PREFEITURA SANTANA

SP: Campinas enfrenta sobrecarga nos leitos para recém-nascidos

Maternidade foi multada por manter 31 bebĂȘs na UTI

Por Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil - São Paulo em 27/02/2023 às 20:51:17
© Arquivo/Agência Brasil

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Campinas, no interior paulista, tem enfrentado sobrecarga nos leitos para atendimento de recém-nascidos, segundo a prefeitura do municĂ­pio. Desde o segundo semestre de 2021, o hospital da Universidade Estadual de Campinas (Caism - Unicamp) estĂĄ em reforma o que, segundo a administração municipal, tem pressionado o atendimento em outras instituições.

A unidade de terapia intensiva (UTI) da Maternidade de Campinas, hospital filantrópico da cidade, estĂĄ com mais da metade dos leitos interditados pela Vigilância SanitĂĄria devido a falta de médicos. Das 36 vagas disponĂ­veis na UTI do hospital, 20 não podem ser utilizadas pela carĂȘncia de profissionais de saĂșde.

A maternidade foi multada na Ășltima sexta-feira (24) por manter 31 bebĂȘs na UTI. O hospital diz que as crianças foram mantidas na unidade porque não foram disponibilizados outros leitos na rede do Sistema Único de SaĂșde (SUS) para receber os pacientes. "Por princĂ­pio ético, moral e legal, as gestantes e os bebĂȘs receberam todo o atendimento médico adequado e necessĂĄrio aos recém-nascidos, prematuros, que precisaram ser internados na Unidade de Terapia Intensiva, mesmo com o nĂșmero de leitos ocupados sendo superior ao determinado pela Vigilância SanitĂĄria", diz a nota da maternidade.

Segundo a prefeitura de Campinas, gestantes com risco de parto prematuro tĂȘm sido encaminhadas para o Hospital da PontifĂ­cia Universidade Católica e para o Caism da Unicamp. De acordo com a administração municipal, a quantidade de leitos disponĂ­veis no municĂ­pio atende ao estipulado pelo Ministério da SaĂșde e pela Sociedade Brasileira de Pediatria.

A prefeitura disse, em nota, que vai solicitar à Secretaria Estadual de SaĂșde a ampliação urgente dos leitos neonatais no Hospital de Sumaré, municĂ­pio da Região Metropolitana de Campinas, para garantir o atendimento à população.

Diarreia

A prefeitura de Campinas investiga a suspeita de que trĂȘs bebĂȘs morreram na Maternidade de Campinas por diarreia. O hospital reconhece que enfrentou um surto da doença entre os dias 6 e 9 de fevereiro. Mas, segundo a instituição, o problema foi controlado e não hĂĄ ligação com a morte do recém-nascido ocorrida na Ășltima quinta-feira (23).

Em nota, a maternidade destaca que são atendidos na unidade bebĂȘs em risco. "A UTI Neonatal atende recém-nascidos a partir de 390 gramas, com malformações e outras comorbidades, sendo referĂȘncia para prematuridade extrema". Sobre os outros dois casos, ainda são aguardados os resultados dos exames laboratoriais.

Recuperação judicial

A maternidade diz que a falta de profissionais para manter o adequado funcionamento da UTI acontece devido a escassez de profissionais no mercado e às dificuldades financeiras enfrentadas pela instituição. O hospital entrou em recuperação judicial em agosto do ano passado.

O hospital filantrópico afirma que teve a situação financeira agravada com a pandemia de covid-19 que "acarretou um grande aumento das despesas e impactou na receita proveniente dos convĂȘnios privados e particulares". Segundo a maternidade, 60% dos atendimentos são feitos pelo SUS, mas, apenas 40% das receitas chegam pela rede pĂșblica.

A maternidade faz 750 partos por mĂȘs, sendo 60% deles pelo SUS. A unidade tem mil funcionĂĄrios diretos e 600 indiretos.

A instituição, que tem 109 anos de existĂȘncia, lançou uma campanha de arrecadação para tentar equilibrar as contas.

Edição: Valéria Aguiar

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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