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Operação do Gaesf cumpre mandados contra suspeitos de causar prejuĂ­zo estimado de R$ 435 milhões em fraudes fiscais em Alagoas e outros estados

Os nomes dos suspeitos serão divulgados após o encerramento da operação

Por Janaina Ribeiro - MPAL em 12/05/2021 às 09:15:12

O Ministério PĂșblico do Estado de Alagoas (MPAL), por meio do Gaesf – Grupo de Atuação Especial no Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens, deflagrou, na manhã desta quarta-feira (12), a operação Noteiras, cujo objetivo é desarticular uma organização criminosa (Orcrim) especializada no cometimento de fraudes fiscais que podem chegar à casa dos R$ 435 milhões. A ação ocorre simultaneamente em Alagoas e em São Paulo.

Ao todo, foram expedidos 77 mandados judiciais, todos da 17ÂȘ Vara Criminal da Capital. Para Alagoas, são 10 de prisão e, para São Paulo, outros 14. JĂĄ de busca e apreensão são 37 no estado paulista e mais 16 em Maceió. Além disso, a pedido do Gaesf, o JudiciĂĄrio alagoano também determinou o bloqueio de 265 contas-correntes de pessoas fĂ­sicas e jurĂ­dicas, no valor total de R$ 435.132.254,09
(quatrocentos e trinta e cinco milhões, cento e trinta e dois mil, duzentos e cinquenta e quatro reais e nove centavos). Segundo os investigadores, esse é o valor estimado do prejuĂ­zo ao tesouro estadual de Alagoas e dos demais estados.

"Esta é uma investigação que jĂĄ dura dois anos e foi planejada com muito cuidado porque envolve pessoas de outros estados. Inclusive, temos uma promotora de Justiça que estĂĄ fora de Alagoas exatamente para acompanhar o cumprimento dos mandados de prisão na capital paulista", informou o coordenador do Gaesf, promotor de Justiça Cyro Blatter.

"A Noteiras, em resumo, pretende cumprir prisões, bloquear contas e valores, apreender documentos, bem como qualquer outro elemento de convicção supostamente utilizado na prĂĄtica desses crimes ligados às atuações ilĂ­citas da Orcrim que age, principalmente, em Alagoas e em São Paulo", acrescentou o promotor.

O esquema

De acordo com o Gaesf, as fraudes aconteceram por meio da emissão de cerca de 20 mil notas fiscais fraudulentas, no valor aproximado de R$ 4 bilhões, visando a geração de falsos créditos tributĂĄrios através de empresas fantasmas, com informações inverĂ­dicas relativas a propriedade e gestão desses estabelecimentos comerciais que jamais existiram.

Para o cometimento dos ilĂ­citos penais havia participações criminosas de contadores, empresĂĄrios, "testas de ferro" e "laranjas". Todos eles são acusados de organização criminosa, falsidades ideológica e de documentos, fraudes societĂĄrias, lavagens de bens, dentre outros ainda em apuração. Tudo isso causou vultosos prejuĂ­zos ao erĂĄrios dos dois estados e o valor exato final do dano se encontra em apuração nas fazendas pĂșblicas de Alagoas e de São Paulo. Outros estados também serão alvos de operações posteriores.

Para esta operação, o MPAL contou com o apoio do Ministério PĂșblico de São Paulo, da Secretaria de Fazenda de São Paulo e da Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo.

Noteiras

O nome da operação faz referĂȘncia ao apelido recebido por empresas que emitem notas fiscais falsas. Essas notas são emitidas visando a geração de créditos fiscais ilĂ­citos.

Composição do Gaesf

O Gaesf é composto pelo Ministério PĂșblico do Estado de Alagoas, Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Procuradoria-Geral do Estado (PGE/AL), Secretaria de Segurança PĂșblica de Alagoas (SSP), por meio das PolĂ­cias Civil e Militar, Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) e PolĂ­cia Penal, com o apoio da PerĂ­cia Oficial de Alagoas.

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