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Congresso lembra centenĂĄrio da morte de Ruy Barbosa

Homenageado Ă© patrono do Senado, do TCU e dos advogados brasileiros

Por Karine Melo - Repórter da Agência Brasil - Brasília em 01/03/2023 às 21:10:15
© Foto Lula Marques- Agência Brasil

© Foto Lula Marques- Agência Brasil

Com uma sessão solene no plenĂĄrio do Senado, o Congresso Nacional lembrou, nesta quarta-feira (1°), o centenĂĄrio da morte do jurista, escritor e polĂ­tico Ruy Barbosa. Ao falar sobre a atuação dele em defesa de causas como a abolição da escravatura, a garantia dos direitos humanos e a democratização do paĂ­s, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), referiu-se ao homenageado como "o maior dos brasileiros".

"Ruy Barbosa foi um verdadeiro modernista polĂ­tico, um dos mais humanos representantes do povo brasileiro, famoso por sua inteligĂȘncia acima da média, pelo profundo conhecimento cultural e por uma retórica notavelmente eloquente, instrumentos que soube utilizar de forma brilhante em defesa de causas tão nobres como a abolição da escravatura, a garantia dos direitos humanos, a causa republicana e a democratização do Brasil", afirmou Pacheco.

BrasĂ­lia (DF), 01/03/2023 - Presidentes do Senado Rodrigo Pacheco e do STF Rosa Weber durante sessão no senado para lembrar o centenĂĄrio de falecimento de Ruy Barbosa.
Ruy Barbosa cumpriu 5 mandatos de senador e concorreu duas vezes à PresidĂȘncia da RepĂșblica - Lula Marques/AgĂȘncia Brasil

Dono de personalidade marcante, Ruy Barbosa soube usar como poucos a tribuna do Senado Federal para advogar suas causas, no mais das vezes proferindo verdadeiras aulas de polĂ­tica e justiça, disse o parlamentar.

Considerado o patrono do Senado, do Tribunal de Contas da União (TCU) e dos advogados brasileiros, Ruy Barbosa foi ainda diplomata, tradutor e jornalista. Ele foi um dos membros fundadores do Senado, em 1890, e cumpriu cinco mandatos como senador. Concorreu à PresidĂȘncia da RepĂșblica duas vezes e foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras (ABL), entidade que presidiu entre 1908 e 1919.

"Vivo fosse, nosso patrono certamente se postaria na linha de frente do combate ao ignóbil, perigoso e criminoso avanço das fake news, esse verdadeiro ovo da serpente dos movimentos antidemocrĂĄticos de nossa época. Isso porque Barbosa não foi apenas um dos pais da repĂșblica brasileira, mas igualmente um dos mais ardorosos devotos da democracia. Esta, declarava, é o "princĂ­pio do futuro", representa o poder do povo, a igualdade e o progresso — avanços civilizatórios que se contrapõem ao retrocesso dos governos autoritĂĄrios, pois nenhum povo que se governe toleraria a substituição da soberania nacional pela soberania da espada, ressaltou o presidente do Senado.

A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber, que também participou da sessão, falou da defesa intransigente de Ruy Barbosa da prevalĂȘncia dos direitos individuais sobre atos ilegais do governo. "Partia ele da premissa inegociĂĄvel de que, entre um princĂ­pio constitucional fundante e uma necessidade polĂ­tica momentânea, o princĂ­pio e uma necessidade polĂ­tica momentânea, o princĂ­pio haveria de prevalecer", afirmou.

JĂĄ o ex-presidente da RepĂșblica e do Congresso Nacional, José Sarney, destacou o reconhecimento internacional de Ruy Barbosa após sua participação na segunda ConferĂȘncia Internacional da Paz, 1907, na cidade de Haia, na Holanda. "O grande gĂȘnio que, até no exterior, conseguiu o tĂ­tulo de "Águia de Haia" porque levantou a doutrina que ficou até hoje, que era muito justa e muito reivindicada, da igualdade de todas as nações, pequenas ou grandes. Elas deviam ter o mesmo peso internacional", afirmou Sarney.

Ouça na RadioagĂȘncia reportagem especial sobre Ruy Barbosa:


Edição: NĂĄdia Franco

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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