Em 2024, o PrĂȘmio Jovem Cientista terĂĄ cinco categorias premiadas: Estudante do Ensino Médio; Estudante do Ensino Superior; Mestre e Doutor; Mérito Institucional; e Mérito CientĂfico. Nesta Ășltima categoria, receberĂĄ homenagem a pesquisadora ou o pesquisador que tenha se destacado na ĂĄrea relacionada ao tema da edição.
O presidente do CNPq, o fĂsico e engenheiro Ricardo Galvão, disse que a premiação reconhece cientistas de todos os tamanhos. "Não é só o cientista top, que estĂĄ na linha de frente, que vai ser premiado. [O prĂȘmio] começa desde o estudante do ensino médio, da graduação, àquele que ousa e quer fazer alguma coisa, além do livro que ele lĂȘ todos os dias. É para aquele que procura novos conhecimentos e não tem medo de errar."
"Não vamos ter um desenvolvimento sustentĂĄvel, socialmente justo e econômico, sem polĂticas pĂșblicas fortemente baseadas na ciĂȘncia e na tecnologia. Para isso, é necessĂĄrio o cidadão comum, não somente o cientista e o professor universitĂĄrio, ter uma compreensão da relevância da ciĂȘncia", reforçou o presidente do CNPq.
Com a escolha dos premiados em cada edição, a organização do PrĂȘmio Jovem Cientista tem o objetivo de reconhecer talentos, impulsionar a pesquisa cientĂfica e, igualmente, investir em estudantes e jovens pesquisadores que procuram inovar na solução dos desafios da sociedade.
A presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de NĂvel Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação, Mercedes Bustamante, defendeu que é preciso incentivar jovens para a carreira cientĂfica. "A gente percebe a necessidade de formação dessa nova geração de pesquisadores brasileiros, para que entendam que a carreira cientĂfica é uma contribuição essencial para um desenvolvimento soberano, sustentĂĄvel, justo e equitativo para o Brasil."
João Alegria, secretĂĄrio-geral da Fundação Roberto Marinho, convidada pelo CNPq para articular o prĂȘmio, afirmou que a ciĂȘncia jĂĄ estĂĄ no cotidiano das comunidades e que o PrĂȘmio Jovem Cientista contribui para aproximar essas realidades. "Que a gente aproveite essa jornada para compartilhar método de processos da ciĂȘncia, para inspirar pessoas e que elas entendam o valor da ciĂȘncia do conhecimento. É muito bom a gente demonstrar como produção de conhecimento estĂĄ próxima à vida das pessoas e transforma a sociedade".
O evento de lançamento do PrĂȘmio Jovem Cientista contou a presença de diversos pesquisadores, representantes das sociedades cientĂficas e da sociedade civil. Entre os convidados, o professor da Universidade de BrasĂlia (UnB), Gilberto Lacerda, agraciado na categoria de Graduação, na edição de 2001, testemunhou sobre os legados da premiação.
Para o pesquisador, além de reconhecer a excelĂȘncia da produção de conhecimento cientĂfico, o que mais importa é a divulgação desses trabalhos para que não se percam e deixem de ser Ășteis à sociedade. "É muito importante a divulgação. HĂĄ teses de doutorado que são geniais, mas, podem ficar para sempre em cima da mesa. Na época da minha premiação, desenvolveram todo um aparato de divulgação e foi isso que permitiu que a pesquisa viajasse a outros paĂses: Estados Unidos, França, CanadĂĄ, Áustria", recorda-se Gilberto Lacerda.
Jaqueline Goes, biomédica da equipe que fez o primeiro sequenciamento do genoma do novo coronavĂrus, vĂȘ o PrĂȘmio Jovem Cientista como uma excelente oportunidade de incentivar o trabalho dos cientistas. "A gente vem de um perĂodo recente em que a ciĂȘncia foi completamente deixada de lado, desprestigiada em seus feitos e, principalmente, atacada. Então, a retomada do prĂȘmio, sem dĂșvidas, é a retomada da ciĂȘncia. De fato, é o comprometimento que a gente vĂȘ dentro da nova gestão [federal], com o reconhecimento dos cientistas".
"Quando divulgamos à sociedade o prĂȘmio e os cientistas vencedores, também estamos divulgando a ciĂȘncia e fomentando essa curiosidade, essa possibilidade de jovens acessarem esse conhecimento e, assim, se inspirarem para participarem das novas gerações de cientistas", prevĂȘ a pesquisadora Jaqueline Goes de Jesus.
O PrĂȘmio Jovem Cientista foi instituĂdo em 1981 pelo CNPq, com a parceria da Fundação Roberto Marinho. A premiação é considerada um dos mais importantes reconhecimentos aos cientistas brasileiros.
Nestes 42 anos de existĂȘncia, a premiação reconheceu 194 pesquisadores e estudantes, além de 21 instituições de ensino médio e superior, nas 29 edições anteriores. A Ășltima ocorreu em 2019.
Fonte: AgĂȘncia Brasil