PREFEITURA SANTANA

Centro Nacional de Vacinas começa a ser construĂ­do em Belo Horizonte

Obra reĂșne recursos federais e estaduais e deve ficar pronta em 2025

Por Redação em 20/12/2022 às 20:22:39

Com investimento de R$ 80 milhões, divididos R$ 50 milhões de recursos federais, oriundo do Fundo Nacional de Desenvolvimento CientĂ­fico e Tecnológico, e R$ 30 milhões do governo de Minas Gerais, foram iniciadas nesta segunda-feira (19) as obras do Centro Nacional de Vacinas MCTI, no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC). Fruto de parceria firmada em 2021 entre o Ministério da CiĂȘncia, Tecnologia e Inovações (MCTI) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a unidade funcionarĂĄ como um hub (centro de distribuição) de inovação para produção de lotes-piloto de imunizantes no Brasil.

O Centro Nacional de Vacinas MCTI (CNVacinas MCTI) terĂĄ ĂĄrea construĂ­da de 6 mil metros quadrados, distribuĂ­dos em um prédio de cinco andares. O edifĂ­cio, em formato de L, abrangerĂĄ toda a parte cientĂ­fica e de desenvolvimento de vacinas, além de biotérios, setores de produção de proteĂ­na recombinante, de anĂĄlise de genoma, de bioinformĂĄtica e de anĂĄlises de respostas imunológicas.

A obra deve ficar pronta em 2025. Toda a infraestrutura serĂĄ voltada para a produção de lotes clĂ­nicos, ou seja, o CNVacinas MCTI farĂĄ todo o desenvolvimento do imunizante e entregarĂĄ a tecnologia para que a indĂșstria nacional fabrique os imunizantes em larga escala.

IndependĂȘncia

Segundo o secretĂĄrio de Pesquisa e Formação CientĂ­fica do MCTI, Marcelo Morales, o Centro Nacional de Vacinas faz parte de uma estratégia do ministério para trazer à tona a nova perspectiva de independĂȘncia do Brasil em insumos farmacĂȘuticos ativos. Morales disse que o projeto atende a uma demanda brasileira para estabelecer um ecossistema que contemple o regulatório sanitĂĄrio, com rastreabilidade.

Ao longo das ações de combate à pandemia de covid-19, o ministério considerou que a ausĂȘncia, no Brasil, de plantas capazes de produzir lotes-piloto de insumos farmacĂȘuticos ativos (IFAs) em condições de boas prĂĄticas de fabricação era um gargalo para a pesquisa, desenvolvimento e inovação, bem como para a realização do posterior envase de formulações vacinais experimentais. Tais aspectos precisam ser atendidos para cumprir exigĂȘncias da AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa) em relação a ensaios clĂ­nicos em seres humanos.

Morales afirmou que essa lacuna serĂĄ fechada. "Vamos fazer a produção de lotes-piloto para todas as vacinas, como dengue e febre amarela, entre outras, como o que estamos fazendo para a vacina contra a varĂ­ola dos macacos. E depois entregamos para as empresas, como Bio-Manguinhos/Fiocruz e Butantan, para efetuar o escalonamento", explicou o secretĂĄrio.

A reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, disse que o Centro Nacional de Vacinas MCTI serĂĄ mais um polo de pesquisa no Brasil em produção de vacinas. "E isso nos ajuda no sentido de que precisamos nos tornar autossustentĂĄveis. É um momento importante, não apenas sobre as doenças que estão aĂ­, mas também em relação ao que pode vir no futuro". Sandra acredita que os resultados serão garantia de melhor condição de vida para a população, contribuições positivas para a polĂ­tica de saĂșde pĂșblica, além de tornar o paĂ­s mais sustentĂĄvel e soberano na produção de vacinas.

Missão

A missão do CNVacinas MCTI serĂĄ acelerar o desenvolvimento de vacinas, imunobiológicos e testes de diagnóstico para doenças humanas e veterinĂĄrias dentro do conceito one health (saĂșde Ășnica), contribuindo para o Sistema Único de SaĂșde (SUS) e para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Pesquisadores que trabalham com o desenvolvimento de imunizantes em todo o território nacional poderão usar a estrutura. O espaço também serĂĄ um elo entre o ambiente acadĂȘmico e o mercado, servindo de catalisador do processo de inovação e transferĂȘncia de tecnologias para empresas e instituições. FuncionarĂĄ, ainda, como plataforma para o surgimento de spin-offs (empresas derivadas) que desejem comercializar os produtos desenvolvidos. O CNVacinas MCTI apoiarĂĄ também grupos de pesquisa, instituições e empresas por meio da capacitação de profissionais e prestação de serviços, garantindo sustentabilidade.

Para o coordenador do CTVacinas UFMG, Ricardo Gazzinelli, o Brasil dispõe de um ecossistema de vacina quase completo. "Tem as instituições que fazem a prova de conceito, tem grupos muito bons que fazem ensaios clĂ­nicos, temos as fĂĄbricas que produzem vacinas e o SUS, que distribui com muita capilaridade. Porém, nós não tĂ­nhamos a parte de inovação, que passa da prova de conceito para o ensaio clĂ­nico. É o nosso nicho, onde pretendemos atuar", disse Gazzinelli.

"Vamos deixar o legado de uma instituição que atue em nĂ­vel nacional em parceria com universidades, institutos de pesquisa e setor privado, facilitando essa ĂĄrea que é tão importante para a ĂĄrea de vacinas e de biotecnologia", acrescentou.

O CTVacinas é um centro de pesquisas em biotecnologia, resultado de parceria estabelecida entre a UFMG, o Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Minas) e o BH-TEC. O centro reĂșne pesquisadores vinculados à UFMG e à Fiocruz-Minas e é responsĂĄvel pelo desenvolvimento da SpiN-TEC MCTI UFMG, o primeiro imunizante 100% brasileiro contra a covid-19, cujos testes clĂ­nicos foram iniciados no mĂȘs passado, na Faculdade de Medicina da UFMG.

Edição: NĂĄdia Franco

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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