PREFEITURA SANTANA

Governo vai mostrar Brasil que reduz emissões na COP26, diz ministro

Ministro do Meio Ambiente falou em audiĂȘncia em comissão no Senado

Por Redação em 31/08/2021 às 20:23:21

A atuação do Brasil na ConferĂȘncia Internacional das Nações Unidas sobre o Clima, a COP26, serĂĄ pautada na defesa de que o paĂ­s trabalha pela sustentabilidade e no combate ao desmatamento ilegal disse hoje (31) o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. O evento, programado para ocorrer em novembro, na Escócia, vai debater, entre outros pontos, os compromissos e metas dos paĂ­ses com a redução da emissão de carbono na atmosfera.

"Devemos apresentar um Brasil que faz a sustentabilidade e que atua realmente combatendo a ilegalidade, um Brasil que reduz as suas emissões", disse o ministro durante audiĂȘncia pĂșblica da Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado.

Leite disse que os nĂșmeros iniciais apontam que o desmatamento em agosto deve ter uma redução de 30% em relação ao mesmo mĂȘs do ano passado. Os dados oficiais devem ser divulgados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), amanhã (1°).

Durante a audiĂȘncia o ministro falou sobre os compromissos do paĂ­s com o Acordo de Paris, que estabelece regras para conter o aquecimento global, e voltou a afirmar que a meta do governo é de zerar o desmatamento ilegal até 2030 e de zerar as emissões até 2050. "É uma das metas mais ambiciosos dos paĂ­ses em desenvolvimento", afirmou.

Mercado de carbono

Leite defendeu ainda a regulamentação de dispositivos do Acordo de Paris que tratam do mercado de carbono. Segundo o ministro, a regulamentação do Artigo 6 do Acordo de Paris, que prevĂȘ a monetização dos créditos de carbono, é um dos elementos chaves do debate climĂĄtico.

Para o ministro, caso os mecanismos jĂĄ estivessem regulamentados, seria mais fĂĄcil o paĂ­s mostrar que tem uma indĂșstria, agricultura e produção de energia elétrica sustentĂĄveis.

Ao falar sobre as ações da pasta, Leite disse que o governo trabalha para regulamentar o mercado voltado para remunerar "quem cuida da floresta". "O ponto mais importante é remunerar quem cuida de floresta", disse.

Leite disse ainda que o governo tem atuado para reforçar as ações de combate a incĂȘndios e que tem reestruturado os órgãos de controle ambiental. Ele disse que o governo ampliou o orçamento para o combate ao desmatamento em R$ 270 milhões e que, segundo o ministro, serão contratados temporariamente 740 novos agentes de fiscalização ambiental.

Ele destacou que o ministério tem atuado em conjunto com a pasta da Justiça e Segurança PĂșblica em ações de inteligĂȘncia e que a Força Nacional estĂĄ atuando em conjunto com as equipes de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais RenovĂĄveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Força Nacional de Segurança PĂșblica, incĂȘndio no pantanal
Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse, em audiĂȘncia pĂșblica, que o governo tem atuado para reforçar as ações de combate a incĂȘndios - Força Nacional de Segurança PĂșblica

CrĂ­ticas

Durante a audiĂȘncia, os senadores cobraram uma postura mais ativa no governo na defesa do meio ambiente. A senadora KĂĄtia Abreu (PP-TO) disse que os órgãos de controle foram desestruturados pelo governo e que a mĂĄ gestão na ĂĄrea de meio ambiente tem prejudicado a imagem do Brasil no exterior.

Para a senadora, o paĂ­s poderia acenar com metas mais ambiciosas e que o governo tem acenado em levar "mesmices" para a conferĂȘncia. Ainda de acordo com a senadora, a postura do governo tem dificultado o andamento de acordos internacionais, como o que envolve a União Europeia e o Mercosul.

"Não podemos ser tĂ­midos nessa proposta", disse a senadora. "Não estaremos fazendo algo em desrespeito aos outros paĂ­ses. Cada um faça suas metas, mas o Brasil tem a autonomia de definir as suas e isso não atinge nem traz consequĂȘncia nenhuma sobre as negociações de lĂĄ".

O presidente do colegiado, Jaques Wagner (PT-BA) disse que a temĂĄtica ambiental deixou de ser questão de esquerda ou de direita e que merece uma atenção especial do governo e da sociedade.

"Esse tema merece de todos nós o cuidado a busca de um ponto de equilĂ­brio", disse. "Estamos nas portas da COP 26 e precisamos recuperar a imagem do Brasil nessa temĂĄtica", acrescentou o senador, que falou em superar o debate sobre uma falsa dicotomia entre desenvolvimento e sustentabilidade.

Edição: FĂĄbio Massalli

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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