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Alimentos ultraprocessados podem contribuir para perda cognitiva

Mas pesquisa feita por cientistas da USP mostra que a perda chega a ser 28% maior entre pessoas que consomem mais alimentos ultraprocessados

Por Redação em 08/08/2022 às 13:13:45

Dificuldade de lembrar datas, fazer cĂĄlculos ou realizar tarefas bĂĄsicas do dia a dia. As habilidades cognitivas geralmente diminuem à medida que a idade avança. Mas pesquisa feita por cientistas da USP mostra que a perda chega a ser 28% maior entre pessoas que consomem mais alimentos ultraprocessados.

São alimentos que passaram por processo industrial tão intenso que a composição deles jĂĄ nem parece a de comida de verdade. Encaixam-se nesta categoria pães de forma, salgadinhos, refrigerantes.

O declĂ­nio cognitivo foi maior entre as pessoas que consumiam mais de 20% das calorias diĂĄrias de ultraprocessados. E não é difĂ­cil chegar a essa média: 20% equivale a trĂȘs fatias de pães de forma por dia.

Os resultados foram apresentados na ConferĂȘncia Internacional de Alzheimer, realizada na semana passada na cidade de San Diego, nos Estados Unidos.

A pesquisa analisou o desempenho das pessoas que participaram do mais longo e maior estudo de performance cognitiva realizado no Brasil: o Elsa-Brasil. São cerca de 15 mil pessoas, entre 35 e 74 anos, que começaram a ser acompanhadas em 2008 para investigar fatores de risco para doenças crônicas como hipertensão, arterioesclerose e acidente vascular cerebral. O estudo analisou os dados conforme o tipo de alimento consumido: alimentos não processados, como vegetais e frutas, os ingredientes culinĂĄrios, como sal e óleos, os alimentos processados, com modificações leves como adição de sal ou açĂșcar, e os ultraprocessados.

Dados do NĂșcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e SaĂșde da USP mostram que o consumo médio de alimentos ultraprocessados no Brasil é justamente de 20% no Brasil. Como é uma média, algumas pessoas consomem muito mais. Mas ainda assim, é um patamar trĂȘs vezes menor que a de paĂ­ses ricos, onde a média chega a 60%.

Mas é justamente essa diferença que torna um paĂ­s como o Brasil um mercado cobiçado pela indĂșstria de alimentos, explicou a nutricionista e integrante do NĂșcleo de Pesquisas em Nutrição e SaĂșde da USP, Renata Levy.

Em outubro, entram em vigor as novas regras de rotulagem de alimentos aprovadas pela Anvisa. Agora, a embalagem de produtos ricos em gordura, açĂșcar ou sódio vão trazer a informação em destaque no rótulo do produto. Renata acha que é um avanço, mas é preciso fazer mais para inibir o consumo de ultraprocessados.

Outra proposta defendida pelos pesquisadores é proibir a venda de ultraprocessados nas cantinas das escolas, jĂĄ que no Brasil, os adolescentes são os principais consumidores desse tipo de produto.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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