PREFEITURA SANTANA

PEC propõe votar regra de ouro junto com Orçamento

O governo quer que o Congresso passe a autorizar o descumprimento da regra junto com a votação do Orçamento do ano seguinte

Por Redação em 10/08/2021 às 22:49:10

A proposta de emenda à Constituição (PEC) que parcela os precatórios (dĂ­vidas do governo com sentença definitiva da Justiça) incluiu um dispositivo que altera a regra de ouro, confirmou hoje (10) à noite o Tesouro Nacional. O governo quer que o Congresso passe a autorizar o descumprimento da regra junto com a votação do Orçamento do ano seguinte.

InstituĂ­da pelo Artigo 167 da Constituição, a regra de ouro estabelece que o governo só pode emitir dĂ­vida pĂșblica para rolar (renovar) a própria dĂ­vida ou para cobrir despesas de capital, como investimentos em obras pĂșblicas e amortizações. Para cobrir gastos correntes, como os citados anteriormente, o governo precisa pedir autorização do Congresso, por meio de um crédito suplementar ou especial no Orçamento, que requer maioria absoluta para a aprovação.

Desde 2018, o governo tem estourado a regra de ouro e pedido, todos os anos, autorização ao Congresso para financiar gastos correntes com dĂ­vida pĂșblica. Para este ano, a insuficiĂȘncia estĂĄ estimada em R$ 144,03 bilhões. O valor original beirava os R$ 400 bilhões, mas foi reduzido com a emissão de tĂ­tulos para compor o colchão da dĂ­vida pĂșblica (reserva financeira para momentos de turbulĂȘncia) e pela devolução do superĂĄvit de fundos pĂșblicos determinada pela reforma do pacto federativo.

Com a proposta, a autorização do Poder Legislativo seria votada durante a tramitação do projeto de lei do Orçamento do ano seguinte. Em nota, o Tesouro argumentou que a proposta antecipa a anĂĄlise do pedido de crédito suplementar e traz mais agilidade na gestão das contas pĂșblicas. Isso porque a emissão de tĂ­tulos pĂșblicos tem financiado, nos Ășltimos anos, gastos com os salĂĄrios do funcionalismo pĂșblico, o pagamento de aposentadorias da PrevidĂȘncia Social e dos benefĂ­cios do Bolsa FamĂ­lia, entre outras despesas.

"A PEC visa aprimorar e agilizar o procedimento atual, que provoca morosidade ao estabelecer a necessidade de submeter a aprovação posterior pelo Congresso Nacional, por maioria absoluta dos votos, de crédito adicional para despesas que jĂĄ haviam sido aprovadas anteriormente pelos congressistas, durante a tramitação do projeto de lei orçamentĂĄria", explicou o Tesouro em comunicado, emitido após crĂ­ticas de economistas de que a proposta retiraria uma das âncoras fiscais da legislação.

Segundo o órgão, com a sanção do Orçamento de 2021 apenas no fim de abril, o governo só conseguiu enviar o projeto de lei com o pedido de crédito para a regra de ouro quase no fim do primeiro quadrimestre. "A situação colocou em risco diversas despesas que dependiam da aprovação desses créditos, como folha de pessoal", justificou o Tesouro.

Caso a insuficiĂȘncia da regra de ouro seja superior ao valor autorizado pela lei orçamentĂĄria anual, a PEC, informou o Tesouro, mantém o procedimento original. Nesses casos, fica mantida a prerrogativa de o Poder Executivo enviar pedidos de créditos suplementares ou especiais, que continuariam exigindo maioria absoluta do Congresso para a aprovação.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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