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Pesquisadores da Fiocruz analisam coinfecção por HIV e HTLV na Bahia

O trabalho foi divulgado hoje (7) pela Fiocruz e descreveu a coinfecção pelos vĂ­rus HIV e HTLV em todas as 130 mil amostras submetidas a testes sorológicos entre 2004 e 2013, no Laboratório Central de SaĂșde PĂșblica da Bahia (Lacen-BA)

Por Redação em 07/02/2022 às 21:17:25

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz na Bahia (Fiocruz Bahia) apontam que indivĂ­duos soropositivos para o VĂ­rus da ImunodeficiĂȘncia Humana (HIV) no estado podem apresentar risco aumentado para coinfecção pelo VĂ­rus Linfotrópico de Células T Humanas (HTLV). Os dados, no entanto, sugerem que a coinfecção pelos dois antĂ­genos é um evento raro, ainda que a Bahia seja o estado em que hĂĄ o maior nĂșmero de casos de HTLV.

O trabalho foi divulgado hoje (7) pela Fiocruz e descreveu a coinfecção pelos vĂ­rus HIV e HTLV em todas as 130 mil amostras submetidas a testes sorológicos entre 2004 e 2013, no Laboratório Central de SaĂșde PĂșblica da Bahia (Lacen-BA). Os resultados indicam que 2,4% das amostras positivas para HIV tinham também o HTLV, percentual cerca de cinco vezes maior que o encontrado nas amostras negativas para HIV e positivas para HTLV, de 0,5%.

A Fiocruz explica que o HTLV e o HIV são retrovĂ­rus que pertencem à mesma famĂ­lia e não tĂȘm cura. As principais formas de transmissão dos dois são relações sexuais sem prevenção, aleitamento materno e agulhas de seringas contaminadas.

Diferentemente do HIV, a ação do HTLV no organismo não destrói o sistema imunológico, mas pode causar doenças como leucemia, incontinĂȘncia urinĂĄria, disfunção erétil e problemas neurológicos.

Os pesquisadores ressaltam que estudos anteriores apontam que a coinfecção com HTLV pode interferir na evolução da infecção pelo HIV. A Fiocruz diz que, por um lado, o HTLV-1 pode favorecer o aparecimento de doenças oportunistas, aumentando a mortalidade dos pacientes com HIV. JĂĄ a coinfecção com o outro tipo do vĂ­rus, o HTLV-2, pode retardar a progressão da Aids.

O trabalho foi publicado no periódico cientĂ­fico Frontiers in Medicine e coordenado pela pesquisadora Maria Fernanda Grassi, da Fiocruz Bahia. O artigo destaca que é importante identificar fatores de risco para a coinfecção para que sejam elaboradas ações eficazes de cada região afetada no estado.

A coinfecção foi encontrada com mais frequĂȘncia em centros econômicos ou turĂ­sticos, sendo a capital, Salvador, local de 57% dos casos. A pesquisa também mostra que foi mais comum a presença dos dois vĂ­rus em mulheres, o que poderia estar associado à obrigatoriedade da triagem sorológica de HTLV para gestantes no estado, em vigor desde 2011.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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