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VarĂ­ola dos macacos: entidades criticam estigma a homossexuais

A contaminação pela varíola dos macacos vem se espalhando pelo mundo e trazendo um problema já observado historicamente, quando surgiram os primeiros...

Por Redação em 07/08/2022 às 21:23:39

A contaminação pela varĂ­ola dos macacos vem se espalhando pelo mundo e trazendo um problema jĂĄ observado historicamente, quando surgiram os primeiros casos de HIV. Chamada na década de 80 por diversos nomes pejorativos relacionados a homossexualidade, a Aids carregou por anos essa estigmatização.

No Ășltimo dia 1Âș, um editorial publicado na Revista Brasileira de Enfermagem alerta para a repetição desse risco, pois o olhar discriminatório ao paciente contaminado com a varĂ­ola dos macacos pode prejudicar o tratamento, protelando o seu diagnóstico e até mesmo a procura por cuidados com a saĂșde.

"O fato de relacionar a orientação sexual com o vĂ­rus Monkeypox não faz qualquer sentido, jĂĄ que existem opções de comunicação que se podem mostrar igualmente efetivas, como, por exemplo, focar na prĂĄtica de relações sexuais entre indivĂ­duos infectados, sem categorizar sexualidades ou prĂĄticas em especĂ­ficos, assumindo uma posição globalizada das ações sanitĂĄrias e de controle epidemiológico", diz o texto.

A própria agĂȘncia das Nações Unidas para a Aids mostrou preocupação com o fato de a mĂ­dia ter reforçado estereótipos homofóbicos e racistas na divulgação de informações em torno da varĂ­ola dos macacos.

Doença

A monkeypox, como é conhecida internacionalmente, não é uma infecção sexualmente transmissĂ­vel, embora possa se espalhar pelo contato Ă­ntimo durante as relações sexuais, quando existe erupção cutânea ativa.

A infecção é transmitida a partir das feridas, fluidos corporais e gotĂ­culas de uma pessoa doente. Isso pode ocorrer mediante contato próximo e prolongado sem proteção respiratória, contato com objetos contaminados ou contato com a pele.

Foi o que ocorreu com o professor de inglĂȘs Peter Branch, de 48 anos. Ele e seu companheiro moram na capital paulista e foram infectados pela doença. O britânico, que vive no Brasil hĂĄ mais de 9 anos, queixa-se do preconceito envolvendo a enfermidade.

"Fomos infectados indo a um bar heterossexual. Acho que o mais grave é que homens e mulheres heterossexuais não estão prestando atenção aos sintomas e, portanto, infectando os outros também", disse. "O que incomoda é que as pessoas pensam que isso é só na comunidade gay", completou.

Ele conta que apresentou febre, dor de cabeça, cansaço, e que as lesões surgiram depois. Ele recebeu atendimento no Instituto de Infectologia EmĂ­lio Ribas. "As manchas doeram um pouco, o chato foi o isolamento, não poder brincar com meus cachorros". Peter jĂĄ se sente bem e acompanha a recuperação de seu companheiro.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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