Estudo feito por pesquisadores brasileiros mostrou que pessoas que tiveram dengue tĂȘm mais propensão a desenvolverem sintomas da covid-19, caso sejam contaminadas pela doença. A pesquisa, divulgada no Ășltimo dia 6, é baseada na anĂĄlise de amostras sanguĂneas de 1.285 moradores da cidade de Mâncio Lima (AC), na região amazônica.
O trabalho, coordenado pelo professor da Universidade de São Paulo (USP) Marcelo Urbano Ferreira, e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (Fapesp), foi publicado na revista Clinical Infectious Diseases.
"Relatamos um risco aumentado de covid-19 clinicamente aparente entre as pessoas da região amazônica com infecção prévia por dengue, com importantes implicações para a saĂșde pĂșblica", diz a conclusão da pesquisa publicada.
As amostras de sangue utilizadas no estudo foram coletadas em dois momentos e comparadas: em novembro de 2019 e novembro de 2020. O material foi submetido a testes capazes de detectar anticorpos contra os quatro sorotipos da dengue e também contra o novo coronavĂrus.
"Por meio de anĂĄlises estatĂsticas, concluĂmos que a infecção prévia pelo vĂrus da dengue não altera o risco de um indivĂduo ser contaminado pelo SARS-CoV-2. Por outro lado, ficou claro que quem teve dengue no passado apresentou mais chance de ter sintomas uma vez infectado pelo novo coronavĂrus", disse à AgĂȘncia Fapesp, Vanessa Nicolete, pesquisadora do Instituto de CiĂȘncias Biomédicas da USP, e uma das autoras do artigo.
Fonte: AgĂȘncia Brasil