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Sesau promove rodas de conversa sobre temĂĄtica da violĂȘncia sexual contra crianças e adolescentes

TemĂĄtica da violĂȘncia sexual contra crianças e adolescentes tem sido debatida todas as quintas-feiras, das 9h às 11h30

Por Ruana Padilha em 23/11/2021 às 13:05:15
Carla Cleto

Carla Cleto

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) iniciou, no começo deste mĂȘs, por meio da Rede de Atenção às Vítimas de ViolĂȘncia Sexual (RAVVS), uma série de rodas de conversa sobre temĂĄtica da violĂȘncia sexual contra crianças e adolescentes. A ação é destinada a cuidadores de vítimas de violĂȘncia sexual e acontece no auditório da Supervisão de Atenção Psicossocial (SUAP). Os encontros ocorrem até o fim deste ano, todas as quintas-feiras, das 9h às 11h30, e continuarão em 2022.

Com o tema "Ressignificando VivĂȘncias: Um Olhar Acolhedor para as Mães e Cuidadoras de Vítimas de ViolĂȘncia Sexual". O encontro tem o objetivo de conscientizar sobre violĂȘncia sexual e as formas de proteção e prevenção de recorrĂȘncia dessas violĂȘncias. Além de fortalecer o emocional das participantes.

A técnica de referĂȘncia do projeto Mãos que Acolhem e criadora da ação, Keila Cristina, explica que o projeto surgiu da carĂȘncia em preparar mães e cuidadoras para lidar melhor com as alterações de comportamento das vítimas de abuso sexual. "Ao acompanhar as vítimas de abuso sexual, tanto na delegacia, quanto nas Áreas LilĂĄs dos Hospitais, percebi uma necessidade de mães e cuidadores de serem acolhidas, ouvidas. Muitas delas jĂĄ tĂȘm um histórico de violĂȘncia nas suas vidas, principalmente a violĂȘncia doméstica, e não sabem como lidar com os filhos. Por isso, o projeto aborda vĂĄrias temĂĄticas e tem o objetivo de acolher, conscientizar e fortalecer as emoções", enfatizou.

De acordo com a psicóloga e coordenadora da RAVVS, Camille Wanderley, é importante fortalecer os vínculos familiares para garantir um melhor desenvolvimento das crianças e adolescentes após serem vítimas de agressões sexuais. "Os encontros visam fortalecer os vínculos familiares que são, extremamente, impactados quando ocorre a violĂȘncia sexual. Queremos fazer com que essas mães se sintam menos culpadas e que elas possam ser uma facilitadora do desenvolvimento dessas crianças", explicou.

Ainda segundo a coordenadora, em Alagoas cerca de duas crianças são violentadas por dia. E durante a pandemia da Covid-19, os números tendem a aumentar devido à subnotificação de casos. "No último condensado da segurança pública do Brasil, recentemente publicado, Alagoas possui 1.8 crianças sendo estupradas por dia. Vale destacar que esse número não retrata a realidade, pois sabemos que 20% disso ainda é subnotificado. A pandemia aumentou muito o número de violĂȘncia sexual e demais tipos de violĂȘncias, até porque a pandemia aumentou a vulnerabilidade social e econômica da população como um todo. E isso, inevitavelmente, gera violĂȘncia, gera aumento de uso de drogas e, também, adoecimento mental. Então, agora nós temos que trabalhar de forma firme par que a gente possa minimizar esses impactos", ressaltou.

RAVVS – O programa foi criado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) em outubro de 2018. Todo trabalho é feito por uma equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, médico perito e agente da Polícia Civil.

As vítimas podem procurar os serviços da RAVVS na Área LilĂĄs, do Hospital da Mulher (HM), na pediatria do Hospital Geral do Estado (HGE), no Hospital Ib Gatto Falcão, em Rio Largo, e no Hospital de EmergĂȘncia do Agreste (HEA), em Arapiraca. Mesmo durante a pandemia causada pelo novo coronavírus, o serviço continua funcionando normalmente em todas as unidades de saúde.

A RAVVS conta também com o apoio de uma Rede Intersetorial, composta pelos órgãos de segurança pública, pelo Poder JudiciĂĄrio, pelos Conselhos Tutelares, Secretaria de Estado da Prevenção à ViolĂȘncia (Seprev), da Educação (Seduc), da AssistĂȘncia Social (Seads) e da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh).

Fonte: alagoas.al.gov.br

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