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Agrotóxicos: 25% dos alimentos de origem vegetal no paĂ­s tĂȘm resĂ­duos

Programa da Anvisa rastreou 1,7 mil amostras coletadas em todo o paĂ­s

Por Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil - Brasília em 06/12/2023 às 17:48:34
© Fernando Frazão/Agência Brasil

© Fernando Frazão/Agência Brasil

Dados da AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa) mostram que 25% dos alimentos de origem vegetal consumidos no Brasil tĂȘm resíduos de agrotóxicos acima do permitido ou sem autorização. "A inconformidade é um sinal de erros no processo produtivo e na adoção de boas prĂĄticas agrícolas", destacou a agĂȘncia.

Do total de 1.772 amostras analisadas e coletadas em supermercados de todo o país, 41,1% não tinham resíduos e, em 33,9% delas, estes estavam dentro do limite permitido. As amostras são coletadas semanalmente pela vigilância sanitĂĄria dos estados e municípios. Cada amostra é cadastrada em um sistema de gerenciamento antes do envio.

Os resultados do ciclo 2022 do Programa de AnĂĄlise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos mostram que 67% das amostras puderam ser rastreadas até o distribuidor e 23%, até o produtor rural. Segundo a Anvisa, as amostras são analisadas em laboratórios especializados por meio de métodos científicos reconhecidos internacionalmente.

Ainda de acordo com a pesquisa, trĂȘs amostras apresentaram risco agudo para o consumidor de danos à saúde pelo consumo de uma grande porção do alimento em curto espaço de tempo, como uma refeição ou um dia de consumo.

Quanto ao risco crônico, nenhum dos agrotóxicos pesquisados?apresentou exposição pelo consumo de alimentos maior que a ingestão diĂĄria aceitĂĄvel.

Ciclo 2018-2019

A Anvisa apresentou ainda os resultados do ciclo 2018-2019 do Programa de AnĂĄlise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos. Das 3.296 amostras analisadas, 33,2% não tinham resíduos; 41,2% tinham resíduos dentro do limite permitido e 25,6% tinham inconformidades. Dezoito amostras apresentaram risco agudo ao consumidor, 66% puderam ser rastreadas até o distribuidor e 28%, até o produtor rural.

Laranja

Um dos destaques citados pela agĂȘncia no histórico do programa é a redução do risco agudo na laranja. No ciclo de 2013/2015, 12,1% das amostras analisadas tinham potencial de risco agudo. JĂĄ no ciclo de 2018/2019, o número caiu para 3% e, nas amostras de 2022, ficou em 0,6%.

"Um dos principais motivos dessa evolução foi a proibição do uso de carbofurano no processo de reavaliação e a exclusão do uso de carbossulfano na cultura de citros [plantas cítricas]", destacou a Anvisa, que restringiu outras substâncias, como a metidationa e o formetanato.

Para esses agrotóxicos, também houve a exclusão de autorização do uso em alimentos como laranja, uva e morango.

Entenda

Nos últimos dez anos, os dados da pesquisa tĂȘm sido usados para orientar a reavaliação de agrotóxicos no Brasil. O programa também permitiu a elaboração da norma conjunta da Anvisa e do Ministério da Agricultura e PecuĂĄria para a rastreabilidade de alimentos.

"Os resultados orientam ainda a possibilidade de restrições de determinados agrotóxicos para culturas específicas, como o carbossulfano, a metidationa e o formetanato, que tiveram restrições para algumas lavouras", conclui a Anvisa.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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