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Coluna - O Brasileirão de 2021 rebaixou o árbitro de vídeo

Já fui chamado de "dinossauro". Pelo simples fato de não gostar do árbitro de vídeo no futebol


Já fui chamado de "dinossauro". Pelo simples fato de não gostar do árbitro de vídeo no futebol. Falo e escrevo isso há anos, desde antes da implantação dele no Brasileirão. Sou favorável ao chip na bola, para dizer se ela cruzou ou não a linha do gol. No mais, que o árbitro de campo decida, com direito a erros e acertos, como sempre foi, gerando as velhas discussões que faziam do futebol um tema de debate tão fascinante.

Mas é evidente que fui derrotado na minha posição, e os grupinhos que ainda se reúnem pra discutir sobre um jogo só falam que o árbitro errou, quando não usam o termo "roubou". O centro do debate deixou de ser a dúvida sobre se a bola bateu ou não no braço, se o jogador estava ou não impedido. Agora as polêmicas são que o VAR não chamou quando devia; interpretou um lance, quando não cabia; e por aí vai. Os times não estão mais nas discussões. A arbitragem, com cada vez mais gente em ação, é a equipe que mais chama a atenção.

Esse ano a situação foi se deteriorando ao longo do Brasileirão. A cada rodada uma nova polêmica, que surgiram em jogos distintos, de praticamente todas as equipes. Poucas foram as que deixaram o campo sem ao menos uma reclamação. Visitas à CBF se alternaram, exigências, críticas acirradas pelo afunilamento do campeonato, seja na briga pelo título como na luta contra o rebaixamento. E a entidade que organiza o Brasileirão precisou ceder, e mudar a direção da comissão de arbitragem, que era a mesma há dois anos.

Há dois anos era o mesmo responsável, o que nos faz pensar: não houve evolução do trabalho, aprimoramento dos conceitos a serem utilizados nos jogos, melhoria no desempenho de cada profissional escalado? Por que, em 2021, essa crise estourou?

E como o regulamento permite, o "técnico" foi substituído e um novo diretor assumiu a comissão. Mas não é que os erros continuam? Ou já esquecemos do que vimos nas últimas rodadas? Lances idênticos, em que o VAR se manifestou em um, chamando o árbitro para marcar um pênalti que ele entendeu não ser, e não apareceu em outro, alegando que vale a interpretação de campo. Não faltam exemplos, e teremos vários outros até a rodada final, deixando cada vez mais no ar a dúvida sobre a posição de cada equipe na tabela. Será a mais justa? E não me refiro às primeiras posições, em que a vantagem do Atlético-MG é tão grande, que, mesmo em caso de alguma mudança, no máximo a reduziria; nenhum clube o superaria. Já no meio da tabela, em que um ou outro ponto pode garantir uma vaga na Copa Libertadores ou salvar de um rebaixamento, essas interferências do VAR podem ter sido decisivas.

O que fazer para o ano que vem? O técnico português Jorge Jesus esteve por aqui e brilhou, a ponto de se falar nele para técnico da seleção; em campo, temos vários jogadores de outras nacionalidades se destacando. Então, por que não termos árbitros estrangeiros, com a experiência do VAR na Europa, comandando a nossa arbitragem? Com a devida agilidade, como vemos na TV? O futebol não é o mesmo?

Se a equipe de arbitragem estivesse disputando a Série A, sem dúvida alguma, pelos erros que cometeu, já estaria com vaga definida no Z4 e rebaixada para a Série B do ano que vem.

Sergio du Bocage é apresentador do programa No Mundo da Bola, da TV Brasil

Agência Brasil

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