A procuradora do estado do Maranhão Renata Bessa deu uma "facada" em um boneco representando o presidente Jair Bolsonaro na tradicional "malhação de Judas" no Ășltimo sĂĄbado (16). O vĂdeo em que Bessa aparece esfaqueando o boneco viralizou nas redes sociais.
Renata Bessa aparece em duas gravações diferentes. Em uma delas, ela dĂĄ uma "facada" no boneco e, em outro momento, ela compara Bolsonaro a Judas.
Em 2018, durante a campanha eleitoral, Bolsonaro foi esfaqueado em Juiz de Fora (MG) por Adélio Bispo. O então candidato ficou internado durante semanas e ainda hoje enfrenta problemas de saĂșde decorrentes do atentado.
Questionada sobre o motivo da facada, Renata Bessa explicou à CNN que a malhação de Judas é uma tradição no estado, em referĂȘncia à traição do apóstolo a Jesus.
"Meu pai fez o Judas e a gente pregou em uma coluna de madeira que fica na frente da minha casa. É o costume daqui. Ele fica lĂĄ um tempo, as pessoas passam, olham, mexem, botam dinheiro, enforcam, tiram a cabeça, esfregam no chão, tocam o fogo, é assim mesmo", disse.
Ela reforça que a "facada" não tinha relação com Bolsonaro. "Eu estava com a faca na mão para tirar a corda que ele estava preso para colocar no poste", disse, e ainda completa: "Quando eu fui tirar o Judas para botar em outro lugar, eu não disse que era Bolsonaro".
O vĂdeo havia sido publicado inicialmente em grupos de famĂlia e no status do WhatsApp. Com a circulação das imagens, a procuradora estĂĄ sofrendo ameaças nas redes sociais. Um dos intimidadores proferiu ofensas à advogada e ainda alegou saber onde ela mora.
No Twitter, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (Republicanos-RJ) repudiou a ação.
O parlamentar publicou uma montagem das duas gravações. "Neste momento, meus advogados preparam denĂșncia no MP e CNMP contra esta senhora, que custo acreditar seja procuradora", escreveu. Eduardo se refere ao Ministério PĂșblico e ao Conselho Nacional do Ministério PĂșblico. A mulher do vĂdeo, no entanto, é procuradora do estado – e não do MP.
A CNN procurou o PalĂĄcio do Planalto e o deputado Eduardo Bolsonaro para comentar o tema. Eles ainda não se manifestaram.
A procuradora disse à CNN que vai entrar com uma ação de produção antecipada de provas. "Para saber quem foi que fez isso e por que utilizou um vĂdeo que não era pĂșblico", diz.
Fonte: CNN Brasil