PREFEITURA SANTANA

Comissão especial da PEC dos Precatórios serĂĄ instalada hoje na Câmara

O texto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça na semana passada, mas foi criticado com o argumento de que o parcelamento das dĂ­vidas seria um calote nos credores

Por Redação em 21/09/2021 às 21:13:10

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que vai instalar ainda hoje (21) a comissão especial para debater a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 23/2021 dos Precatórios. A afirmação foi feita após reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar da questão. Atualmente o governo federal possui cerca de R$ 89 bilhões de dĂ­vidas transitadas em julgado (precatórios) que deverão ser pagas no próximo ano.

A PEC encaminhada pelo governo prevĂȘ o parcelamento dos precatórios para abrir espaço fiscal no pagamento do AuxĂ­lio Brasil, programa que deve substituir o Bolsa FamĂ­lia. O texto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça na semana passada, mas foi criticado com o argumento de que o parcelamento das dĂ­vidas seria um calote nos credores.

Na reunião desta terça-feira, ficou acertada a proposta de estabelecer um teto de aproximadamente R$ 40 bilhões para pagamento dos precatórios no Orçamento do próximo ano, levando em conta o teto de gastos.

A ideia é projetar para o próximo ano a mesma participação que os precatórios tiveram no teto de gastos em 2016, quando foi promulgada a Emenda Constitucional 95, que restringe os gastos pĂșblicos durante 20 anos.

O restante, na casa de R$ 50 bilhões, seria pago por meio de negócios jurĂ­dicos, como liquidação do crédito em outorgas, aquisição de ativos e negociações entre devedor (União) e credores ou ser transferidos para 2023.

"Que fique claro que hĂĄ o compromisso de respeito ao teto, de pagar efetivamente os precatórios, de abrir caminho para a negociação desses precatórios para efetivamente fazer qualquer encontro de contas tanto pĂșblico quanto privado e hĂĄ, por fim, a criação de um novo programa social, que é imperioso que seja este ano", disse Lira.

A ideia, segundo o presidente da Câmara, é que essas alterações no texto sejam feitas jĂĄ na comissão especial. Ele disse ainda que vai ser reunir com lĂ­deres partidĂĄrios para propor o acordo em torno da PEC. A intenção é garantir o mĂĄximo de consenso em torno da proposta para que o texto tenha sua tramitação acelerada.

"O tramite da PEC na Câmara é bem mais complexo do que no Senado e, tentaremos nessa conversa, partindo de todas as premissas relatadas, abreviar o mais rĂĄpido possĂ­vel a tramitação da PEC", afirmou Lira.

Proposta

Após a reunião, o presidente do Senado disse que, se a proposta for aprovada, a prioridade seria o pagamento dos precatórios de menor valor.

"A imposição do pagamento dos R$ 89 bilhões de precatórios deve respeitar o teto de gastos pĂșblicos. A partir de uma atualização desde 2016, chega-se a um valor de R$ 39 bilhões que seriam honrados. Dentro disso, [a prioridade é para] aqueles de menor valor, para prestigiar o maior nĂșmero de pessoas que aguardam o pagamento desses precatórios", disse ele.

Rodrigo Pacheco explicou que, se não houver acordo para o pagamento do restante dos precatórios, o valor remanescente poderia ser transferido para pagamento em 2023. Segundo ele, isso não poderia ser classificado como "calote".

"Admitamos que nenhum desses negócios jurĂ­dicos taxativos da PEC possa se concretizar em determinados casos. AĂ­ se transferiria a obrigação para 2023. Não é calote. É uma prorrogação. Temos uma realidade: o cumprimento do teto. Outra hipótese seria tirar os precatórios do teto de gastos pĂșblicos, o que, neste momento, considerando todas as pressões que hĂĄ em relação a inflação, cambio e estabilidade do paĂ­s, não seria conveniente", afirmou.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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