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Mortes de adolescentes caem em fase crĂ­tica da terceira onda de covid

Em movimento contrĂĄrio, o mesmo estudo mostrou substancial aumento das mortes entre menores de 12 anos, principalmente aqueles com idade abaixo de 5 anos

Por Redação em 08/07/2022 às 19:52:25

Pesquisa desenvolvida pelo Instituto Leônidas & Maria Deane da Fundação Oswaldo Cruz do Amazonas (ILMD/Fiocruz Amazônia), pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Universidade Federal de Pelotas (UFPel) mostrou recuo no nĂșmero de mortes por covid-19 entre adolescentes de 12 a 17 anos, durante o perĂ­odo mais crĂ­tico da terceira onda da epidemia em 2022, entre 23 de janeiro e 12 de fevereiro.

Em movimento contrĂĄrio, o mesmo estudo mostrou substancial aumento das mortes entre menores de 12 anos, principalmente aqueles com idade abaixo de 5 anos.

De acordo com o epidemiologista da Fiocruz Amazônia Jesem Orellana, houve alta de 74% na mortalidade por covid-19 nas crianças de 5 a 11 anos, se comparado o perĂ­odo mais crĂ­tico de 2022 com o pior de 2021, que foi na segunda onda, entre 14 de março e 3 de abril. Entre os adolescentes de 12 a 17 anos vacinados em 2021, houve queda significativa (40%) na mortalidade por covid-19 no perĂ­odo mais crĂ­tico da terceira onda em comparação com fase também crĂ­tica da segunda onda.

Conforme a pesquisa, os resultados se repetem em junho de 2022, na vigĂȘncia da quarta onda de contĂĄgios, e o motivo identificado é a falta de acesso das crianças à vacinação. "O padrão de aumento da morte de crianças se repetiu e foi de 82% naquelas de 2 a 4 anos e de 54% nas crianças com até 1 ano. Portanto, nas crianças, as taxas de mortalidade foram iguais ou piores do que em fases anteriores da epidemia, contrapondo-se ao registro de queda consistente e forte dos adultos, reforçando não só a efetividade da vacina contra covid-19, mas também a importância do seu uso oportuno e massivo", completou Orellana, um dos autores do estudo.

A amostra final avaliada somou 408.120 registros de mortalidade, com 0,34% (1.407 óbitos) em menores de 18 anos e 64,6% (263.771) em adultos com 60 anos e mais. "Observaram-se padrões opostos na mortalidade por covid-19 no Brasil, com crianças majoritariamente não vacinadas, ou insuficientemente protegidas pela vacinação em massa, de um lado, e apresentando taxas de mortalidade iguais ou maiores do que em fases anteriores da epidemia e, de outro, consistente e forte padrão de queda em indivĂ­duos incluĂ­dos na campanha nacional de vacinação", comentou.

Orellana alertou que continua aumentando no Brasil o impacto da mortalidade por covid-19 em crianças, principalmente nas que ainda não foram vacinadas. O levantamento destacou também a forte queda da mortalidade em adultos no paĂ­s. Para Orellana, isso pode ser consequĂȘncia do efeito protetor das vacinas, apesar do contexto de ampla circulação da variante Ômicron, muito mais contagiosa do que versões originais do novo coronavĂ­rus.

O estudo foi assinado também pelos professores Lihsieh Marrero, da Escola Superior de CiĂȘncias da SaĂșde, no Amazonas, e Bernardo Lessa Horta, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul (RS).

A Fiocruz informou que o artigo Mortalidade por Covid-19 no Brasil em Distintos Grupos EtĂĄrios: Diferenciais entre Taxas Extremas de 2021 e 2022 foi aceito para publicação e em breve estarĂĄ disponĂ­vel na Ă­ntegra, na revista Cadernos de SaĂșde PĂșblica da Escola Nacional de SaĂșde PĂșblica (Ensp/ Fiocruz).

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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