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Estudo mostra efeitos da covid-19 na placenta e reflexos nos fetos

Estudo feito por pesquisadores da PontifĂ­cia Universidade Católica do ParanĂĄ (PUCPR), Universidade Federal do ParanĂĄ (UFPR) e do Instituto Pesquisa PelĂ© Pequeno PrĂ­ncipe (IPPPP) constatou que a covid-19 pode afetar a placenta de gestantes, com reflexos nos fetos

Por Redação em 11/06/2021 às 20:40:34

Estudo feito por pesquisadores da PontifĂ­cia Universidade Católica do ParanĂĄ (PUCPR), Universidade Federal do ParanĂĄ (UFPR) e do Instituto Pesquisa Pelé Pequeno PrĂ­ncipe (IPPPP) constatou que a covid-19 pode afetar a placenta de gestantes, com reflexos nos fetos. Entre esses reflexos estão o nascimento prematuro e até mesmo a morte intrauterina do bebĂȘ.

A pesquisa foi desenvolvida no Hospital de ClĂ­nicas e no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, com consentimento das pacientes e aprovação do ComitĂȘ de Ética das instituições.

A principal conclusão do estudo foi que na grande maioria das pacientes com forma assintomĂĄtica ou leve da doença, que não precisaram de internação, o vĂ­rus não teve qualquer efeito para o bebĂȘ. "Não encontramos efeito nem a longo prazo e nem imediatamente com a mãe que estĂĄ em casa, jĂĄ no finalzinho da gestação, que estĂĄ com covid e foi para o hospital ganhar o bebĂȘ. A gente não encontrou nenhum evento adverso", disse à AgĂȘncia Brasil a professora Lucia de Noronha, da Escola de Medicina da PUCPR, uma das coordenadoras do estudo.

Praticamente todas as mães que que foram hospitalizadas com uma forma moderada ou grave de covid-19 tiveram eventos adversos, seja um parto prematuramente induzido, porque o bem-estar fetal estava comprometido, seja a perda do bebĂȘ. "Foi o evento mais raro, mas aconteceu nas formas moderadas e graves que necessitaram de hospitalização. As formas leves não tiveram problemas, o que é uma excelente notĂ­cia, porque significa que a imensa maioria das mães vai ter seus bebĂȘs normalmente", afirmou LĂșcia.

Ela chamou a atenção para o fato de que todas as mulheres com formas moderadas e graves da doença tinham comorbidades, como obesidade, diabetes e hipertensão. "Mas os bebĂȘs não morreram por causa da comorbidade e sim por causa da covid. As mães tiveram forma grave porque tinham comorbidades", disse. Entre as mulheres assintomĂĄticas ou com casos leves da covid-19 nem todas tinham comorbidades.

Foco

O foco do trabalho era observar o efeito sobre a placenta das mulheres grĂĄvidas. Os pesquisadores encontraram alterações na placenta, decorrentes da doença vascular da covid-19. "A covid é uma doença vascular e a placenta é o pulmão do bebĂȘ. É por onde o bebĂȘ respira e recebe nutrientes, por meio dos vasos da mãe. Se a covid-19 afeta os vasos da mãe, o bebĂȘ passa a não receber nutrientes nem oxigĂȘnio. O bebĂȘ entra em hipófise fetal", explicou a professora. Nesse momento, segundo ela, o médico tem de tirĂĄ-lo da barriga da mãe, para salvar a vida dele. É o parto prematuro induzido.

Os pesquisadores buscaram entender como a placenta, estando no meio, entre o bebĂȘ e a mãe, era afetada pela covid-19. "É a forma grave da doença que faz essa lesão vascular importante. E essa lesão vascular é no corpo todo da mãe, incluindo a placenta, que é a comunicação da mãe com o bebĂȘ. E os vasos tĂȘm de estar saudĂĄveis", acrescentou LĂșcia.

Nova etapa

Na etapa preliminar do trabalho, foram estudadas 40 pacientes, sendo 20 com covid-19 e 20 sem a doença, na mesma época, com as mesmas comorbidades, para entender o que era comorbidade e o que era covid-19. Essas mulheres jĂĄ estavam grĂĄvidas quando a pandemia foi declarada no Brasil. Agora, em uma segunda fase da pesquisa, serão estudadas 60 pacientes afetadas pela doença e 60 que tĂȘm teste negativo. Diferentemente das pacientes da primeira etapa do trabalho, essas engravidaram durante a pandemia.

As novas pacientes serão acompanhadas pelos pesquisadores em todos os momentos da gestação e da doença. Elas incluem mulheres com e sem comorbidades. Os cientistas pretendem estudar de maneira mais profunda também as formas mais leves da doença, para ver se a conclusão de que não não hĂĄ consequĂȘncia nenhuma para o bebĂȘ estĂĄ correta.

LĂșcia de Noronha adiantou que a ideia é acompanhar ainda o desenvolvimento do bebĂȘ, no perĂ­odo de puericultura, para ver se vai crescer da mesma forma que outras crianças. "Ao que tudo indica, não tem problema nenhum nas formas leves. A gente quer olhar minuciosamente para tudo isso", disse a pesquisadora.

O estudo Association between Covid-19 pregnant women symptoms severity and placental morphologic features foi publicado no periódico Frontiers in Immunology, revista cientĂ­fica que é referĂȘncia em imunologia.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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