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Unicef incentiva e oferece ferramentas para busca ativa escolar

A instituição realizou trĂȘs dias de agenda em Maceió e reuniu diversos gestores

Por Fabiana Barros em 27/04/2023 às 19:47:53
 Rodrigo Marinho

Rodrigo Marinho

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) realizou trĂȘs dias consecutivos de agendas em Maceió. De acordo com a instituição, o primeiro passo é a adesão e, nesse quesito, o Unicef ficou satisfeito pela presença de prefeitos, secretĂĄrios municipais, o governador Paulo Dantas e seu secretariado ligados diretamente à questão, a exemplo da Secretaria da Primeira Infância (Secria).

No Ășltimo dia 20, o Unicef realizou um planejamento estratégico para uma agenda comum e prioritĂĄria. Na terça-feira (25), a instituição e parceiros estiveram com 13 municĂ­pios da região metropolitana, incluindo Maceió, para conversar sobre busca ativa escolar e montar um arranjo de colaboração. Houve uma oficina para conhecer a metodologia para entender a rede de atores que move a busca ativa escolar. Nesta quarta-feira (26), o evento foi aberto.

A exclusão escolar não é um tema novo. Antes da pandemia, em Alagoas, cerca de 31 mil crianças e adolescentes estavam fora da escola por mĂșltiplas causas. Uma pesquisa identificou mais de 124 mil crianças e adolescentes fora da escola no Estado, após a pandemia. Foram diagnosticadas mais de 20 causas comuns nos municĂ­pios brasileiros que levam à exclusão escolar. Algumas passam pela agenda da educação, como falta de vaga, violĂȘncia cometida dentro da escola, e opção da famĂ­lia em não colocar a criança na escola.

No entanto, conforme informações da especialista em Educação do Unicef Brasil, Verônica Bezerra, o conjunto maior se concentra em questões relacionadas à assistĂȘncia e à saĂșde, como adoecimentos, avanços de casos relacionados à saĂșde mental com a pandemia, ingresso precoce no mundo do trabalho, gravidez na adolescĂȘncia, envolvimento com drogas.

Verônica destacou que a busca ativa escolar não deve ser confundida com matrĂ­cula ou rematrĂ­cula. Segundo ela, a central de busca ativa existe para enfrentar a causa que motivou a ausĂȘncia da escola, ou seja, faz uma investigação mais profunda para saber o motivo pelo qual a criança ou o adolescente teve os seus direitos violados e constrói um fluxo para acionar os serviços protetivos.

"Se é um serviço da assistĂȘncia, precisa acionar o Cras [Centro de ReferĂȘncia de AssistĂȘncia Social]. SaĂșde, por exemplo, se tiver uma criança que é cadeirante e não vai à escola porque não tem uma cadeira, é trabalhar para conseguirmos resolver", exemplificou.

Segundo Verônica, a busca ativa é escolar à medida que é o equipamento que acolhe, abraça e protege, "mas uma busca ativa só se faz efetiva com o envolvimento de todos os seguimentos, como Ministério PĂșblico, Conselho Tutelar e vĂĄrios outros que possam ter uma cota protetiva", esclareceu.

Sobre o Selo Unicef, que tem como objetivo unir esforços intersetoriais para que a infância e a adolescĂȘncia sejam prioridade nas polĂ­ticas pĂșblicas, estão inscritos 81 municĂ­pios de Alagoas que buscam essa certificação internacional. Conforme Verônica, os municĂ­pios estão no terceiro ano de implementação da agenda do selo.

"No próximo ano, estaremos fazendo o Ășltimo ano deste ciclo, momento em que a certificação irĂĄ acontecer. De verdade, a busca ativa escolar não começou hoje. Avalio o evento dessa semana positivo, primeiro porque um grande capĂ­tulo, a mobilização que demonstra o desejo institucional, foi bastante boa pela adesão com a presença dos prefeitos, governador e secretĂĄrios, o chamado foi atendido", disse. Ela afirmou que o Selo Unicef é uma estratégia multissetorial e a "busca ativa escolar estĂĄ bem no coração do selo".

De acordo com ela, o segundo momento de busca ativa também foi realizado com o fortalecimento técnico. A especialista em Educação do Unicef Brasil afirmou que a instituição estĂĄ disponibilizando parceiro implementador, a Assert, para fazer essa assistĂȘncia técnica.

O Unicef Brasil disponibilizou uma plataforma de forma gratuita que acompanha a metodologia. "Nosso papel [Unicef] é chamar, mobilizar, capacitar, oferecer estrutura, metodologias, plataforma gratuita onde a gente cadastra alertas que começam com o agente comunitĂĄrio. Depois disso, um técnico verificador investiga o caso e o coordenador aciona os serviços intersetoriais e a criança segue acompanhada por pelo menos um ano", destacou. A ação focal, realizada no dia 25, envolvendo 13 municĂ­pios da região metropolitana, incluindo Maceió, foi apoiada pela BRK.


ExperiĂȘncia

Com base na experiĂȘncia em Teotônio Vilela, a presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime Alagoas), NoĂȘmia Pereira, recomenda que os municĂ­pios tenham uma coordenação para liderar o trabalho com os agentes educacionais. "Em Teotônio, o trabalho só deu certo depois que passamos a ter uma coordenadora que tinha acesso a todas as comunidades. Para esse trabalho, precisa de uma pessoa com perfil de articulação", explicou. Teotônio Vilela possui agentes educacionais desde 2005.

A Secria participou ativamente da agenda. Uma das participantes foi a técnica e coordenadora estadual do Bolsa FamĂ­lia na Educação, FĂĄtima Filgueira. Segundo ela, a Secria pode ajudar no trabalho de busca ativa escolar em parceria com as secretarias de educação, assistĂȘncia e de saĂșde a localizar essas crianças que estão fora da escola. "Para isso, temos vĂĄrias ferramentas. Fazemos esse trabalho diariamente, pois ao registrar a frequĂȘncia dos faltosos, podemos saber os motivos. Então, podemos encaminhar para as secretarias parceiras e ajudar essas famĂ­lias", esclareceu.

Fonte: AgĂȘncia Alagoas

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