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Sites educacionais vigiaram crianças e adolescentes, aponta HRW

DenĂșncia foi publicada pela Human Rights Watch

Por Leandro Martins - Repórter da Rádio Nacional - São Paulo em 03/04/2023 às 20:13:29
© Rovena Rosa/Agência Brasil

© Rovena Rosa/Agência Brasil

Sete sites de educação de São Paulo e Minas Gerais coletaram e enviaram dados de estudantes para empresas de publicidade. A denĂșncia foi publicada nesta segunda-feira (3), pela organização Human Rights Watch (HRW), que investigou o assunto entre novembro de 2022 e janeiro deste ano, nos dois estados de maior população do paĂ­s.

Os sites são: Estude em Casa, Descomplica, Escola Mais, ExplicaĂȘ, MangaHigh, Stoodi e Centro de MĂ­dias da Educação de São Paulo. Eles foram contratados pelos governos estaduais para dar apoio aos estudantes durante a pandemia de covid-19, quando as aulas presenciais estiveram suspensas.

A pesquisadora de tecnologia e direitos das crianças do Human Rights Watch, Hye Jung Han, afirma que governos estaduais acabaram permitindo que qualquer pessoa tivesse acesso e coletasse informações pessoais das crianças.

A pesquisa aponta que os portais monitoraram os estudantes dentro de suas salas de aula virtuais e também acompanharam os jovens enquanto navegavam pela internet, fora do horĂĄrio de aula.

Cinco desses sites, segundo o estudo, aplicaram técnicas de rastreamento particularmente intrusivas para vigiar estudantes de forma invisĂ­vel e de maneiras impossĂ­veis de se evitar ou se proteger.

Depois da investigação, a Secretaria de Educação de Minas Gerais informou que removeu todo o rastreamento de anĂșncios de seu site. JĂĄ a Secretaria de Educação de São Paulo ainda não respondeu ao questionamento.

A Constituição Federal protege o direito à privacidade. E o Brasil também ratificou a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, que confere às crianças e adolescentes proteções especiais que resguardam sua privacidade.

Outro lado

A Escola Mais informa que não faz uso de dados de alunos em seu site para quaisquer fins e que sua polĂ­tica de privacidade estĂĄ adequada à legislação vigente. "A escola não vende e nem repassa dados de alunos a terceiros, ao contrĂĄrio do que aponta o relatório", diz, em nota.

Segundo a instituição, pelo segundo ano consecutivo, a HRW confunde a Escola Mais com uma plataforma de aprendizado online. "A Escola Mais oferece ensino presencial a mais de 3 mil alunos em 9 unidades fĂ­sicas nos estados de São Paulo e Santa Catarina. Importante esclarecer que nosso site institucional é utilizado apenas para divulgar comercialmente a escola, com informações destinadas a adultos interessados em conhecer as unidades e os métodos pedagógicos desenvolvidos", acrescentou.

Matéria alterada às 14h41 para acrescentar posicionamento da Escola Mais. A AgĂȘncia Brasil solicitou posicionamento dos demais sites citados e aguarda retorno.

Edição: Juliana Andrade

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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