O Boletim InfoGripe Fiocruz, divulgado hoje (21) pela Fundação Oswaldo Cruz, aponta crescimento significativo de casos de SĂndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) tanto na tendĂȘncia de longo prazo, referente às Ășltimas seis semanas, como de curto prazo (Ășltimas trĂȘs semanas).
O nĂșmero de novos casos de SRAG estimados para a Semana Epidemiológica (SE) 2, de 9 a 15 de janeiro, alcança cerca de 19,3 mil casos, enquanto a estimativa para a SE 1 é de 15,8 mil casos. Segundo o boletim, a média móvel evoluiu de 13 mil para 16 mil casos semanais, alta de 23% em relação à primeira semana do ano.
De acordo com o estudo, 22 estados apresentam pelo menos uma macrorregião de saĂșde com nĂvel de casos semanais de SRAG considerado muito elevado ou extremamente alto, somando 73 do total de 118 macrorregiões de saĂșde do paĂs.
Todos os estados que apresentam sinal de expansão na tendĂȘncia de longo prazo estão com o indicador em nĂvel forte (probabilidade maior que 95%), exceto Rondônia, que apresenta sinal moderado (probabilidade maior que 75%). A anĂĄlise relativa à SE 2 tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 17 de janeiro.
Em 25 dos 27 estados, observa-se ao menos uma macrorregião de saĂșde com sinal de crescimento nas tendĂȘncias de longo ou curto prazo. Rondônia e Roraima são os Ășnico estados em que se observa tendĂȘncia de queda ou estabilidade, no longo e curto prazos.
Em relação às estimativas de nĂvel de casos de SRAG para as macrorregiões de saĂșde, não observa-se nenhuma em nĂvel pré-epidĂȘmico, enquanto hĂĄ dois em nĂvel epidĂȘmico; 43 em nĂvel alto; 53 em nĂvel muito alto; e 20 em nĂvel extremamente alto.
Nas capitais, 24 das 27 cidades apresentam sinal de crescimento na tendĂȘncia de longo prazo até a SE 2. Apenas Boa Vista (RR), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA) não apresentam sinal de crescimento.
Apesar disso, o boletim da Fiocruz observa que a capital fluminense apresenta sinal de crescimento na tendĂȘncia de curto prazo (Ășltimas trĂȘs semanas).
Em relação à capital baiana, por conta da diferença significativa entre o quadro apresentado pelos dados da capital em relação ao das macrorregiões de saĂșde do entorno, os pesquisadores sugerem cautela em relação aos dados atuais e revisão dos registros para confirmação do cenĂĄrio.
O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, destacou que, "praticamente todos os estados apresentaram sinal de crescimento anterior às SE 52 de 2021 (26/12/2021 a 1/1/2022) e SE 1 de 2022 (de 2 a 8 de janeiro)".
Para o coordenador, os dados deixam claro que tal cenĂĄrio é ainda anterior às celebrações de final de ano: "no Rio de Janeiro, onde a houve distância maior entre o inĂcio da epidemia de Influenza e a retomada do crescimento da covid-19, que levou a uma oscilação no nĂșmero de novos casos no mĂȘs de dezembro, observa-se que o crescimento da covid-19 jĂĄ se sobrepõe à queda nos casos associados à gripe, fazendo com que os novos casos de SRAG mantenham sinal de crescimento".
Dentre os casos positivos em 2022, 22,6% são de Influenza A, 0,2% de Influenza B, 3,6% de vĂrus sincicial respiratório (VSR), e 64,4% de Sars-CoV-2 (covid-19). Nas quatro Ășltimas semanas epidemiológicas, a prevalĂȘncia entre os casos positivos foi de 40,1% de Influenza A, 0,5% de Influenza B, 5,6% para o vĂrus sincicial respiratório, e 47,3% para covid-19.
Com relação ao ano epidemiológico de 2022, jĂĄ foram notificados 11.477 casos de SRAG, sendo 3.259 (28,4%) com resultado laboratorial positivo para algum vĂrus respiratório, 3.117 (27,2%) negativos e, ao menos, 4.034 (35,1%) aguardando resultado laboratorial.
Dentre os casos positivos do ano em curso, 26,1% são Influenza A, 0,3% refere-se ao vĂrus sincicial respiratório (VSR) e 71,6% ao Sars-CoV-2. Não foram registrados casos de Influenza B. Nas quatro Ășltimas semanas epidemiológicas, a prevalĂȘncia entre os casos positivos foi de 41,4% para Influenza A, 2,3% para Influenza B, 0,8% do vĂrus sincicial respiratório (VSR) e 51,5% de covid-19.
De acordo com os pesquisadores, o final do ano de 2021 foi marcado por uma epidemia de Influenza A em praticamente todo o território nacional, seguida de retomada do crescimento nos casos de SRAG associados à covid-19 a partir da segunda quinzena do mĂȘs de dezembro.
Fonte: AgĂȘncia Brasil