PREFEITURA SANTANA

Câmara aprova cassação do mandato da deputada Flordelis

Placar teve 437 votos favorĂĄveis, 7 contrĂĄrios e 12 abstenções

Por Redação em 11/08/2021 às 19:57:17

O plenĂĄrio da Câmara dos Deputados decidiu, por 437 votos favorĂĄveis, 7 contrĂĄrios e 12 abstenções, cassar a deputada Flordelis (PSD-RJ). A parlamentar é acusada pelo Ministério PĂșblico do Rio de Janeiro de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, em Niterói (RJ).

Saiba como votou cada um dos parlamentares.

Os deputados acataram a recomendação do deputado Alexandre Leite (DEM-SP), relator do processo no Conselho de Ética. O parlamentar argumentou que a deputada não conseguiu provar sua inocĂȘncia, tentou usar o mandato para cooptar um de seus filhos para assumir a autoria do crime, era a Ășnica da famĂ­lia com recursos para comprar a arma do crime e teria abusado de prerrogativas parlamentares.

"As provas coletadas tanto pelo colegiado, quanto no curso do processo criminal, são aptas a demonstrar que a representada tem um modo de vida inclinado para a prĂĄtica de condutas não condizentes com aquilo que se espera de um representante do povo", afirmou Leite.

O deputado afirmou ainda que mesmo que Flordelis seja inocentada pelo Tribunal do JĂșri do Rio de Janeiro pelo assassinato de Anderson do Carmo, a Câmara deveria manter a punição em âmbito administrativo. Segundo o relator, a Casa não faz julgamento criminal.

"A independĂȘncia das instâncias permite essa diferenciação e dupla e eventual punição, porém no Conselho de Ética tive o cuidado de não entrar na seara criminal do homicĂ­dio. Quem vai decidir quem matou o pastor Anderson do Carmo não é a Câmara dos Deputados; é o Tribunal do JĂșri. Aqui, nós nos ativemos às questões meramente ético-disciplinares que regem o mandato parlamentar", explicou.

Defesa

 A deputada federal,Flordelis, fala sobre a morte de seu marido, o pastor Anderson do Carmo.
PlenĂĄrio da Câmara cassou mandato da deputada Flordelis - Fernando Frazão/AgĂȘncia Brasil

A deputada Flordelis voltou a negar que tenha sido a mandante do assassinato de Anderson do Carmo e apelou mais uma vez para que os parlamentares aguardassem seu julgamento pela Justiça, antes de tomar uma decisão. Ela alegou também que, por causa da pandemia de covid-19, não teve a oportunidade de contactar diretamente os colegas parlamentares para explicar sua situação.

"Caso eu saia daqui hoje, saio de cabeça erguida porque sei que sou inocente, todos saberão que sou inocente, a minha inocĂȘncia serĂĄ provada e vou continuar lutando para garantir a minha liberdade, a liberdade dos meus filhos e da minha famĂ­lia, que estĂĄ sendo injustiçada", disse. "Quando o Tribunal do JĂșri me absolver, vocĂȘs vão se arrepender de ter cassado uma pessoa que não foi julgada", acrescentou.

Para o advogado de Flordelis, Rodrigo Faucz, a deputada não teve oportunidade de se defender adequadamente da acusação.

"A Flordelis foi acusada, julgada e agora estĂĄ sendo executada sumariamente", disse. "A partir do momento em que o relator do Conselho de Ética diz que os elementos demonstram que a deputada tem 'um modo de vida inclinado para a prĂĄtica de condutas não condizentes com aquilo que se espera de um representante do povo', isso corrobora com tudo o que eu falei. É uma covardia, porque ela sequer teve o contraditório", acrescentou.

Acusação

A deputada federal Flordelis dos Santos Souza e mais nove acusados pela morte do pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, enfrentarão o jĂșri popular, após decisão da juĂ­za do 3Âș Tribunal do JĂșri de Niterói Nearis dos Santos Carvalho Arce.

Denunciada como mandante do crime, Flordelis responde por homicĂ­dio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vĂ­tima), tentativa de homicĂ­dio, uso de documento falso e associação criminosa armada. Em razão da imunidade parlamentar, a deputada não pode ser presa em flagrante por crime inafiançĂĄvel e, dessa forma, cumpre medidas cautelares, monitorada por tornozeleira eletrônica.

Também serão submetidos a julgamento pelo Tribunal do JĂșri Marzy Teixeira da Silva, Simone dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira e Carlos Ubiraci Francisco da Silva, por homicĂ­dio triplamente qualificado, tentativa de homicĂ­dio e associação criminosa armada.

Rayane dos Santos Oliveira serĂĄ julgada por homicĂ­dio triplamente qualificado e associação criminosa armada e FlĂĄvio dos Santos Rodrigues, Adriano dos Santos Rodrigues, Andrea Santos Maia e Marcos Siqueira Costa, por uso de documento falso e associação criminosa armada.

Edição: Denise Griesinger


Fonte: AgĂȘncia Brasil

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