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MPF e advogados acionam Supremo contra deputados em atos golpistas

Eles fizeram publicações em redes sociais durante ações no domingo

Por Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil - Brasília em 12/01/2023 às 21:19:12
© José Cruz/Agência Brasil

© José Cruz/Agência Brasil

O Ministério PĂșblico Federal (MPF) pediu nessa quarta-feira (11) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra os deptuados eleitos e diplomados André Fernandes (PL-CE), Clarissa Tércio (PP-PE) e Silvia Waiãpi (PL-AP). Eles devem responder por incitação ao crime durante os atos golpistas que depredaram as sedes dos TrĂȘs Poderes, em BrasĂ­lia, no Ășltimo domingo (8).

Todos fizeram publicações em redes sociais e foram vistos durante atos de invasão às sedes dos TrĂȘs Poderes. Além de incitação pĂșblica à prĂĄtica de crime, o MPF pede o possĂ­vel enquadramento deles no crime de tentativa de abolir o Estado DemocrĂĄtico de Direito, previsto no Artigo 359-L do Código Penal.

Paralelamente, o grupo Prerrogativas – formado por advogados e juristas – também acionou o Supremo contra os mesmos deputados federais eleitos e também Carlos Jordy (PL-RJ) e Nikolas Ferreira (PL-MG). Também são alvos os deputados estaduais eleitos Sargento Rodrigues (PL-MG) e Walber Virgolino (PL-PB). O pedido é para que todos sejam impedidos de tomar posse no inĂ­cio do ano legislativo.

"Ora, não é aceitĂĄvel ou imaginĂĄvel que pessoas que tenham sido eleitas como representantes do povo em um regime democrĂĄtico, por meio de eleição livre, possam apoiar, incentivar e mesmo participar de atos que atentem contra o Estado DemocrĂĄtico de Direito", diz a petição assinada pelo coletivo de advogados. O mesmo pedido foi encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

As iniciativas se juntam as jĂĄ tomadas pelos partidos PSOL e Rede, que ainda na segunda-feira (9) pediram a inclusão de parlamentares eleitos nas investigações sobre os atos golpistas de domingo (8), bem como que eles sejam impedidos de assumir seus cargos.

Inquérito criminal

De acordo com a petição do MPF, a deputada eleita Clarissa Tércio, por exemplo, publicou em seu perfil no instagram vĂ­deos das invasões com a seguinte legenda: "Acabamos de tomar o poder. Estamos dentro do Congresso. Todo o povo estĂĄ aqui em cima. Isso vai ficar para a história, a história dos meus netos, dos meus bisnetos".

Waiãpi também divulgou vĂ­deos no domingo com a legenda: "Povo toma a Esplanada dos Ministérios nesse domingo! Tomada de poder pelo povo brasileiro, insatisfeito com o governo vermelho". Fernandes, por sua vez, publicou foto da porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo, que foi invadido e depredado.

"A estrutura normativa do crime de incitação ao crime de impedir ou restringir o livre exercĂ­cio dos trĂȘs Poderes da União, ao nĂ­vel dos seus pressupostos tĂ­picos objetivos, estĂĄ toda preenchida", afirmou o subprocurador-geral da RepĂșblica, Carlos Frederico Santos, a quem o procurador-geral da RepĂșblica delegou a atuação no caso.

A AgĂȘncia Brasil tenta contato com todos os parlamentares eleitos citados na reportagem.

Edição: Graça Adjuto

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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