PREFEITURA SANTANA

Sônia Guajajara diz que povos indĂ­genas vivem crise humanitĂĄria

Deputada federal eleita assume inédito Ministério dos Povos Indígenas

Por Redação em 11/01/2023 às 20:36:04

Em uma cerimônia carregada de emoção, apenas trĂȘs dias após os atos terroristas que depredaram os prédios da RepĂșblica, Sônia Guajajara assumiu, nesta quarta-feira (11), no PalĂĄcio do Planalto, o Ministério dos Povos IndĂ­genas e Anielle Franco, o Ministério da Igualdade Racial.

As cerimônias de ambas, que não seriam realizadas conjuntamente, tiveram que ser remarcadas em uma só solenidade após o vandalismo golpista do domingo (8). A união acabou gerando um encontro simbólico da riqueza ancestral que compõe a identidade brasileira. Povos de terreiro, e sua herança africana, ao lado de indĂ­genas de diferentes etnias, coloriam o Salão Nobre do PalĂĄcio do Planalto e emocionaram as centenas de presentes.

Desta vez, a assunção ministerial contou com a presença do próprio presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva, que não acompanhou as de outros auxiliares ao longo da semana passada. Ele estava acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros.

Violações

Em seu discurso de posse, Sônia Guajajara, a primeira indĂ­gena a ocupar um cargo de ministra, afirmou que os povos originĂĄrios vivem uma crise humanitĂĄria no Brasil. Ele citou como causas as invasões de territórios, o desmatamento, o garimpo ilegal, a falta de assistĂȘncia adequada em saĂșde e saneamento, entre outros.

"Não é mais possĂ­vel convivermos com povos indĂ­genas submetidos a toda sorte de males, como desnutrição infantil e de idosos, malĂĄria, violação de mulheres e meninas e altos Ă­ndices de suicĂ­dio. Presidente Lula, arrisco dizer, sem exagero, que muitos povos indĂ­genas vivem uma verdadeira crise humanitĂĄria em nosso paĂ­s e agora estou aqui para trabalharmos juntos, para acabar com a normalização deste estado inconstitucional que se agravou nestes Ășltimos anos", afirmou.

Questão climĂĄtica e ambiental

Guajajara também falou da emergĂȘncia climĂĄtica e de como os territórios indĂ­genas são essenciais no combate ao aquecimento global.

"Se, antes, as demarcações tinham enfoque sobretudo na preservação da nossa cultura, novos estudos vĂȘm demonstrando que a manutenção dessas ĂĄreas tem uma importância ainda mais abrangente, sendo fundamentais para a estabilidade de ecossistemas em todo o planeta, assegurando qualidade de vida, inclusive nas grandes cidades. DaĂ­ a importância de reconhecer os direitos originĂĄrios dos povos indĂ­genas sob as terras em que vivem", disse a ministra.

A nova ministra também chamou a atenção da sociedade para a preservação do planeta. "Nós não somos os Ășnicos que necessitam aqui viver. Nós apenas coabitamos a mãe Terra junto com milhões de outras espécies. O desprezo por essas outras formas de vida, as prĂĄticas de desmatamento intenso feitas sempre em nome da economia de curto prazo, tĂȘm efeitos devastadores para o futuro de todos nós", alertou.

Guajajara aproveitou para anunciar a recriação do Conselho Nacional de PolĂ­tica Indigenista, extinto em 2019, pelo governo anterior. "[O conselho] garante a participação paritĂĄria entre representações indĂ­genas de todos os estados brasileiros e órgãos do executivo federal", enfatizou a ministra.

Ao final do discurso da ministra dos Povos IndĂ­genas, o povo Terena fez uma apresentação da Dança da Ema.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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