PREFEITURA SANTANA

Parque Tecnológico da UFRJ terĂĄ novos centros de pesquisa

Unidades comemoram 20 anos em 2023

Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro em 04/04/2023 às 09:56:11
© UFRJ/Divulgação

© UFRJ/Divulgação

Com 28 empresas residentes de pequeno, médio e grande porte, o Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) se prepara para implementar, a partir deste ano, mais cinco unidades de pesquisa. Elas se somarão às cerca de 34 jĂĄ existentes, envolvendo seis laboratórios próprios da instituição e outros de empresas privadas.

O diretor executivo, Vicente Ferreira, disse que, os 20 anos de existĂȘncia do Parque, comemorados neste ano, registram nĂșmeros que constituem bom exemplo de polĂ­tica pĂșblica. O parque custou, em termos de investimento pĂșblico, R$ 30 milhões. As empresas privadas investiram na construção de seus centros de pesquisa cerca de R$ 1 bilhão. Nos anos de operação das empresas no parque, foram feitos investimentos adicionais de R$ 250 milhões em projetos de pesquisa com a universidade. "Acho que esses são nĂșmeros tremendamente expressivos quando a gente fala de investimento pĂșblico fomentando investimento privado", disse Ferreira em entrevista à AgĂȘncia Brasil.

As ĂĄreas de atuação do Parque da UFRJ incluem óleo e gĂĄs, energia, biotecnologia, inteligĂȘncia artificial, indĂșstrias de transformação, informação e comunicação, indĂșstrias extrativas, construção, educação, saĂșde, cidades inteligentes, entre outras ĂĄreas. O objetivo é fazer a conexão entre o conhecimento acadĂȘmico e as empresas, para incentivar a inovação no paĂ­s. "Inovação e tecnologia são os dois carros-chefe", disse Ferreira. Só no ano passado, foram investidos R$ 6 milhões em cooperação universidade/empresa, resultando em 113 pedidos de patentes. O nĂșmero de pedidos de patentes feito ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) alcança 371, de 2017 até hoje.

Foco

No caso do Parque da UFRJ, Vicente Ferreira explicou que o foco são as deep tech (startups e ecossistemas que abraçam tecnologias complexas ou resolução de problemas de alto impacto) e não ep tech (empresa responsĂĄvel por desenvolver softwares, ou programas de computador, para solucionar problemas operacionalmente complexos). "O nosso negócio não é ep. É molécula, como eu gosto de dizer, porque, na verdade, tem impacto na cadeia produtiva muito mais profundo, jĂĄ que são inovações que, certamente, chegam para o bem-estar da população, com impacto muito maior e tempo de permanĂȘncia também maior". São processos de desenvolvimento muito mais arriscados e demorados.

O diretor destacou que a UFRJ tem em torno de 1.450 laboratórios nas ĂĄreas de engenharia, ciĂȘncia da saĂșde, pesquisa bĂĄsica. Acrescentou que, ainda neste ano, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), parceira da UFRJ, deverĂĄ consolidar um centro de tecnologia dentro do Parque. A ideia é que ele seja, na verdade, uma fĂĄbrica de tecnologias para fazer princĂ­pios ativos, um scale up para produção em escala industrial, com atenção especial para as chamadas doenças negligenciadas, causadas por agentes infecciosos ou parasitas e consideradas endĂȘmicas em populações de baixa renda. São doenças negligenciadas a hansenĂ­ase, dengue, leishmaniose, esquistossomose, raiva humana transmitida por cães, escabiose (sarna), doença de Chagas, parasitoses intestinais e tracoma.

O Parque espera iniciar a implementação de mais trĂȘs unidades de pesquisa ainda este ano. Uma delas serĂĄ patrocinada pela Petrogal, empresa do setor de petróleo de Portugal, focada em descarbonização. O acordo jĂĄ foi assinado e a expectativa é que as obras comecem no segundo semestre. Outro laboratório é patrocinado pela Shell e vai operar na ĂĄrea de biossintéticos. "O laboratório vai ser, de certa forma, compartilhado com o Ecossistema de Inovação da UFRJ. É algo que a gente buscava ter no Rio de Janeiro hĂĄ muito tempo".

Fertilizantes

É esperado também para 2023 o inĂ­cio da implementação do Centro de ExcelĂȘncia em Fertilizantes. "É um sonho muito antigo, principalmente dos colegas da Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuĂĄria (Embrapa)". Vicente Ferreira destacou que o Plano Nacional de Fertilizantes prevĂȘ, entre outras coisas, a criação de uma rede de centros de excelĂȘncia em fertilizantes e, também, um centro de excelĂȘncia principal como hub (concentrador) dessa rede e que funcione como uma fĂĄbrica de startups (empresas nascentes) voltadas para a tecnologia do agronegócio.

O Brasil importa a maior parte dos fertilizantes usados na agricultura. O diretor acredita que os centros de excelĂȘncia de fertilizantes trarão impacto enorme na cadeia produtiva do agronegócio. O projeto envolve os governos federal e estadual e a iniciativa privada. "A ideia é ter projetos de desenvolvimento tecnológico gerados pelos diferentes centros e que venham para o centro de excelĂȘncia do Parque jĂĄ com demanda da iniciativa privada para serem desenvolvidos aqui".

Uma quinta unidade, proposta pela Faculdade de Administração e CiĂȘncias ContĂĄbeis, é uma incubadora para empresas de impacto social e ambiental, que deverĂĄ estar implementada nas dependĂȘncias do Parque até o inĂ­cio das aulas do segundo semestre. A UFRJ jĂĄ tem duas incubadoras. Uma pertence ao Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ), para empresas de base tecnológica; outra é a Incubadora de Empreendimentos Tecnológicos (Crios), da UFRJ Macaé.

Programa

A solenidade de abertura das comemorações dos 20 Anos do Parque Tecnológico da UFRJ serĂĄ realizada hoje (4). Todas as atividades do Parque 20 Anos serão realizadas na Inovateca, espaço fĂ­sico e virtual para compartilhar conteĂșdo, conexões e experimentação localizado dentro do Parque, na Cidade UniversitĂĄria. Em formato de Cubo MĂĄgico, a Inovateca tem ĂĄrea construĂ­da de 2.730 metros quadrados e ambientes projetados para estimular a criatividade, a troca de conhecimento e a inovação. Todas as atividades contarão também com transmissão ao vivo pelo YouTube.

A programação vai durar o ano inteiro. Ela visa promover o debate sobre inovação e tecnologia com a sociedade e terĂĄ palestras, encontros e oficinas sobre temas como engenharia, biotecnologia, sustentabilidade, indĂșstria 4.0, cidades inteligentes, mobilidade, produção automotiva, óleo e gĂĄs, energia verde, construção civil, games, esportes, biotecnologia em saĂșde, tecnologia médico-hospitalar, sociedade 5.0 e ciĂȘncia no paĂ­s. HaverĂĄ ainda uma mostra de tecnologias da UFRJ e exposição de arte. O programa completo pode ser acessado neste link.

Edição: Graça Adjuto

Fonte: AgĂȘncia Brasil

Comunicar erro

ComentĂĄrios

DETRAN AL