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Covid-19: proteção da CoronaVac pode ser menor em pessoas com HIV

Um estudo sugere que a proteção da CoronaVac, vacina contra a covid-19, Ă© menor entre pessoas infectadas pelo HIV, vĂ­rus causador da aids

Por Redação em 19/11/2021 às 22:15:47

Um estudo sugere que a proteção da CoronaVac, vacina contra a covid-19, é menor entre pessoas infectadas pelo HIV, vĂ­rus causador da aids. Diante disso, a orientação para vacinação tem que ser mantida, inclusive com prioridade para doses de reforço nesse grupo. No entanto, o estudo não analisou como se comportam as outras vacinas que vĂȘm sendo usadas no Brasil.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) compararam a proteção da CoronaVac em pessoas infectadas pelo HIV e naquelas não infectadas. O estudo mostrou que, depois de receber a CoronaVac, uma pessoa sem o HIV tem 3,21 mais chances de desenvolver anticorpos contra a covid-19 do que uma não infectada por esse vĂ­rus.


"Significa que a resposta à vacina é um pouco pior entre pessoas que vivem com o HIV. Ela [a vacina] é muito importante, mas a potĂȘncia dela para gerar resposta é inferior em pessoas que vivem com HIV, em comparação àquelas que não tĂȘm HIV", disse uma das autoras do estudo, a professora da Faculdade de Medicina da USP Vivian Avelino-Silva.

Apesar de nĂ­veis de proteção menores, isso não quer dizer que pessoas com HIV devam deixar de se vacinar. De acordo com a professora, a menor proteção reforça que esse é um grupo prioritĂĄrio e que pode precisar de maior reforço no esquema vacinal.

"É o tipo de situação que justamente esclarece para nós que, se tiver alguém para priorizar, seriam as pessoas com HIV. Isso sugere que talvez as pessoas que vivem com HIV precisem de mais reforços, mais precoces ou em maior nĂșmero, em relação às pessoas que não tĂȘm HIV", disse Vivian.

O nĂșmero de células de defesa do organismo, chamadas de CD4, pode ajudar a explicar a dificuldade na produção de defesas contra o novo coronavĂ­rus. Pessoas com HIV, mas com maior nĂșmero de células de defesa, tĂȘm o dobro de chances (2,26 vezes mais) de desenvolver os anticorpos que pessoas em estĂĄgios mais avançados da infecção pelo HIV.

O estudo foi publicado como preprint, que é uma espécie de esboço em que o trabalho permanece aberto para receber a contribuição de outros cientistas antes da publicação definitiva.

Procurado pela AgĂȘncia Brasil, o Instituto Butantan informou que dois estudos cientĂ­ficos publicados por pesquisadores do Brasil e da China evidenciaram que a CoronaVac "é segura e capaz de gerar nĂ­veis elevados de proteção contra o SARS-CoV-2 em pessoas infectadas pelo vĂ­rus HIV, causador da AIDS". Um desses estudo é o da FMUSP, citado acima.

"Quatro semanas após a segunda dose da vacina, a porcentagem de participantes com positividade para anticorpos neutralizantes SC e NAb foi alta tanto para o grupo com HIV quanto no grupo controle. Nenhuma reação adversa séria foi relatada durante o estudo, seja entre pessoas com HIV ou nos participantes não imunossuprimidos", diz o informe do instituto.

O Butantan acrescenta, no informe, que os pesquisadores encontraram diferenças nos parâmetros de imunogenicidade entre as pessoas com HIV, sendo que o grupo com o sistema imunológico mais enfraquecido teve imunogenicidade mais baixa contra o vĂ­rus da covid-19 quando comparados àqueles com contagem maior de células de defesa, após a aplicação de duas doses da vacina. "Uma abordagem possĂ­vel é usar uma dose de vacina de reforço ou mesmo administrar tĂ­tulos de antĂ­geno mais altos por dose de vacina", divulgou o instituto sobre a conclusão dos pesquisadores.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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