PREFEITURA SANTANA

Meninas melhoram desempenho em matemĂĄtica e se igualam a meninos

Ele analisa as diferenças de gĂȘnero em 120 paĂ­ses, entre eles, o Brasil

Por Redação em 01/05/2022 às 21:27:59

A diferença do desempenho de meninas e meninos em matemĂĄtica, na educação bĂĄsica, diminuiu, segundo revela relatório da Organização das Nações Unidas para Educação, CiĂȘncia e Cultura (Unesco), divulgado esta semana.

Ele analisa as diferenças de gĂȘnero em 120 paĂ­ses, entre eles, o Brasil. Segundo a publicação, a disparidade caiu nos Ășltimos 20 anos, mesmo em paĂ­ses mais pobres e, em alguns locais, as meninas superaram os meninos nesta ĂĄrea.

Este o caso, por exemplo, da MalĂĄsia, onde a diferença é a favor das meninas em matemĂĄtica: 7%. No Camboja, essa diferença é de 3%, é 1,7% no Congo e 1,4% nas Filipinas.

A publicação Deepening the debate on those still left behind, em portuguĂȘs, Aprofundando o debate sobre os que ainda ficam para trĂĄs, é um documento de gĂȘnero anual da Unesco que analisou dados do ensino fundamental e médio, tanto de desempenho, quanto de permanĂȘncia na escola.

Avanços

"Nos Ășltimos 20 anos, avanços gigantescos foram feitos na educação de meninas e mulheres. Hoje, praticamente tanto meninas quanto meninos podem ter acesso à aprendizagem e completar os estudos – a diferença entre os gĂȘneros é agora inferior a 1%", afirmou, no relatório, a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay.

Em relação à matemĂĄtica, os dados mostram que, nos primeiros anos do ensino fundamental, os meninos tĂȘm um desempenho melhor do que as meninas, mas essa diferença de gĂȘnero desaparece ao longo do percurso escolar.

Mesmo com a redução das disparidades, os resultados mostram que preconceitos e estereótipos ainda podem afetar os resultados da aprendizagem. Os meninos ainda tĂȘm muito mais probabilidade que as meninas de estarem entre os melhores desempenhos em matemĂĄtica em todos os paĂ­ses.

Outra ĂĄrea que evidencia desigualdades é ciĂȘncias. Em paĂ­ses de renda média e alta, as meninas tĂȘm notas significativamente mais altas em ciĂȘncias, mas elas ainda são menos propensas a optar por carreiras cientĂ­ficas, indicando, de acordo com a publicação, que os preconceitos de gĂȘnero ainda podem ser obstĂĄculos para a busca de educação adicional nas ĂĄreas de ciĂȘncia, tecnologia, engenharia e matemĂĄtica.

"De fato, para que todos os alunos sejam iguais, os atores da educação devem colocar a igualdade de gĂȘnero no centro de suas ações", ressaltou Audrey.

Leitura

Em leitura, o desempenho das meninas é superior em relação à matemĂĄtica e ciĂȘncias. Além disso, mais meninas atingem proficiĂȘncia mĂ­nima em leitura do que meninos.

A maior lacuna na educação primĂĄria estĂĄ na ArĂĄbia Saudita. Enquanto 77% das meninas atingem proficiĂȘncia mĂ­nima em leitura na 4ÂȘ série, esse nĂșmero é de 51% entre os meninos. Na Tailândia, as meninas superam os meninos em leitura em 18%, na RepĂșblica Dominicana em 11% e no Marrocos, em 10%.

Mesmo em paĂ­ses onde meninas e meninos estão no mesmo nĂ­vel de leitura nas séries iniciais, como na Lituânia e na Noruega, a diferença em favor das meninas aumenta para cerca de 15% aos 15 anos.

Desigualdades

O relatório apontou ainda violĂȘncia de gĂȘnero, gravidez e casamento precoces como motivos para mulheres abandonarem ou atrasarem os estudos. Cerca de uma a cada cinco adolescentes na Nigéria e 10% das adolescentes em Serra Leoa estão afastadas da educação por conta de casamentos ou gravidez precoces.

A pandemia de covid-19 pode também agravar as desigualdades. "Meninos e meninas não enfrentaram as mesmas consequĂȘncias em todos os paĂ­ses em termos de acesso e uso de dispositivos e riscos de gravidez precoce", destacou o levantamento.

Segundo ele alguns pais ou responsĂĄveis em Bangladesh, Jordânia e Paquistão estavam relutantes em dar às meninas acesso a smartphones. Além disso, pesquisas por telefone com jovens de 19 anos durante a pandemia mostraram que, enquanto 70% das mulheres jovens na Etiópia passaram a dedicar mais tempo a tarefas domésticas, entre os homens esse percentual era 35%. No Peru, 42% das mulheres adolescentes passaram dedicar mais tempo ao cuidado de crianças, enquanto entre as mulheres e entre os homens jovens esse percentual foi 26%.

Para a Unesco, o combate às desigualdades de gĂȘnero deve ser feito considerando os diversos dados disponĂ­veis e envolvendo diversos atores sociais, como polĂ­ticos, pais, comunidades, empresas e lĂ­deres religiosos.

"A reforma da igualdade de gĂȘnero na educação não pode ser feita apenas pelo governo sozinho, ela requer a atenção de todos os atores", assinalou a organização.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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