PREFEITURA SANTANA

Dono de consultoria diz que não atuou na liberação de verbas do FNDE

O colegiado investiga suspeitas levantadas em março sobre a atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura na liberação de recursos do MinistĂ©rio da Educação, de forma irregular

Por Redação em 05/05/2022 às 19:39:25

Em audiĂȘncia pĂșblica na Comissão de Educação do Senado, nesta quinta-feira (5), o empresĂĄrio Jorge Guilherme da Silva Souza, dono da JG Consultoria e Assessoria, disse que sua empresa não atuou como intermediĂĄria na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a municĂ­pios.

O colegiado investiga suspeitas levantadas em março sobre a atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura na liberação de recursos do Ministério da Educação, de forma irregular.

Jorge Guilherme Souza foi convidado a prestar esclarecimentos por ter sido citado em outro depoimento colhido pelo colegiado, o do prefeito de RosĂĄrio (MA) Calvet Filho. Na ocasião, o prefeito disse que, por intermédio da JG, conseguiu uma agenda informal com o então ministro da pasta, Milton Ribeiro, para adiantar demandas.

"Talvez, ele tenha outras pessoas na equipe dele, na equipe parlamentar pela qual ele é assistido, aqui em BrasĂ­lia, que promovam esses encontros. E, quando ele falou que a equipe de BrasĂ­lia tem uma assessoria que promove essas agendas, certamente ele falou de forma genérica, mas não do Grupo JG", disse.

O empresĂĄrio acrescentou que não tem "proximidade" com nenhum governo. "Talvez, vossas excelĂȘncias tenham até acesso às visitas que as pessoas porventura fazem aos ministérios, e nós nunca fizemos nenhuma", afirmou.

Souza esclareceu aos senadores que o trabalho da JG "é tornar o municĂ­pio apto a receber os recursos". "Muitas vezes, os nossos clientes até confundem isso. E, talvez, isso aĂ­, para nós, para mim, como empresĂĄrio, pode até facilitar quando um prefeito entende dessa forma, porque ele, às vezes, fecha algum tipo de contrato imaginando isso. Mas, quando vĂȘ o nosso trabalho técnico, muitas vezes, não sei se isso aĂ­ nos beneficia, porque nós oferecemos só o trabalho de capacitar as equipes", acrescentou.

AusĂȘncias

Além de Jorge Guilherme da Silva Souza, a Comissão de Educação também havia convidado outras duas pessoas que não compareceram. Uma delas é o prefeito de Centro Novo (MA), Junior Garimpeiro, citado nas denĂșncias sobre a influĂȘncia de pastores no MEC e no FNDE.

O outro convidado ausente foi Crezus Ralph Lavra Santos, apontado como participante da intermediação da transferĂȘncia de recursos entre pastores e prefeito.

Ao contrĂĄrio de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que tem competĂȘncia para convocar qualquer autoridade ou cidadão para depoimentos, uma comissão permanente, só pode fazer convocações a ministros e autoridades diretamente ligadas à PresidĂȘncia da RepĂșblica.

Histórico

Mesmo com poderes limitados, no Senado, a Comissão de Educação investiga suspeitas levantadas em março sobre a atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura na liberação de recursos da educação.

As denĂșncias, que surgiram na imprensa, levaram à queda de Ribeiro, que também é pastor, dias depois. À época, em sua defesa, o ex-ministro afirmou que não praticou atos ilĂ­citos. "Tenho plena convicção de que jamais pratiquei qualquer ato de gestão que não fosse pautado pela legalidade, pela probidade e pelo compromisso com o erĂĄrio. As suspeitas de que foram cometidos atos irregulares devem ser investigadas com profundidade", destacou Ribeiro.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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