O presidente declarou que não acha que houve participação de maior ou menor destaque na recuperação e criação de vagas de emprego no Brasil durante o ano de 2021. Ele explicou que as mais de 2,7 milhões de novas oportunidades formais registradas durante o perĂodo podem ser atribuĂdas aos esforços conjuntos de atividades econômicas. "A construção civil é a que mais emprega e não parou. O comércio também. Em eventos, trabalhamos nesse setor também. Continuamos avançando. Praticamente todas as atividades econômicas se fizeram presentes nesse momento [de 2021]", explicou.
Jair Bolsonaro fez crĂticas ao que chama de "polĂtica do fique em casa, a economia a gente vĂȘ depois", e classificou como "ditatoriais" as intervenções estaduais que forçaram o fechamento de comércios, negócios e a circulação de pessoas em espaços pĂșblicos. Bolsonaro atribuiu o aumento da inflação à queda de produtividade e ao fechamento de pequenas empresas. "Em 2021, em função da polĂtica do fique em casa e a economia a gente vĂȘ depois, veio a inflação. Em especial da energia, combustĂveis e gĂȘneros alimentĂcios."
Convidado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para fazer parte do seleto grupo de paĂses-membros, o Brasil ganharĂĄ um "selo de qualidade" caso seja aprovado, afirmou o presidente.
Jair Bolsonaro atribuiu o inĂcio dos esforços brasileiros para fazer parte da organização ao governo do ex-presidente Michel Temer. "O inĂcio do namoro com a OCDE nasceu no governo Temer. Conosco, chegamos ao noivado. É uma prova de que o mercado acredita na gente, de que nossa polĂtica externa é muito boa. Isso facilita a vida do Brasil", disse. O polĂtico estimou que o processo para entrada na organização deverĂĄ acontecer em até quatro anos.
O AuxĂlio Brasil, programa criado para substituir o Bolsa FamĂlia, foi a solução articulada pelo governo para socorrer os cerca de 38 milhões de trabalhadores informais que não tinham direitos trabalhistas e nem renda fixa, e que foram impossibilitados de exercer prĂĄticas comerciais durante o perĂodo de restrições, explicou o presidente.
"Quem tem salĂĄrio fixo - servidores, militares - não tem problema. O pessoal celetista, o governo colaborou com programas BEm e Pronampe. Os informais - em torno de 38 milhões - foram duramente atingidos. De forma ditatorial, sem pensar nas consequĂȘncias, foram obrigados a ficar em casa pelos governadores. O governo os atendeu via auxĂlio emergencial", explicou.
O presidente informou que o montante de recursos injetados durante 2020 no auxĂlio emergencial foi equivalente a 15 anos de pagamentos do Bolsa FamĂlia. Mais de 17 milhões de pessoas foram beneficiadas.
Sobre as privatizações de empresas estatais, Bolsonaro afirmou que a complexidade burocrĂĄtica dos processos é um empecilho para a oferta de estatais a parcerias pĂșblico privadas ou para venda total das operações. O presidente afirmou, ainda, que o preço atual dos combustĂveis pode ser atribuĂdo à falta de privatizações necessĂĄrias no Brasil. "Temos muita coisa em andamento, porque é demorado realmente. O preço do combustĂvel em parte é por conta disso. Se tivesse concluĂdo refinarias, não precisarĂamos estar importando diesel e gasolina de outros paĂses", explicou.
Considerado o principal avanço tecnológico do governo federal, o leilão do 5G e a chegada da quinta geração de conectividade móvel no Brasil também foram celebrados pelo presidente, que falou sobre as vantagens da chegada de internet de alta velocidade nas escolas brasileiras com o programa WiFi Brasil e a cobertura de fibra óptica na Região Norte - uma das mais carentes em conectividade do Brasil. "Só quando chegar [o 5G] que a população vai ver o que é tecnologia. Tudo vai se fazer presente o 5G. No meio do ano, praticamente todas as capitais jĂĄ terão. Nisso tudo veio um pacotão para internet no Brasil todo. Temos cabos submersos na Região Norte. Uma coisa fantĂĄstica estĂĄ acontecendo no Brasil", declarou.
Ainda no tópico de infraestrutura, Bolsonaro comentou a transposição do Rio São Francisco, que teve mais uma etapa entregue nesta semana. "A satisfação e a alegria das pessoas é algo inenarrĂĄvel. Para nós do Centro-Oeste Sudeste, do Sul, a ĂĄgua nunca se fez ausente na nossa vida. LĂĄ, é uma constante a falta d"ĂĄgua. Só quem olha o semblante do nordestino e vĂȘ ele sentindo a ĂĄgua pode também sentir a satisfação dessas pessoas", declarou.
O presidente falou ainda sobre a ausĂȘncia de casos concretos de corrupção durante sua gestão, mas afirmou que não serĂĄ complacente caso surjam denĂșncias. "Deixo claro: se acontecer, a gente vai investigar. Vencemos mais um ano sem corrupção no Brasil. Coisa que no passado eram dois ou trĂȘs escândalos por semana. Tivemos zero ao longo de trĂȘs anos. Isso não é virtude, é obrigação", complementou.
Jair Bolsonaro também falou brevemente sobre a titulação de terras, como em Fernando de Noronha, e a facilitação da posse de armas de fogo - que definiu como especialmente importante para agricultores e trabalhadores do campo, que podem defender suas propriedades contra invasores.
Por fim, o presidente conversou sobre os anĂșncios recentes da renegociação de dĂvidas do Programa Nacional de Financiamento Estudantil, o Fies, e também o reajuste do piso salarial de professores. "São 1,7 milhão professores do ensino bĂĄsico que lidam com 38 milhões de jovens estudantes. Fizemos nossa parte, esperamos que prefeitos e governadores façam a sua e valorizem o professor", argumentou.
Sobre as mudanças na prova de vida do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), Bolsonaro criticou gestões passadas e disse que o governo estĂĄ preparado para localizar cadastros de aposentados usando bases de dados de diversos órgãos, como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Faltou boa vontade por parte de quem estava no governo federal. A prova de vida não tem que ser feita apenas com a presença fĂsica da pessoa. Se a pessoa votou, temos lĂĄ no TSE que ela votou. Por que fazer prova de vida nesse ano? Não precisa fazer."
*Matéria atualizada às 21h30 para acréscimo de informações.
Fonte: AgĂȘncia Brasil