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Escritores se reĂșnem no Rio para discutir ensino plural da história

Eles defendem formação mais crĂ­tica nas escolas

Por Léo Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro em 11/04/2023 às 09:48:25
Imagem de Lubos Houska por Pixabay

Imagem de Lubos Houska por Pixabay

Com o intuito de propor uma reflexão sobre a história do Brasil, a produtora Gavea Filmes inicia nesta terça-feira (11) uma série de discussões com escritores responsĂĄveis por obras que colocam em evidĂȘncia a formação das diversas identidades brasileiras. A iniciativa, que tem patrocĂ­nio do governo do Rio de Janeiro, inclui programação gratuita, com painéis online e atividades presenciais. HaverĂĄ participação de autores novos e consagrados. Entre os convidados do evento, batizado de IndependĂȘncia e Identidades: Histórias para pensar o Brasil, estão nomes que tĂȘm se manifestado sobre a necessidade de rediscutir a literatura usada para o ensino nas escolas.

A historiadora YnaĂȘ Lopes dos Santos é uma dessas vozes. HĂĄ duas semanas, durante participação na programação especial da TV Brasil que colocou em pauta os 59 anos do golpe militar de 1964, ela defendeu que o ensino nas escolas deve proporcionar formação mais crĂ­tica, incluindo pontos de vista que costumam ser marginalizados. A autora lembrou que o Brasil foi o Ășltimo paĂ­s da América a colocar fim à escravidão e enfatizou que a história brasileira não pode ser contada naturalizando o genocĂ­dio indĂ­gena e a sistemĂĄtica exclusão dos negros.

"Precisamos fazer um serviço quase que de arqueologia educacional. Ir escavando essas camadas da história brasileira que ainda não é ensinada ou não é ensinada da maneira como deve ser nas escolas brasileiras, sobretudo nas escolas pĂșblicas, para que a gente tenha uma população que não se deixe levar por um discurso simplista de ódio e violĂȘncia", afirmou.

YnaĂȘ lançou no ano passado o livro Racismo Brasileiro: Uma História da Formação do PaĂ­s. Ela discutirĂĄ as ideias da obra em um painel virtual nesta quarta-feira (12), às 12h. A programação completa das atividades online pode ser conferida nas redes sociais da produtora GĂĄvea Filmes, que é parceira na organização do evento e se encarregarĂĄ das transmissões em seu canal. O primeiro painel ocorre às 10h de hoje (11) com Beatriz Brandão, Isabel Caetano e ThaĂ­s Reis, autores que farão um debate sobre travessias, memórias e ancestralidade.

HaverĂĄ ainda participação de jovens escritores que produziram obras no segundo semestre do ano passado a partir do edital Retomada Cultural 2, lançado pelo governo fluminense por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa. Os autores tiveram trabalhos selecionados na categoria Literatura do BicentenĂĄrio da IndependĂȘncia do Brasil, voltada para marcar os 200 anos da independĂȘncia do paĂ­s, completados em setembro de 2022. O próprio evento também foi organizado com recursos previstos no edital.

A programação online se encerrarĂĄ no dia 13, às 12h, com participação do escritor OlĂ­vio JekupĂȘ, primeiro indĂ­gena brasileiro com mais de 20 livros publicados. Ele é também apresentador de um podcast no canal RĂĄdio Resenha, onde no mĂȘs passado defendeu um ensino mais plural.

"Os alunos e professores precisam ler nossas obras para que possam entender melhor como pensam os indĂ­genas. Muitas histórias foram escritas para retratar a visão dominante. E hoje temos vĂĄrios escritores indĂ­genas que trazem outros pontos de vista", disse.

Além dos painéis online, o evento inclui a Feira da Palavra, uma tarde de palestras, autógrafos, histórias e performances que ocorrerĂĄ no dia 22 de abril na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, zona sul do Rio. YnaĂȘ Lopes dos Santos também estarĂĄ na programação presencial. Outra convidada é a mineira Carola Castro, autora do livro No Sertão Azul, que conta a saga de Hera Ser em busca de sua ancestralidade em uma viagem a Canudos (BA).

Edição: Graça Adjuto

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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