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Emenda de relator-geral recebe crĂ­ticas na Comissão Mista de Orçamento

A Comissão Mista de Orçamento discutiu nesta quinta-feira (11) a emenda de relator-geral, tambĂ©m conhecida pelo código RP9

Por Redação em 12/11/2021 às 12:41:16

A Comissão Mista de Orçamento discutiu nesta quinta-feira (11) a emenda de relator-geral, também conhecida pelo código RP9. Formalmente, o dispositivo é usado para recomposições orçamentĂĄrias autorizadas no parecer preliminar da Lei OrçamentĂĄria Anual (LOA). O debate ocorre após suspensão da execução dos recursos após decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), confirmada ontem (10) pelo plenĂĄrio da Corte.

Ao conceder a liminar, Rosa Weber atendeu a pedidos feitos em trĂȘs arguições de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) abertas pelos partidos Cidadania, PSB e PSOL. As legendas argumentaram haver distorção da finalidade dessas emendas, identificadas pela sigla RP9, que estariam sendo manejadas apenas com critérios polĂ­ticos, de modo a ampliar a base do governo no Congresso.

O consultor de Orçamento do Senado, Aritan Borges, disse que atualmente hĂĄ poucas normas para delimitar a atuação do relator-geral no processo de apreciação do Orçamento. Ele defendeu a inclusão de parâmetros e critérios claros na resolução (1/06) do Congresso Nacional que trata do tema e, sobretudo, por meio de lei complementar jĂĄ prevista na Constituição para regulamentar o orçamento de forma permanente.

Para um dos diretores da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara, EugĂȘnio Greggianin, são necessĂĄrios novos parâmetros para orientar os parlamentares quanto às programações orçamentĂĄrias mais genéricas. "O caminho nos parece que é mapear as necessidades de polĂ­ticas pĂșblicas em cada municĂ­pio – e isso é papel de órgão de governo – no sentido de poder desenvolver uma matriz de indicadores, de modo que haveria, com o tempo, a implantação de um banco de projetos contendo indicadores para subsidiar a decisão acerca das transferĂȘncias. O parlamentar receberia um banco jĂĄ mais completo, o que permitiria uma avaliação melhor das carĂȘncias", disse.

TCU

Durante a audiĂȘncia, o secretĂĄrio de Macroavaliação Governamental do Tribunal de Contas da União (TCU), Alessandro Caldeira, alertou para a falta de transparĂȘncia na divisão dos recursos e para o aumento no volume de recursos autorizados por esse instrumento: R$ 21,8 bilhões em 2020 e R$ 16,8 bilhões em 2021, até que fosse suspenso pela ministra Rosa Weber.

"Chama a atenção que um volume expressivo de despesa de custeio do governo federal esteja sendo sustentado por meio de emendas parlamentares. Ressalto aqui a questão da equidade que a Constituição confere à distribuição dos recursos das emendas individuais: critério este que não foi possĂ­vel identificar no caso das emendas de relator. A gente verifica que alguns municĂ­pios receberam valor per capita bastante superior aos outros. Por si só, isso não é irregular, mas falta critério objetivo e transparente que permita a distribuição de recursos de forma justa", disse.

Na avaliação do fundador da Associação Contas Abertas, Gil Castelo Branco, foram verificados valores atĂ­picos de empenho orçamentĂĄrio em outubro, sobretudo nos dias próximos à votação da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados. Segundo ele, foram quase R$ 3 bilhões empenhados naquele mĂȘs, enquanto o maior valor mensal, até então, não tinha passado de R$ 1,9 bilhão. Entre os dias 28 e 29 de outubro, os empenhos chegaram a R$ 909 milhões.

Relator da comissão

Ao discursar no PlenĂĄrio ontem (10) sobre a decisão da ministra Rosa Weber, o deputado Hugo Leal (PSD/RJ), relator da Comissão Mista do Orçamento, disse que não hĂĄ nada secreto no Orçamento e que só foi possĂ­vel saber "para onde estão indo estas emendas [RP9] porque o Congresso Nacional fez a sua parte e colocou o código identificador". "Não hĂĄ segredo nos códigos que estão sendo utilizados", disse.

*Com informações da AgĂȘncia Câmara

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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