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Covaxin: Aras pede que plenårio do STF vote arquivamento de inquérito

PGR recorreu de decisão e criticou Rosa Weber, que rejeitou pedido de Aras para arquivar investigação sobre o presidente Jair Bolsonaro

Por Redação em 05/04/2022 às 21:51:18

O procurador-geral da RepĂșblica, Augusto Aras, recorreu da decisão da ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), de rejeitar o arquivamento do inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro cometeu o crime de prevaricação no caso da vacina indiana Covaxin, contra a Covid-19. Em ofĂ­cio enviado ao Supremo nesta segunda-feira (4), ele pede à ministra que reconsidere a decisão ou, caso contrĂĄrio, que o plenĂĄrio do STF decida o tema.

Em fevereiro deste ano, Aras recomendou a Weber, relatora do inquérito, que a peça fosse arquivada por entender que Bolsonaro não tinha o dever funcional de comunicar aos órgãos de investigação e de fiscalização as irregularidades que lhe foram reportadas sobre a negociação de compra da Covaxin. A mesma alegação foi apresentada pela PolĂ­cia Federal, ao fim das investigações sobre o caso.

Weber, no entanto, rejeitou os argumentos de Aras e afirmou que é dever do presidente tomar as providĂȘncias necessĂĄrias em casos como o da compra da vacina. Além disso, a ministra destacou que a hipótese de arquivamento fundamentado na inexistĂȘncia de fato tĂ­pico seria a antecipação de uma decisão que poderia ter sido tomada na fase inicial da ação, com absolvição sumĂĄria.

Ao recorrer dessa decisão, Aras criticou a postura de Weber.

"A decisão agravada parece ter abdicado do seu papel imparcial e equidistante para fazer valer o seu entendimento quanto ao conteĂșdo da opinio delicti [opinião a respeito de delito] da Procuradoria-Geral da RepĂșblica, objetivando o enquadramento do tipo penal pretendido em uma espécie de potencial acusação judicial indireta e forçada — hoje em face do atual presidente da RepĂșblica —, distanciando-se da legitimidade do Poder JudiciĂĄrio no desenho democrĂĄtico brasileiro", ponderou.

Segundo ele, a ministra deveria atuar de forma imparcial.

"O sistema processual acusatório tem como pedras angulares a separação rĂ­gida entre a figura do julgador e a do acusador e a existĂȘncia de uma relação processual triangular, na qual hĂĄ uma igualdade entre as partes, sobrepondo-se a ambas um juiz, de maneira equidistante e imparcial."

As suspeitas de irregularidades na compra da Covaxin foram informadas a Bolsonaro pelo servidor do Ministério da SaĂșde LuĂ­s Ricardo Fernandes Miranda. Ele disse que estava sofrendo pressão para aprovar a realização do contrato.

O contrato de aquisição do imunizante foi intermediado pela Precisa Medicamentos, empresa que é a representante no Brasil da farmacĂȘutica indiana Bharat Biotech, responsĂĄvel pela vacina. Um dos sócios da Precisa, Francisco Maximiniano, negociou a compra, pelo Ministério da SaĂșde, de 20 milhões de doses do imunizante por R$ 1,6 bilhão, em fevereiro de 2021.

Fonte: R7

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