Mariel Mathias / Ascom Seteq
A Secretaria do Estado do Trabalho, Emprego e Qualificação por meio do Programa Catamais Alagoas divulga o primeiro relatório de sistematização da fase inicial de cadastramento dos catadores e catadoras no Programa Catamais. A análise do perfil socioeconômico e demográfico destes indivíduos é baseada no cadastro de 347 catadores, realizado entre os dias 21 de Abril de 2024 e 28 de Junho de 2024 principalmente na região metropolitana de Maceió.
O gerente de qualificação da Seteq, Lucas de Barros, destaca a importância do levantamento que foi feito junto com a cooperativa Mãos Verdes. Ele explica que esse é o primeiro levantamento que também engloba os dados dos catadores autônomos e que a meta é cadastrar 1.840 catadores em todo o estado de Alagoas. Desses cadastros vão sair um diagnóstico da situação socioeconômica desses trabalhadores e assim oferecer serviços públicos e programas para melhoria da qualidade de vida.
"Nesse raio-x tem alguns dados simbólicos, inclusive, sobre a questão da alfabetização, muitos não têm nenhum tipo de alfabetização e também não tem cadastro no Cadúnico. Esses são pontos que podem ser trabalhados para melhorar a vida dessas pessoas. Com os dados em mãos, a gente pode encaminhar para as outras secretarias, para outros programas, para que eles possam ser alfabetizados, incluso nos programas de benefício social que o governo tem e oferece para essa população", explicou Lucas o gerente de qualificação.
Lucas também informa que após o levantamento inicial, a Seteq já vai começar a oferecer qualificação e mais EPI's para esses trabalhadores já no próximo mês.
"A gente está fazendo esse trabalho, inicialmente o cadastro e o diagnóstico, mas agora em agosto a gente vai começar a fase de capacitação, fazer alguns cursos para qualificar, melhorar a condição de trabalho, eles entenderem os direitos que eles têm, melhorar a qualidade do trabalho deles através da doação de fardamentos, de EPI's também, dentro daqueles trabalhos em cooperativas e associações, estruturado do ponto de vista de equipamentos, de reciclagem, para melhorar na hora da comercialização", conclui Lucas.
A maioria dos catadores cadastrados até o momento reside na cidade de Maceió (78,39%). Também já começaram a ser cadastrados os catadores de Marechal Deodoro (8,07%), Pilar (6,92%), União dos Palmares (3,46%), Satuba (2,02%) e Arapiraca, que nesta primeira fase ainda não teve um amplo cadastro, com (1,15%). Com a expansão das ações de cadastramento, espera-se que a maior parte dos registros continue a se concentrar nos grandes centros urbanos, como Maceió e Arapiraca.
- 53,9% são mulheres e 46,1% homens e 69% dos catadores cadastrados têm entre 31 e 60 anos de idade
- 55% tem ensino fundamental incompleto
- Não-alfabetizados ou analfabetos funcionais totalizam 27,67%
- Apenas 15% cursaram o ensino médio.
- 98,56% dos cadastrados tem como atividade principal a catação
- 38% também exercem outras atividades como de diarista e pedreiro
- 54,18% dos cadastrados trabalha como catador a menos de 10 anos,
- 37,18% já trabalham entre 10 e 20 anos.
- 67% deles têm renda familiar menor que R$ 1.500,00
- 12% têm renda acima de R$ 2.000,00.
- 87% informaram possuir famílias compostas com até 5 pessoas.
- 50,7% já possuem registro no Cadastro Único para Programas Sociais
- 49,3% não possuem cadastro no Cadúnico
- 136 fazem parte de cooperativa ou associação.
- 81,3% dos catadores não conhecem nenhuma lei ou direito ligado à profissão
- 89,6% não conhecem o papel da educação ambiental
- 68,6% não sabem o papel da logística reversa no processo de reciclagem
Os catadores que ainda não participaram da pesquisa podem entrar em contato através das cooperativas ou responder aos pesquisadores que seguem com a busca ativa nos municípios para cadastrar esses catadores. Quem quiser mais informações sobre o programa também pode entrar em contato pelo e-mail [email protected].
Fonte: Agência Alagoas