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Unicef: estratĂ©gia criada hĂĄ 6 anos levou 193 mil alunos à escola

Acesso aos estudos garante efetivação de outros direitos, diz entidade

Por Léo Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro em 08/08/2023 às 09:56:14
© Arquivo/ Agência Brasil

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O Busca Ativa Escolar, estratégia implantada hĂĄ seis anos no Brasil, garantiu o retorno de 193 mil crianças e adolescentes à escola no perĂ­odo entre 2018 e 2023. A iniciativa estĂĄ presente em 3,5 mil cidades de 22 estados brasileiros. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (7) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), agĂȘncia vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU) que desenvolveu a estratégia em parceria com a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

Lançado no segundo semestre de 2017, o trabalho da Busca Ativa Escolar é focado em crianças e adolescentes que estão fora ou em risco de abandono da escola. O sexto aniversĂĄrio do programa foi lembrado hoje durante a programação do 19Âș Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, em CuiabĂĄ. O evento vai até quarta-feira (9). Também estĂĄ sendo lançada a campanha Fora da escola não pode!.

O Unicef e a Undime, em conjunto com a União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação, estão disponibilizando ainda a publicação MatrĂ­cula a qualquer tempo: um passo importante para garantir o direito à educação, que traz orientações técnicas para a assegurar a matrĂ­cula de crianças e adolescentes em qualquer perĂ­odo do ano letivo.?

De acordo com nota divulgada pelo Unicef, o acesso à escola, além de ser o primeiro passo para a garantia do direito constitucional à educação, garante a efetivação de outros direitos. Segundo a organização, a Busca Ativa Escolar foi se aprimorando ao longo do tempo e tornando-se uma estratégia cada vez mais integrada às polĂ­ticas pĂșblicas de municĂ­pios e estados. Conforme dados divulgados hoje, somente no primeiro semestre deste ano, mais de 51 mil crianças foram identificadas, atendidas e rematriculadas.

"O Brasil vinha avançando nos Ășltimos anos, mas ainda não havia conseguido universalizar esse acesso, em especial para as crianças de 4 a 5 anos de idade e adolescentes de 15 a 17 anos. Com a pandemia de covid-19, a situação se agravou e as desigualdades educacionais se ampliaram, afetando sobretudo aqueles jĂĄ socialmente mais vulnerĂĄveis, como pretos e pardos, moradores de comunidades tradicionais, crianças e adolescentes com deficiĂȘncia e aqueles que vivem na pobreza, nos grandes centros urbanos", diz o Unicef.

A Ășltima edição da Pesquisa Nacional por Amostra de DomicĂ­lios ContĂ­nua (Pnad ContĂ­nua), divulgada em junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂ­stica (IBGE), mostrou pequena queda no percentual de crianças de 4 a 5 anos frequentando a escola: saiu de 92,7% em 2019 para 91,5% em 2022. O levantamento mostrou discrepâncias regionais. No Norte, 82,8% das crianças de 4 a 5 anos frequentavam a escola em 2022, enquanto, no Sudeste e no Nordeste, o Ă­ndice foi superior a 93%. A Pnad ContĂ­nua revelou ainda a universalização do ensino praticamente alcançada no Brasil para a população entre 6 e 14 anos: 99,4% das crianças e adolescentes dessa faixa etĂĄria estão na escola.

De acordo com o Unicef, a Busca Ativa Escolar tem sido importante para a queda das taxas de abandono escolar. O desenvolvimento da estratégia passou por diferentes fases: sistematização de experiĂȘncias jĂĄ existentes, validação de fluxos e metodologia junto a alguns municĂ­pios, teste piloto em 24 cidades e redesenho levando em conta os resultados deste.

A chefe de Educação do Unicef no Brasil, Mônica Dias Pinto, explica que após a adesão de uma prefeitura à Busca Ativa Escolar, é criado um comitĂȘ intersetorial com a participação de todas as secretarias que podem ser envolvidas.

"Normalmente, as ĂĄreas de educação, assistĂȘncia social e saĂșde fazem parte desse comitĂȘ e, com seus respectivos profissionais, estabelecem os fluxos de localização das crianças que estão fora da escola. A partir daĂ­, começa todo um trabalho de pesquisa e de anĂĄlise dos dados para identificar quais são as polĂ­ticas necessĂĄrias para que sejam apoiadas famĂ­lias, crianças e adolescentes no retorno à escola, na rematrĂ­cula. Outras secretarias podem estar envolvidas. Por exemplo, as secretarias ligadas ao transporte e à juventude, ou a Secretaria da Mulher, a depender do contexto onde essa busca ativa esteja sendo implementada", diz Mônica.

Ela acrescenta que a estratégia tem outra dimensão, que consiste em uma plataforma digital desenvolvida e mantida pelo Unicef e pela Undime. É nessa plataforma que fica registrado todo esse processo de identificação, além do alerta de crianças, do estudo de caso, da rematrĂ­cula e do acompanhamento desses alunos durante um ano após a rematrĂ­cula. "Tudo isso se concretiza através dessa ferramenta que é uma grande plataforma com uma base de dados protegida pela Lei Geral de Proteção de Dados. As secretarias tĂȘm toda segurança de tramitar ali tudo que é preciso ser feito para garantir que essas crianças sejam de fato atendidas."

Edição: NĂĄdia Franco

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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