria. "De acordo com 44% dos participantes, a pandemia de covid-19 atrapalhou ou retardou o tratamento da incontinĂȘncia. Dos entrevistados com incontinĂȘncia, 77% disseram que ainda não retomaram seu tratamento", disse o coordenador do trabalho, Ricardo Vita. Alguns fatores de risco para a doença são a idade, ter muitos filhos, diabetes, obesidade e doenças neurológicas.

Tratamentos

Os pacientes que enfrentam esse problema contam com apoio multidisciplinar para o tratamento, segundo a SBU. A mudança de alguns hĂĄbitos de vida pode também fazer diferença, como evitar excesso de lĂ­quidos, urinar periodicamente, tratar constipação e outros problemas clĂ­nicos como diabetes e obesidade. Além de medicamentos, que são utilizados sobretudo nos casos de bexiga hiperativa, a incontinĂȘncia de esforço pode ser tratada com procedimentos cirĂșrgicos de baixo risco e rĂĄpida recuperação, como a cirurgia de sling, quando se coloca uma faixa sob a uretra.

Outros tratamentos incluem a aplicação de toxina botulĂ­nica, o implante de marcapasso da bexiga e o de esfĂ­ncter artificial. Alfredo Canalini lembrou que todos os pacientes podem ser tratados. "Importante que, além da indicação correta, haja motivação para seguir os passos do tratamento e também uma cognição favorĂĄvel, ou seja um estado mental que possibilite à pessoa ter percepção sobre o que acontece consigo e ao redor. Dessa forma, os Ă­ndices de cura e de controle do problema hoje em dia são muito elevados", acrescentou.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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