O ex-deputado federal Roberto Jefferson estĂĄ preso no PresĂdio José Frederico Marques, também conhecido como cadeia de Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. O ex-parlamentar, que estava em prisão domiciliar, teve que retornar ao sistema penitenciĂĄrio por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro do STF Alexandre de Moraes decidiu que Jefferson deveria voltar à prisão preventiva pelo descumprimento de medidas cautelares impostas, como não postar nas redes sociais. Na Ășltima sexta-feira (21), em vĂdeo publicado na internet, Jefferson atacou a ministra CĂĄrmen LĂșcia, referindo-se a ela com palavras de baixo calão.
Durante o cumprimento da decisão do STF ontem (23), na casa de Jefferson, em Levy Gasparian, no interior do estado, o ex-parlamentar reagiu à prisão, lançando uma granada e atirando contra a equipe da PolĂcia Federal (PF).
Dois policiais foram atingidos por estilhaços da granada lançada por Jefferson e tiveram ferimentos leves.
O mandado de prisão só foi concluĂdo à noite, depois de uma intensa negociação entre a PF e o ex-deputado. Além do cumprimento do mandado do STF, a PF prendeu Roberto Jefferson em flagrante por tentativa de homicĂdio, segundo nota divulgada pela polĂcia.
Antes de ser encaminhado à cadeia de Benfica, Jefferson foi levado inicialmente à SuperintendĂȘncia da PF no Rio de Janeiro para a lavratura do auto de prisão em flagrante e outras formalidades referentes ao cumprimento do mandado de prisão.
"A PolĂcia Federal reafirma que agiu com toda a técnica e protocolos exigidos para a resolução de crises, culminando com a rendição do preso", informa nota da PF.
Segundo a Secretaria Estadual de Administração PenitenciĂĄria do Rio (Seap), Roberto Jefferson participarĂĄ, ainda hoje, de uma audiĂȘncia de custódia.
O ministro Alexandre de Moraes publicou, na noite de ontem, uma nota em seu perfil no Twitter em que se solidariza com os policiais feridos. "Parabéns pelo competente e profissional trabalho da PolĂcia Federal, orgulho de todos nós brasileiros e brasileiras. InadmissĂvel qualquer agressão contra os policiais. Me solidarizo com a agente Karina Oliveira e com o delegado Marcelo Vilella que foram, covardemente, feridos".
O presidente da RepĂșblica, Jair Bolsonaro, inicialmente publicou um texto no Twitter repudiando a postura de Jefferson, em relação a CĂĄrmen LĂșcia e à sua ação armada contra os policiais, mas também criticando a existĂȘncia do que ele chamou de "inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP".
Mais tarde, Bolsonaro publicou um vĂdeo em que chama o ex-deputado de bandido. "Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio".
O ministro da Justiça também publicou um vĂdeo nas redes sociais do ministério, em que classifica a reação de Jefferson à prisão como "um grave episódio". "Esse episódio motivou nossa vinda até aqui, à Delegacia de Juiz de Fora da PolĂcia Federal para acompanhar os trabalhos e para ver o desdobramento desses fatos. Realmente fatos graves que nos chamam a atenção. Nesse momento, gostaria de me solidarizar com os policiais federais machucados nesse evento. Graças a Deus, todos estão bem", disse.
O ministro, que chama Jefferson de "infrator", também se solidarizou com a ministra CĂĄrmen LĂșcia pelos ataques verbais que ela sofreu do ex-deputado.
Também por meio das redes sociais, o candidato do PT à PresidĂȘncia da RepĂșblica, Luiz InĂĄcio Lula da Silva, disse que as ofensas contra CĂĄrmen LĂșcia não podem ser aceitas por ninguém que respeita a democracia. "Criaram na sociedade uma parcela violenta. Uma mĂĄquina de destruição de valores democrĂĄticos. Isso gera o comportamento como o que vimos hoje".
"Minha solidariedade ao delegado Marcelo Vilella e à policial Karina Lino Miranda de Oliveira, feridos quando estavam apenas exercendo seu dever. Torcendo pela rĂĄpida recuperação", completou.
Matéria ampliada às 11h22 para inserção dos dois Ășltimos parĂĄgrafos.
Edição: Paula LaboissiĂšre
Fonte: AgĂȘncia Brasil