PREFEITURA SANTANA

"SerĂĄ o paraĂ­so se cumprir as metas", diz Paes sobre leilão da Cedae

Segundo ele, o leilão foi bem conduzido, mas a fase de implementação precisa ser bem fiscalizada

Por Redação em 25/06/2022 às 20:55:45

O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse nesta tarde (25) que o sucesso da concessão dos serviços de distribuição de ĂĄgua e de saneamento dependerĂĄ da capacidade de atuação das agĂȘncias reguladoras. Segundo ele, o leilão foi bem conduzido, mas a fase de implementação precisa ser bem fiscalizada.

"SerĂĄ o paraĂ­so se cumprir as metas. Vamos ter as praias limpas, vamos ter as favelas com saneamento, vamos resgatar as lagoas e a BaĂ­a de Guanabara. É o que se deseja em uma cidade onde a questão ambiental representa um ativo econômico como é o caso do Rio de Janeiro", disse.

Por meio da concessão, os serviços de distribuição de ĂĄgua e saneamento na maioria dos municĂ­pios até então atendidos pela estatal Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) foi repassada à iniciativa privada. O modelo de concessão foi elaborado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Os leilões ocorreram no ano passado. O grupo Águas do Brasil venceu a disputa pelos blocos 1, 3 e 4, que juntos abrangem 32 municĂ­pios e bairros do centro, da zona sul, da zona oeste e da zona norte da capital. O consórcio IguĂĄ arrematou o bloco 2, que engloba outra parte da capital - Barra da Tijuca e JacarepaguĂĄ - e mais dois municĂ­pios.

As empresas vencedoras obtĂȘm a concessão por 35 anos e precisam se comprometer com a meta da universalização dos serviços até 2033. A Cedae seguirĂĄ operando a Estação de Tratamento do Guandu e venderĂĄ ĂĄgua tratada para as novas concessionĂĄrias, que ficarão responsĂĄveis pela distribuição, pela captação e pelo tratamento do esgoto.

Paes considerou que é preciso melhorar a eficiĂȘncia na fiscalização desses serviços. A AgĂȘncia Reguladora de Energia e Saneamento BĂĄsico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa), que atua na regulação do setor, não foi mencionada diretamente.

"O grande desafio agora é ver como se controla isso. É ver se as agĂȘncias reguladoras vão exigir o cumprimento das metas ali definidas. Se isso ocorrer, vai se comprovar um super caso de sucesso de uma concessão bem feita que deu uma bela outorga pro estado, que deu uma bela outorga pra cidade do Rio de Janeiro e que conseguiu de maneira inteligente abarcar municĂ­pios que não teriam sustentabilidade econômica se fossem fazer a concessão sozinhos", avaliou.

O prefeito também elogiou o novo marco do saneamento, aprovado pelo Congresso Nacional em 2020. Através dele, foram fixadas regras que devem nortear a concessão desses serviços. "Não sou contra empresas estatais. Mas o caso da Cedae é um caso tĂ­pico de empresa que cobrava valores altos e que dava pouco retorno à cidade. O marco legal do saneamento é um avanço. Ele definiu prazos e permitiu que os gestores tomassem as decisões, no meu ponto de vista corretamente".

MilĂ­cias

As declarações de Paes se deram durante participação no evento Brazil Forum UK, que ocorreu na Universidade de Oxford. Participaram estudantes e pesquisadores brasileiros que atuam em instituições de todo o Reino Unido. Os debates foram transmitidos pelas redes sociais. Além de Paes, outros polĂ­ticos e também juristas estão entre os convidados. Mais cedo, mesas de debate contaram com a presença, por exemplo, do ex-governador de São Paulo, João Doria, do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), LuĂ­s Roberto Barroso.

O prefeito da capital fluminense foi convidado para debater o papel das cidades como indutoras de desenvolvimento e inovação. Ele dividiu a mesa com a antropóloga Andreza Aruska, diretora do Centro Latino-Americano da Universidade de Oxford. Foram discutidos assuntos variados como meio-ambiente, segurança pĂșblica, saĂșde e habitação.

Ao ser questionado sobre o avanço das milĂ­cias, Paes manifestou discordância com anĂĄlises que tendem a relacionar o problema com a ausĂȘncia de polĂ­ticas pĂșblicas nos territórios dominados.

Segundo ele, criminosos atuam em comunidades atendidas pelo metrô, pelo trem, por postos de saĂșde, por escola, por mercado popular e por centros esportivos. O prefeito deu o exemplo Conjunto Esperança, localizado no Complexo da Maré. "É um conjunto habitacional perto do centro da cidade, na beira da Avenida Brasil, em frente à Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz], com escola, posto de saĂșde, duas praças pĂșblicas e vocĂȘ entra lĂĄ e tem um sujeito de lança-chamas pra te receber".

Paes disse ser preciso pensar polĂ­ticas pĂșblicas com dados e evidĂȘncias. "Na Vila Kennedy [comunidade da zona oeste do Rio de Janeiro], todas as ruas são asfaltadas, todas tĂȘm esgoto, todas tĂȘm iluminação, a coleta de lixo são sete dias por semana. Temos 18 escolas municipais, não sei quantas praças, quatro clĂ­nicas da famĂ­lia, uma vila olĂ­mpica e para completar dois batalhões da PolĂ­cia Militar. Que conversa é essa de ausĂȘncia do Estado? Não é o Leblon, mas o Estado estĂĄ presente. O que justifica um lugar desse estar dominado? Ali acho que é trĂĄfico, não sei se jĂĄ juntou com milĂ­cia", disse. "Queria eu ter a reposta. Não tenho", acrescentou.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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