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Defesa repudia fala de ministro do STF sobre Forças Armadas e eleições

O ministro elogiou as Forças Armadas, de onde disse não sair "notĂ­cia ruim" desde a redemocratização, mas afirmou haver agora um esforço para atraĂ­-las "ao varejo da polĂ­tica", o que seria trĂĄgico para a democracia

Por Redação em 25/04/2022 às 12:31:54

O ministro LuĂ­s Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), questionou ontem (24) se as Forças Armadas estão sendo "orientadas" a atacar o processo eleitoral. O Ministério da Defesa disse, em nota, "repudiar qualquer ilação ou insinuação, sem provas, de que elas teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrĂĄrias aos princĂ­pios da democracia".

Barroso participou no domingo de uma mesa sobre democracia e fake news no Brazil Summit Europe 2022, evento realizado por uma universidade alemã. O ministro elogiou as Forças Armadas, de onde disse não sair "notĂ­cia ruim" desde a redemocratização, mas afirmou haver agora um esforço para atraĂ­-las "ao varejo da polĂ­tica", o que seria trĂĄgico para a democracia.

"Desde 1996 não tem um episódio de fraude no Brasil. Eleições totalmente limpas, seguras e auditĂĄveis. E agora se vai pretender usar as Forças Armadas para atacar? Gentilmente convidadas a participar do processo, estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditĂĄ-lo?", disse o ministro. "Tenho uma expectativa de que as Forças Armadas não se deixem seduzir por esse esforço de jogĂĄ-las na fogueira das paixões polĂ­ticas. Até agora, o profissionalismo e respeito à Constituição tĂȘm ocorrido", acrescentou.

Em nota publicada ainda na noite de ontem, especificamente em resposta à fala de Barroso, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, disse que "afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidĂȘncia de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsĂĄvel e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições".

No ano passado, quando ainda presidia o TSE, Barroso convidou as Forças Armadas a participar de uma comissão dedicada a promover a transparĂȘncia e a proteger o processo eleitoral da desinformação. Em fevereiro, os militares requisitaram informações sobre dezenas de questões técnicas relacionadas ao processo eleitoral. Tanto as perguntas como as respostas dos questionamentos foram depois publicados no portal do TSE.

"As Forças Armadas, republicanamente, atenderam ao convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e apresentaram propostas colaborativas, plausĂ­veis e exequĂ­veis, no âmbito da Comissão de TransparĂȘncia das Eleições (CTE) e calcadas em acurado estudo técnico realizado por uma equipe de especialistas, para aprimorar a segurança e a transparĂȘncia do sistema eleitoral, o que ora encontra-se em apreciação naquela Comissão. As eleições são questão de soberania e segurança nacional, portanto, do interesse de todos", diz a nota do ministro da Defesa.

Participam da comissão do TSE também representantes da sociedade civil, da PolĂ­cia Federal (PF), do Tribunal de Contas da União (TCU), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Ministério PĂșblico Eleitoral (MPE), professores de universidades e especialistas em tecnologia da informação.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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