A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deverá ajudar as escolas de todo o país a recuperar os atrasos na aprendizagem causados pela pandemia de covid-19. A BNCC define o mínimo que deve ser ensinado tanto nas instituições públicas quanto nos estabelecimentos privados de todo o país.
O assunto foi tema de debate hoje (16) no 18º Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação. Após mais de um ano de pandemia, os gestores discutem, no evento, os impactos nas escolas, além de estratégias para retomar um ensino de qualidade.As mudanças no currículo das escolas levarão a alterações também nas avaliações aplicadas nacionalmente. O Ministério da Educação (MEC) discute com outras entidades educacionais novos modelos para o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede a qualidade das escolas, informou o secretário de Educação Básica da pasta, Mauro Rabelo. O processo foi impactado pela pandemia e, de acordo com o secretário, um novo modelo deverá entrar em vigor apenas em 2023.
Rabelo acrescentou que haverá aplicação do Saeb neste ano, mesmo com a pandemia. A intenção é que as redes de ensino e as escolas tenham em mãos uma avaliação que mostre os impactos na aprendizagem e que ajude a traçar caminhos para retomada das aulas e recuperação de conteúdos.Segundo Mauro Rabelo, o MEC deverá anunciar nos próximos dias o Programa de Apoio ao Novo Ensino Médio (ProNEM), com o objetivo de prestar apoio técnico e financeiro às secretarias de Educação no processo de transição para o novo ensino médio.
Nessa etapa, mudanças serão ainda maiores que no ensino infantil e fundamental. Os estudantes também passarão a ter aulas com conteúdos direcionados pela Base Nacional Comum Curricular, mas elas ocuparão apenas uma parte da formação. Os alunos poderão ainda escolher um itinerário para aprofundar o aprendizado e aprofundar os conhecimentos em linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico.O Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13.005/2014, é outro instrumento que ajuda a guiar a educação brasileira durante a após a pandemia. O PNE estabelece metas e estratégias para serem alcançadas em dez anos, da educação infantil até a pós-graduação, e trata tanto de metas de qualidade e formação quanto de financiamento para o setor.
Os participantes do Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação destacaram que muitas das metas que foram definidas em 2014 e deveriam ser cumpridas até 2024 estão atrasadas e que precisam ser revistas. "Considero absolutamente impossível, na saída da pandemia, cumprirmos as metas do PNE em 2024. Temos 2022, 2023 e 2024 para cumprir essas metas, e isso será impossível", enfatizou a presidente do CNE."Houve perda, e temos uma crise de aprendizagem. As desigualdades que já existiam foram ampliadas. Isso é que vamos tratar agora. Dado esse cenário, considero importante que municípios revejam as metas dos planos municipais,que estados revejam as metas. Não temos isso muito claro para o Brasil, nem para o mundo", disse Maria Helena Guimarães.
A representante do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais e Distrital de Educação (Foncede), Marcia Adriana de Carvalho, destacou que municípios e estados são essenciais para avaliar o que funcionou no PNE e propor novas metas. A previsão é que o novo PNE 2024-2034 seja discutido na Conferência Nacional de Educação, prevista para 2022.Fonte: Agência Brasil