PREFEITURA SANTANA

Senado: comissão ouve ministro interino da educação no inĂ­cio de maio

Inicialmente, o ministro em exercĂ­cio serĂĄ chamado como convidado

Por Redação em 12/04/2022 às 22:01:39

O ministro interino da Educação Victor Godoy Veiga deve comparecer à Comissão de Educação do Senado na primeira semana de maio. Os senadores do colegiado vão cobrar de Godoy explicações sobre denĂșncias de favorecimento do governo federal aos pedidos que chegavam à pasta por meio dos pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura.

Inicialmente, o ministro em exercĂ­cio serĂĄ chamado como convidado. Caso adote a mesma postura do ex-ministro Milton Ribeiro, que decidiu não comparecer para se explicar sobre o assunto, ele serĂĄ automaticamente convocado e, nessa condição, a presença é obrigatória.

O presidente da comissão, senador Marcelo Castro (MDB-PI), disse que as datas 3 ou 5 de maio estão "praticamente acertadas", só dependendo da concordância de outros senadores do colegiado. Godoy era secretĂĄrio-executivo do MEC na gestão do ex-ministro Milton Ribeiro, quando as denĂșncias vieram à tona pela imprensa.

Segundo prefeitos ouvidos pela Comissão de Educação, os pastores cobravam propina para intermediar a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a municĂ­pios. Segundo os prefeitos ouvidos de LuĂ­s Domingues (MA), Gilberto Braga; de Boa Esperança do Sul (SP), José Manoel de Souza; e de Bonfinópolis (GO); Kelton Pinheiro, os religiosos pediam depósitos na conta de uma igreja, em valores entre R$ 15 mil e 40 mil, além de ouro.

Outra autoridade ouvida pelo colegiado foi o presidente do FNDE, Marcelo Lopes da Fonte. Aos senadores, ele negou ter participado das irregularidades e disse que "terceiros" usaram os nomes dele e de Ribeiro sem autorização.

Outros requerimentos

Nesta terça-feira (12), a Comissão de Educação do Senado aprovou requerimentos para que outras oito pessoas sejam ouvidas sobre o caso. Na lista estão dois diretores do FNDE, o de Ações Educacionais, Garigham Amarante Pinto; e o de Gestão, Articulação e Projetos Educacionais, Gabriel Vilar. Em meio à denĂșncia de cobrança de propina nas ações da pasta, os dois compraram veĂ­culos de R$ 330 mil e R$ 250 mil, respectivamente. O valor dos carros é incompatĂ­vel com os salĂĄrios recebidos por eles, de pouco mais de R$ 10 mil mensal. Os depoimentos devem ser prestados nos dias 26 e 28 de abril.

Outro requerimento é para Odimar Barreto, pastor e major aposentado da PolĂ­cia Militar de São Paulo. Ele é apontado como um dos articuladores dos encontros entre pastores lobistas e prefeitos dentro do MEC. Ele foi nomeado assessor especial do ex-ministro Milton Ribeiro em agosto de 2020 e exonerado hĂĄ cerca de um mĂȘs, logo após a divulgação das denĂșncias.

Outro nome aprovado hoje foi o de Nely Carneiro da Veiga Jardim. Apesar de não ser funcionĂĄria do MEC, ela foi citada por prefeitos como possĂ­vel intermediadora. De acordo com as denĂșncias, ela teria oferecido contratos de assessoria e pedido votos em troca de recursos federais.

Também deverĂĄ dar explicações Luciano de Freitas, advogado tido como homem de confiança dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Por indicação dos religiosos ele foi nomeado dentro da própria Secretaria Executiva do MEC, como gerente de projetos, em abril de 2021. A suposta função de Luciano de Freitas seria a de agilizar os repasses de recursos negociados pelos religiosos, apontou o presidente da comissão.

Outros convidados a depor são Darwin Lima, que aparece em registros com o ex-ministro, o presidente do FNDE e o diretor Garigham Amarante Pinto; e Crezus Ralph Lavra Santos, que teria participado da intermediação dos recursos entre os pastores e prefeitos. O oitavo citado no requerimento é Jorge Guilherme da Silva Souza, apontado como dono da empresa JG Consultoria e Assessoria. Prefeitos revelaram terem contratado a empresa para atuar na captação de recursos para os municĂ­pios

Requerimento de informações

Durante a reunião, senadores governistas tentaram, sem sucesso, barrar o convite para os oito depoimentos. Carlos Viana (PL-MG), Carlos Portinho (PL-RJ) e Esperidião Amin (PP-SC) foram contrĂĄrios e tentaram converter o convite de depoimento em um requerimento de informações, para que as respostas fossem concedidas por escrito.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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