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Mais da metade dos brasileiros tĂȘm excesso de peso, aponta estudo

Taxa chega a 68,5% na faixa etĂĄria com idade entre 45 e 54 anos

Por Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil - Brasília em 29/06/2023 às 19:19:24
Imagem de Gemma Moll por Pixabay

Imagem de Gemma Moll por Pixabay

Estudo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com a organização global de saĂșde pĂșblica Vital Strategies alerta que, atualmente, 56,8% dos brasileiros estĂĄ com excesso de peso. O percentual representa a soma das pessoas com sobrepeso e com obesidade, ou seja, com Ă­ndice de massa corporal (IMC) igual ou acima de 25. A taxa chega a 68,5% na faixa etĂĄria com idade entre 45 e 54 anos e a 40,3% entre os mais jovens, com 18 a 24 anos.

Além disso, 10,3% da população tĂȘm diagnóstico médico de diabetes. Os grupos mais afetados são pessoas com 65 anos ou mais (26,2%) e pessoas com até oito anos de escolaridade (15,7%). Quando se trata de hipertensão arterial, 26,6% dos brasileiros receberam o diagnóstico, com maiores prevalĂȘncias entre mulheres (30,8%), idosos com mais de 65 anos (62,5%) e aqueles com até oito anos de escolaridade (38%). Entre os mais escolarizados, a prevalĂȘncia cai para menos da metade (15,6%).

Os dados fazem parte do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não TransmissĂ­veis em Tempos de Pandemia (Covitel), que ouviu 9 mil brasileiros com idade acima de 18 anos de capitais e cidades do interior das cinco regiões do Brasil, por telefone (fixo e celular), entre janeiro e abril de 2023.

Alimentação

De acordo com a pesquisa, menos da metade da população no Brasil (45,5%) consome verduras e legumes cinco vezes ou mais na semana. "Isso mostra que o consumo continua baixo entre os brasileiros, apesar de ter aumentado no Ășltimo ano após uma queda expressiva durante a pandemia (aumento de 15,2% entre 2022 e 2023)", destacou o estudo. A faixa etĂĄria que mais consome esses alimentos é a das pessoas com 65 anos ou mais, onde 45,5% consumem verduras e legumes na frequĂȘncia semanal recomendada.

Movimento na Central de Abastecimento do Estado do Rio (Ceasa-RJ), em IrajĂĄ, Zona Norte da cidade.
No Brasil 45,5% consome verduras e legumes - Tânia RĂȘgo/AgĂȘncia Brasil

O levantamento mostra desigualdades no consumo desses alimentos quando se considera sexo e escolaridade. As mulheres consomem legumes e verduras mais do que os homens – 51,5% e 39,1%, respectivamente. Além disso, 57,5 % das pessoas com maior escolaridade (12 anos ou mais de estudo) tĂȘm legumes e verduras na dieta a maior parte dos dias da semana, enquanto 40,9% dos menos escolarizados (zero a oito anos de estudo) tĂȘm esse hĂĄbito. As diferenças também são grandes entre a Região Norte (36,4%), por exemplo, e a Sul (52,6%).

A ingestão de frutas apresenta cenĂĄrio similar: 41,8% dos brasileiros tĂȘm frutas na dieta cinco vezes ou mais por semana. Nesse caso, os mais velhos (65 anos ou mais) também são os que mais consomem com a frequĂȘncia adequada (62,8%). Mulheres comem mais frutas que homens: 49,6% contra 33,4%. Entre brancos, 47,3% tĂȘm o hĂĄbito, mais do que entre pretos e pardos (37,9%). O consumo regular de frutas estĂĄ presente para 48,2% da população mais escolarizada e para 39,3% dos menos escolarizados.

JĂĄ com relação à inclusão de refrigerantes e sucos artificiais na dieta, 17,8% dos brasileiros consomem esse tipo de produto cinco vezes ou mais vezes na semana.

Atividade fĂ­sica

De acordo com a pesquisa, apenas 31,5% dos brasileiros praticam pelo menos 150 minutos de atividade fĂ­sica moderada ou vigorosa por semana. HĂĄ diferenças considerĂĄveis quando se olha recortes como sexo, idade e escolaridade. 34,8% dos homens são fisicamente ativos, contra 28,3% das mulheres. 48,3% das pessoas com maior escolaridade são fisicamente ativas – mais que o dobro dos menos escolarizados (20,9%). O Ă­ndice fica em 18,9% entre os maiores de 65 anos e em 37,9% na faixa etĂĄria dos 25 a 34 anos.

Tabagismo

O Covitel 2023 mostra que a prevalĂȘncia atual de tabagismo (uso de cigarro convencional, de palha, de papel, charuto e cachimbo) no Brasil é de 11,8%. Nos trĂȘs perĂ­odos avaliados pelo inquérito (pré pandemia, primeiro trimestre de 2022 e primeiro trimestre de 2023), a prevalĂȘncia se manteve estĂĄvel no paĂ­s, interrompendo uma tendĂȘncia de redução registrada ao longo dos Ășltimos anos. Quem mais fuma são homens (15,2%), pessoas da Região Sul (15,8%) e as com idade entre 45 e 54 anos (15,2%).

Álcool

Os dados também apontam 22,1% de prevalĂȘncia de uso abusivo do ĂĄlcool entre os brasileiros nos 30 dias que antecederam as entrevistas. A prevalĂȘncia ficou maior entre pessoas do sexo masculino (28,9%), com maior escolaridade (26,5%) e jovens adultos entre 18 e 24 anos (32,6%). JĂĄ 7,2% da população brasileira relatou fazer consumo regular do ĂĄlcool, que contempla trĂȘs ou mais vezes por semana. As maiores prevalĂȘncias são entre pessoas do Sudeste (10,2%) e homens (11,8%).

SaĂșde mental

Atualmente, 12,7% dos brasileiros relatam ter recebido diagnóstico médico para depressão. As maiores prevalĂȘncias estão na Região Sul (18,3%), entre as mulheres (18,1%) e na faixa etĂĄria de 55 a 64 anos (17%), seguida pelos jovens de 18 a 24 anos (14,1%). JĂĄ o diagnóstico médico para ansiedade chegou para 26,8% dos brasileiros. De acordo com o estudo, um terço (31,6%) da população mais jovem de 18 a 24 anos é ansiosa. As prevalĂȘncias são maiores no Centro-Oeste (32,2%) e entre mulheres (34,2%).

Sono

Por fim, 59,3% dos entrevistados do Covitel afirmaram dormir o tempo recomendado para a idade. Os nĂșmeros mostram que 58,9% dos brasileiros dizem dormir bem, sendo 63,9% entre os homens e 54,3% entre mulheres. No recorte raça/cor, também hĂĄ diferenças: 64,2% das pessoas brancas relatam dormir bem, Ă­ndice que fica em 55,1% entre pretos e pardos.

Edição: Valéria Aguiar

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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