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TelessaĂșde busca reduzir mortalidade de indĂ­genas no MĂ©dio Solimões

Equipes usam sistema de telemonitoramento de gestantes de alto risco

Por Lucas Pordeus León - Repórter da Agência Brasil - Brasília em 30/07/2023 às 19:01:29
© Mario Oliveira/ MTUR

© Mario Oliveira/ MTUR

Devido aos altos Ă­ndices de mortalidade materna e infantil de indĂ­genas na região do Médio Solimões e Afluentes, no Amazonas, a Universidade Federal do estado vem realizando a capacitação de profissionais que atendem mães indĂ­genas. A meta é fazer com que as equipes usem a plataforma de telemonitoramento de gestantes de alto risco.

Foram 30 profissionais capacitados ao longo dessa semana no municĂ­pio de Tefé, localizado a 523 quilômetros de Manaus.

"A gente vem perdendo mulheres. Perdendo por uma coisa muito simples, que é a questão do pré-natal, que é a questão da prevenção", relata a indĂ­gena tikuna ErcĂ­lia Vieira, que coordena o Distrito SanitĂĄrio de SaĂșde IndĂ­gena (DSEI) da região, composto por 14 municĂ­pios do oeste do Amazonas.

A morte materna é o óbito de uma mulher durante ou até 42 dias após o término da gestação. Na grande maioria dos casos, a morte é evitĂĄvel com um simples acompanhamento da gestante.

Pacientes

A plataforma que as profissionais aprendem a manipular reĂșne informações sobre o pré-natal e permite que os enfermeiros e técnicos de enfermagem do DSEI insiram, no meio digital, os dados dos pacientes que se enquadram nesse perfil de gravidez de alto risco. Além disso, a plataforma conecta as equipes de enfermagem aos médicos que residem nas cidades.

"Tecnologias digitais de informação e comunicação integram o eixo principal do projeto. Uma região como a nossa, como a Amazônia, uma extensão territorial imensa e com barreiras de acesso geogrĂĄfico quase intransponĂ­veis, esse é o melhor caminho para vocĂȘ chegar até essas comunidades mais distantes", destaca Pedro Elias, que coordenou a capacitação realizada pelo Hospital UniversitĂĄrio GetĂșlio Vargas (HUGV).

O enfermeiro João Paulo Barreto salienta que muitas vezes a equipe de enfermagem tem que fazer atendimentos sem auxĂ­lio de médicos, se deparando com gestantes de alto risco. Ele atua em um posto de saĂșde que fica distante sete horas de viagem do municĂ­pio mais próximo e atende cerca de 1,4 mil indĂ­genas.

Para Barreto, o projeto é fundamental porque permite ter acesso a médicos. "Com esse programa, a gente pode ter um feedback com especialista para saber como lidar com essas pacientes", acentua. O enfermeiro acrescenta que a dificuldade é acessar a internet, que é limitada a poucas horas no perĂ­odo noturno na escola da região.

"Os professores fornecem a senha do wi-fi para a gente utilizar. Então, nós só temos esse perĂ­odo da noite para ter um contato com o mundo fora da aldeia", finaliza João Paulo.

*Com informações da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Edição: Kleber Sampaio


Fonte: AgĂȘncia Brasil

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