O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou, hoje (26), em BrasĂlia, que o regime democrĂĄtico brasileiro não comporta atos terroristas semelhantes à frustrada tentativa de um grupo que planejava explodir um caminhão carregado com óleo diesel próximo ao Aeroporto Internacional de BrasĂlia.
"Não hĂĄ espaço no Brasil democrĂĄtico para atos anĂĄlogos ao terrorismo, como a tentativa de explosão de um caminhão de combustĂveis em BrasĂlia, felizmente abortada pelas forças de segurança", escreveu o senador, esta tarde, em sua conta pessoal no Twitter.
"As eleições se findaram com a escolha livre e consciente do presidente eleito que tomarĂĄ posse no dia 1Âș de janeiro. O Brasil quer paz para seguir em frente e se tornar o paĂs que todos desejamos", acrescentou.
A mensagem de Pacheco é uma resposta à prisão, na noite do Ășltimo sĂĄbado (24), de George Washington de Oliveira Sousa, acusado de participar da instalação de um artefato explosivo em um caminhão-tanque estacionado próximo ao aeroporto da capital federal.
Gerente de um posto de gasolina que funciona em Xinguara (PA), o homem, de 54 anos, viajou para BrasĂlia dias após o segundo turno das eleições gerais, realizadas em 30 de outubro. Inconformado com a vitória do presidente eleito Luiz InĂĄcio Lula da Silva, Sousa se juntou a centena de manifestantes que protestam em frente ao Quartel General do Exército, pedindo, entre outras coisas, a anulação da eleição e intervenção militar.
Segundo o delegado-geral da PolĂcia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido, Sousa admitiu, em depoimento, que pretendia cometer um atentado na capital federal como forma de produzir uma situação caótica que forçasse o atual governo a decretar estado de sĂtio, impedindo a posse de Lula.
Investigando a origem do artefato explosivo "plantado" no caminhão-tanque – que foi denunciado pelo motorista do veĂculo, que desconfiou do recipiente estranho – a PolĂcia Civil chegou a Sousa e a um apartamento do Sudoeste, bairro de classe média alta de BrasĂlia, onde foram encontradas vĂĄrias armas, incluindo um fuzil, duas espingardas, revólveres, muita munição e explosivos.
Embora esteja registrado como colecionador, atirador e caçador (CAC), Sousa não tem autorização para viajar armado. Tampouco para portar explosivos. A PolĂcia Civil investiga se ele agiu sozinho ou se teve a colaboração de outras pessoas.
"Tão logo tenhamos ações consequenciais da operação ou mesmo a conclusão do inquérito por parte da autoridade policial que preside os fatos, informaremos a todos", informou a corporação, em nota.
Na tarde deste domingo (26), uma denĂșncia levou as forças de segurança do Distrito Federal a localizar e destruir artefatos explosivos deixados em um matagal do Gama, região administrativa a cerca de 35 quilômetros da Esplanada dos Ministérios, em BrasĂlia. No local, também foram encontrados coletes balĂsticos e capas para esses coletes.
A ocorrĂȘncia foi registrada na 20ÂȘ Delegacia de PolĂcia, que vai apurar a procedĂȘncia dos explosivos e tentar identificar quem deixou o material no matagal, sem nenhum cuidado adicional. Até o momento, ninguém foi detido.
Edição: Kleber Sampaio
Fonte: AgĂȘncia Brasil