Valorizar e facilitar o trabalho da imprensa, recuperar a credibilidade da comunicação de governo e combater a desinformação foram os principais compromissos anunciados pelo novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da PresidĂȘncia da RepĂșblica (Secom), Paulo Pimenta, que assumiu o cargo nesta terça-feira (3), em cerimônia no PalĂĄcio do Planalto, em BrasĂlia. A solenidade foi presenciada por diversos parlamentares e outras autoridades, incluindo a ex-presidente Dilma Rousseff.
"No governo do presidente Lula não haverĂĄ muros, nem cercadinhos. Não haverĂĄ ofensas, ameaças ou violĂȘncia. HaverĂĄ fatos, argumentos e muito trabalho. Faremos isso com responsabilidade e respeito a todos envolvidos no processo de informação do paĂs. A comunicação governamental precisa voltar a ser uma via de acesso seguro, confiĂĄvel e com credibilidade para que o Brasil percorra uma estrada tranquila rumo ao paĂs que queremos construir", destacou o ministro em seu discurso.
Ele ressaltou o trabalho da imprensa como "imprescindĂvel em qualquer democracia", mas que depende de "pontes sólidas, principalmente aquelas que ligam os profissionais do jornalismo ao governo federal e ao poder pĂșblico em geral. O ministro garantiu que o governo vai facilitar o acesso dos jornalistas às fontes e que o acesso ao PalĂĄcio do Planalto e aos ministérios serĂĄ transparente e eficiente.
Sobre a comunicação governamental, Pimenta criticou a forma como o governo anterior propagou desinformação, principalmente por meio de canais oficiais.
"A comunicação de governo precisa recuperar a capacidade e a credibilidade para ser um difusor de informações relevantes, com parâmetros para que se possa separar o joio do trigo. Nos Ășltimos anos, houve uma deliberada confusão nessas ações. A falta de credibilidade de autoridades, que se distanciaram da verdade e dos fatos, alimentou uma indĂșstria que atrapalhou até mesmo no combate ao vĂrus da covid-19. A desinformação mata. Não queremos nunca mais passar por esse tormento", observou.
Ainda segundo o ministro, a partir de agora a prestação de serviços e as informações de utilidade pĂșblica "não serão mais contaminadas com posicionamentos ideológicos com a tomada de decisão do que deve ou não ser veiculado".
Citando a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Paulo Pimenta se comprometeu a rever a fusão de programações entre a TV Brasil, emissora pĂșblica, e a TV NBR, emissora governamental.
"A NBR voltarĂĄ a ter sua função de TV governamental e se prestarĂĄ a comunicar as ações do governo, enquanto a TV Brasil seguirĂĄ como uma TV pĂșblica, prezando sempre pela qualidade de seus produtos e das informações levadas ao paĂs", garantiu.
Outro ponto abordado pelo ministro da Secom em seu pronunciamento foi o enfrentamento dos problemas de desinformação nas plataformas digitais, indicando que o novo governo vai se debruçar sobre propostas na ĂĄrea.
"A larga disseminação de desinformação e de discurso de ódio no ambiente digital afeta direitos individuais e coletivos, e impacta negativamente a democracia. Precisamos inserir o Brasil no esforço global de busca de soluções para esses problemas", afirmou.
Uma das novidades na nova estrutura da Secom é a criação de uma Secretaria de PolĂticas Digitais, que vai centralizar o debate sobre esse tema.
Paulo Pimenta é jornalista e técnico agrĂcola formado pela Universidade Federal de Santa Maria (IFSM), no Rio Grande do Sul. EstĂĄ no sexto mandato de deputado federal pelo PT gaĂșcho e, nas Ășltimas eleições, foi novamente o mais votado do partido em seu estado. Ele também preside o PT no Rio Grande do Sul.
No inĂcio de sua trajetória polĂtica, militou no movimento estudantil e cumpriu dois mandatos de vereador em Santa Maria.
Entre 2000 e 2002, foi vice-prefeito da cidade. Como deputado federal, ocupou a relatoria e presidĂȘncia de diversas comissões, incluindo a presidĂȘncia da Comissão Mista de Orçamento, a mais importante do Congresso Nacional, entre 2012 e 2013.
Edição: Kleber Sampaio
Fonte: AgĂȘncia Brasil