O presidente Jair Bolsonaro falou hoje (2), em entrevista ao programa A Voz do Brasil, sobre a retomada econômica após os impactos da pandemia, sobre o AuxĂlio Brasil e sobre a entrada do paĂs na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Esta foi a primeira vez em que um presidente em exercĂcio foi entrevistado, ao vivo, pelo programa.
O presidente, que mais cedo participou da solenidade inaugural do ano legislativo no Congresso Nacional, falou sobre o novo programa de distribuição de renda do governo federal, o AuxĂlio Brasil, que classificou como importante ferramenta na manutenção da economia.
Bolsonaro anunciou que o governo pretende aumentar o benefĂcio do AuxĂlio GĂĄs. Segundo ele, o governo estĂĄ em contato direto com a Petrobras e estuda viabilidade orçamentĂĄria para revisar o valor do benefĂcio. O presidente também adiantou que, nesta semana, serĂĄ apresentada por parlamentares proposta para diminuir ou zerar impostos sobre combustĂveis, eletricidade e gĂĄs.
Segundo o presidente, o governo elaborou estratégias distintas para dois grupos da população: os informais, que não possuem vĂnculo empregatĂcio estabelecido, e as pessoas que possuem emprego formal, mas que tiveram seus empregadores afetados pelas restrições sanitĂĄrias impostas pela pandemia. Para o Ășltimo grupo, o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o BenefĂcio Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) foram as soluções encontradas para mitigar as perdas econômicas.
Bolsonaro falou ainda sobre as parcelas pagas em 2021 do auxĂlio emergencial. Segundo ele, 68 milhões de pessoas foram beneficiadas pelo programa social. "O que manteve a economia viva, além de manter o mĂnimo de dignidade para os informais, foi o auxĂlio emergencial. Nós gastamos com o auxĂlio emergencial, em 2020, o equivalente a 15 anos de Bolsa FamĂlia."
O aumento do piso salarial de professores, estabelecido pelo governo federal, corre o risco de ser judicializado por municĂpios, informou o presidente. "Procuramos atender aos professores. Na ordem de 1,7 milhão de professores serão beneficiados. Ou seja, é um investimento na ponta da linha em educação", comentou.
O presidente informou que a retomada de obras paralisadas "desafogou" importantes vias de transporte e escoamento de mercadorias, além de levar dignidade à população nordestina. "Investimos maciçamente nisso. A satisfação em entregar obras que tĂȘm a ver com a ĂĄgua é enorme", disse.
"O Brasil é uma oportunidade Ămpar de negócios para o mundo todo", explicou Bolsonaro. O convite para entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), feito esta semana, é um "selo de qualidade" que atesta a segurança jurĂdica para contratos, negócios e investimentos, argumentou. Ele avaliou também que a imagem do paĂs no exterior foi fortalecida durante sua gestão. "O Brasil vai muito bem na polĂtica externa", disse.
O presidente disse que outra iniciativa de incentivo à economia é a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide sobre automóveis, prorrogada no ano passado por mais cinco anos. O desconto do imposto é aplicado para taxistas e pessoas com deficiĂȘncia, com a adição recente de deficientes auditivos na tabela de descontos.
Bolsonaro citou também a implementação do Pix, sistema gratuito de movimentações bancĂĄrias do Banco Central, que avaliou como revolucionĂĄrio. "O Pix é uma revolução. Mais de 100 milhões de pessoas usam e é grĂĄtis. Foi uma maneira inteligente do Banco Central de trazer as pessoas para os bancos pelo Pix."
Sobre financiamento estudantil, Bolsonaro informou que a anistia de dĂvidas para quem estĂĄ inadimplente estĂĄ disponĂvel e que estudantes poderão quitar os débitos em agĂȘncias da Caixa ou do Banco do Brasil. Os descontos chegam a 92%. "Para essa garotada, pegamos o que tinha agregado em forma de juros e anistiamos 92% desse valor. O jovem pode procurar a caixa ou o BB e pagar 8% do que recebeu e ainda pode parcelar."
Em relação a mudanças anunciadas hoje pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Bolsonaro disse que "inverteu o ônus da prova" para aposentados e que o governo tem uma base de dados suficientemente ampla para identificar quem estĂĄ vivo e quais beneficiĂĄrios jĂĄ morreram. "Não é justo fazer 99,99% [dos aposentados] procurarem o posto do INSS para dizer que estão vivos. É uma medida até humanitĂĄria", acrescentou.
*Matéria atualizada às 20h25 para acréscimo de conteĂșdo.
Edição: Pedro Ivo de Oliveira
Fonte: AgĂȘncia Brasil