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Universidades brasileiras disputam copa mundial de foguetes nos EUA

Evento ajuda a promover projetos aeroespaciais de estudantes

Por Rafael Cardoso - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro em 09/06/2023 às 18:38:34
© Divulgação/Politécnica-UFRJ

© Divulgação/Politécnica-UFRJ

Cinco equipes formadas por estudantes de universidades pĂșblicas brasileiras participarão da Spaceport America Cup, maior competição de foguetes e satélites do mundo. O torneio serĂĄ realizado entre os dias 19 e 24 deste mĂȘs, em trĂȘs cidades do estado do Novo México, nos Estados Unidos. As instituições brasileiras representadas são as universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Federal de Santa Catarina (UFSC), de São Paulo (USP) e de BrasĂ­lia (UnB).

O evento envolverĂĄ 158 times de 24 paĂ­ses diferentes. A competição é dividida em 6 categorias, de acordo com o tipo de motor usado (comercial ou desenvolvido pela própria equipe) e a distância alcançada pelo foguete. As equipes Minerva Rockets e Sats (UFRJ), GFRJ (UERJ) e Kosmos Rocketry (UFSC) vão competir na categoria de foguetes com motor sólido, de desenvolvimento próprio, que chegam a 3 quilômetros (km) de altura. As equipes Capital Rocket (UnB) e Projeto Jupiter (USP) entram na categoria de foguetes com motor hĂ­brido/lĂ­quido, de desenvolvimento próprio, que atingem 3 quilômetros de altura.

A estudante de Astronomia JĂșlia Siqueira, de 26 anos, é a presidente da Minerva Rocket e Sats, da UFRJ, que foi fundada em 2016, e participa da competição com o foguete Aurora, de 3 metros e 10 cm, e o nanossatélite de experimentos astrobiológicos (MicrobioSat). Segundo JĂșlia, o grupo precisa desenvolver toda a parte da estrutura e dos componentes eletrônicos. O processo é complexo, mas enche a estudante de orgulho.

"Estudei a vida toda em escola pĂșblica. Quando eu imaginaria que entraria em uma universidade federal e desenvolveria um foguete? Quando a gente olha assim, de longe, parece algo extremamente difĂ­cil, muito longe da realidade. Parece que vocĂȘ tem que ser um gĂȘnio para desenvolver. E não, qualquer pessoa que tiver interesse pode chegar lĂĄ, pode aprender e ter a oportunidade de levar o projeto para um cenĂĄrio mundial e apresentar para as maiores empresas aeroespaciais do mundo. A gente bate de frente com grandes universidades, como MIT, Stanford e Columbia.".

JĂșlia ressalta que, como a UFRJ não tem curso de engenharia aeroespacial, o grupo acaba sendo multidisciplinar, com pessoas de ĂĄreas que vão da administração até a eletrônica. Para a estudante, este é um diferencial na competição, assim como a dedicação dos participantes. Além do desenvolvimento dos foguetes, é preciso cuidar da vida pessoal, dos estudos na universidade e de atividades como iniciação cientĂ­fica e dos estĂĄgios profissionais. Em meio a essa maratona diĂĄria, os estudantes acumulam conhecimentos que transcendem o ambiente acadĂȘmico.

"O que a gente faz ali modifica as pessoas. Para mim, mudou completamente a forma como encaro todas as outras ĂĄreas da minha vida em questão de responsabilidade, compromisso, dedicação, de ter que me virar, de fazer acontecer. Desenvolver uma tecnologia complexa de forma barata, no dia a dia, dentro da universidade, traz outro panorama do que é possĂ­vel fazer. A gente não faz brinquedo, faz tecnologia de verdade", afirma a estudante.

Edição: NĂĄdia Franco

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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