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Sistema de sensores 3D apoiado pela Fapeal chama a atenção pelo potencial de mercado

Os sensores da Otimize analisam os movimentos do corpo e fornecem dados completos da performance para esportistas e usuários

Por Tárcila Cabral / Ascom Fapeal em 12/01/2024 às 19:10:00
Cortesia Agência Alagoas

Cortesia Agência Alagoas

Unindo o universo da academia com o mercado de negócios, uma startup apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) desenvolveu um sistema de sensores e software que analisa os movimentos do corpo humano. Com um preço mais atrativo do que as usuais câmeras infravermelhas utilizadas em filmes, a Otimize vem despontando no mercado esportivo e de health tech.

Segundo o CEO da empresa, Natanael Sousa, a ideia surgiu durante o doutorado na Universidade de São Paulo (USP), onde ele trabalhava com atletas profissionais de basquete, investigando os movimentos dos jogadores no momento do salto.

"Para isso, a gente utilizava de um sistema de câmeras infravermelhas. Elas são de alta resolução e têm a capacidade de captar a imagem, como nos filmes de efeitos especiais e vídeo games. Os atores vestem uma roupa preta cheia de bolinhas brancas. Estes são marcadores reflexivos, em que você relaciona para o software em qual parte do corpo você colocou os materiais, daí ele reconstrói o esqueleto do usuário captando o movimento para ser analisado", explicou o fisioterapeuta e Doutor em ciências.

Porém, uma a questão para o estudo é que o sistema de câmeras infravermelhas, além de trabalhoso, era de custo elevado, variando de R$ 800 mil a R$2 milhões de reais.

"Eu precisava utilizar aquelas fitas dupla face e colocar em todo o time sub 19 e sub 17. E não podia ter pelos, então eles tinham que fazer a retirada deles em toda a parte do corpo, para que o equipamento fosse colocado. Os times chegavam num ônibus com quase 50 jogadores 8 da manhã, mas para iniciar eu tinha que estar no laboratório às 6h, para preparar esse tanto de marcador, calibrar a sala, porque é um ambiente fechado, e depois que todo o trabalho fosse realizado eu ainda precisava processar uma montanha de dados gerados", explicou Natanael Sousa.

Depois de se empenhar em tantos processos, o pesquisador pensou que deveria haver uma forma mais simples para se analisar estes dados. Aí então, ele foi apresentado a um mecanismo chinês de sensores que podiam ser acoplados ao corpo – um aluno que o doutorando, naquela época, coorientava, levou o exemplar até ele. Porém, eles não funcionaram exatamente como deveriam.

Apesar disso, o professor se entusiasmou com a ideia do equipamento, em que era possível vestir os sensores que, mesmo com fios, permitiam livre mobilidade para circular numa área aberta e maior. Dessa forma, a partir de 2014, ele passou a pesquisar o funcionamento base dos sensores e entendeu que estes exemplares funcionavam com a mesma tecnologia dos celulares, que é o sensor inercial de movimento, muito utilizado em drones do exército americano, na pilotagem de navios e em carros autônomos. Assim, o edital do Programa Centelha AL 2 foi lançado pela Fapeal em 2019, revelou-se como uma oportunidade estratégica para a sua ideia.

A proposta da Otimize, com sensores que vêm em conjunto ao aplicativo, é estudar o deslocamento do corpo na realização de um movimento. Com uma braçadeira similar a dos relógios de atividade física, que pode ser posicionada ao longo do corpo, ao dar play os sensores irão rastrear todo o movimento realizado. Quando finalizado o treino, o app irá fornecer qual a angulação feita durante o exercício, e com esses dados é possível analisar se o usuário fez atividades excessivas, poucos movimentos, ou se estava dentro do esperado.

O sistema consegue dar com precisão 3D todas as ações feitas, o que não é possível ver em imagens de câmeras comuns, sem contar o adicional da análise. "Você pode utilizar isso para ajustar os movimentos e fazê-los com uma qualidade melhor, para a evolução de uma performance, para prevenir uma lesão", explicou o empreendedor.

Apoio da Fapeal e perspectivas futuras

Natanael Sousa afirmou que o apoio da Fapeal permitiu que a proposta saísse do papel. Com os recursos, foi possível criar os protótipos, elaborar o desenho da case, produzir o projeto dos sensores e até mesmo pagar as bolsas dos desenvolvedores.

A empresa também foi contemplada no edital Lagoon Startups, lançado em parceria entre a Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação e a Fapeal, obtendo investimentos para a execução e confecção do sistema. "Os investimentos foram fundamentais para que hoje a Otimize pudesse estar no mercado e fazer as suas primeiras vendas, então a Fapeal foi tudo", concluiu o pesquisador.

Com as vendas iniciais feitas em 2023 e as solicitações do sistema, o CEO já entende que é seu produto é um artigo demandado no mercado do esporte.

Fonte: Agência Alagoas

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