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PNI oferece vacinação segura para gestantes e bebĂȘs

GrĂĄvidas imunizadas transmitem anticorpos aos bebĂȘs

Por Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro em 15/09/2023 às 09:56:41
Fernando Frazão/Agência Brasil

Fernando Frazão/Agência Brasil

Doenças infecciosas são capazes de causar malformações e deixar sequelas nos bebĂȘs, se acometerem as mães durante a gestação. Essas infecções também podem ocorrer logo após o parto, antes de ser possĂ­vel imunizar os recém-nascidos. O Programa Nacional de Imunização (PNI) responde a esses riscos com um calendĂĄrio especĂ­fico da gestante, um dos responsĂĄveis pela eliminação do tétano neonatal do paĂ­s em 2012. Em 2023, o PNI completa 50 anos.

JĂĄ presentes no calendĂĄrio do adulto, as vacinas contra a hepatite B e difteria e tétano (dT) precisam ter os cumprimentos de seus esquemas vacinais checados durante a gestação. Quando a mãe estĂĄ imunizada contra essas doenças, ela transmite os anticorpos ao bebĂȘ, protegendo-o até que chegue o momento de ele ser imunizado, segundo seu próprio calendĂĄrio vacinal.

A lista de imunizantes recomendados traz ainda a vacina contra a difteria, tétano e coqueluche (dTpa), especĂ­fica do calendĂĄrio da gestante. Esse imunizante é administrado em uma dose para grĂĄvidas a partir da 20ÂȘ semana e deve ser repetido a cada gestação.

Gestantes que perderam a oportunidade de serem vacinadas durante a gravidez devem receber uma dose de dTpa até 45 dias após o parto, o mais precocemente possĂ­vel, recomenda o calendĂĄrio.

JĂĄ vacinas de vĂ­rus vivo atenuado, como a de febre amarela, trĂ­plice viral (sarampo, caxumba e rubéola) ou varicela, não são recomendadas durante a gestação. É importante que a vacinação contra a rubéola esteja em dia em mulheres que planejam engravidar, porque a sĂ­ndrome da rubéola congĂȘnita é uma doença de alto risco para os bebĂȘs, e as gestantes não podem ser vacinadas contra ela durante a gravidez.

11/09/2023, Coordenadora da Assessoria ClĂ­nica de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Lurdinha Maia. Foto: Bernardo Portella/ Fiocruz
Lurdinha Maia alerta que gestantes tĂȘm de ficar atentas ao seu calendĂĄrio de vacinação - Bernardo Portella/ Fiocruz

A coordenadora da Assessoria ClĂ­nica do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Lurdinha Maia, destaca que o controle da rubéola congĂȘnita e do tétano neonatal é uma grande conquista para a saĂșde pĂșblica, porque essas doenças causavam sequelas importantes e mortalidade infantil no paĂ­s.

"As gestantes tĂȘm que olhar o seu calendĂĄrio de vacinação. Mesmo que elas tenham sido vacinadas na infância, hĂĄ necessidade de cumprir um calendĂĄrio. É a gestante que, vacinada contra o tétano e a rubéola, vai impedir que a criança, ao nascer, tenha a doença. Ela passa a imunidade para essa criança", afirma. "Vacinação é desde a gestante até o idoso, e precisamos ter um calendĂĄrio atualizado para que a gente possa realmente interromper o ciclo dessas doenças."

04/09/2023, Guido Levi é integrante da Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações do Estado de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Imunizações. Doenças eliminadas por vacinas matavam mais que guerras mundiais. Foto: Divulgação/SBIm
Guido Levi diz que o tétano neonatal pode evoluir de forma letal rapidamente- Divulgação/SBIM

Integrante da Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações do Estado de São Paulo, Guido Levi lembra que o tétano neonatal era conhecido como "mal de sete dias", porque surgia poucos dias após o nascimento e podia evoluir de forma letal rapidamente.

"Temos que manter a vacinação antitetânica em dia, temos que manter a dTpa nas mulheres gestantes para que protejam seus filhos até a época em que tomarão a vacina e se protegerão. Com o tétano, as crianças sofriam com uma contratura muscular generalizada, que paralisava inclusive os mĂșsculos respiratórios, e morriam rapidamente. No mĂĄximo em uma semana ou duas. E, hoje, a gente não tem mais essa doença."

O pediatra Renato Kfouri, presidente do Departamento CientĂ­fico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica que as vacinas são organizadas nos calendĂĄrios em função dos riscos que elas oferecem, e, por isso, as recomendações devem ser atendidas no tempo certo, o que inclui a gestação.

O pediatra Renato Kfouri, presidente do Departamento CientĂ­fico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Foto: SBIm/Divulgação
Renato Kfouri destaca a importância de bebĂȘs serem vacinados contra hepatite B logo após o nascimento - SBIm/Divulgação

A imunização das gestantes contra a hepatite B e também dos bebĂȘs logo ao nascer cumpre um papel de impedir a transmissão vertical da doença, da mãe para o bebĂȘ.

"A infecção por hepatite B ao nascer torna esse bebĂȘ com enorme chance de ter uma hepatite crônica, câncer de fĂ­gado e ser um transmissor dessa doença para outras pessoas da comunidade. Por isso a necessidade de vacinar logo ao nascer."

Edição: Juliana Andrade

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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